sexta-feira, 25 de julho de 2014

NAS ASAS "DOS NEVES"

"O silêncio sobre Minas foi rompido. O silêncio,agora, é Aécio". (Fernando Brito)

Estamos assistindo nessas últimas semanas uma das mais graves e comprovadas denúncia contra um candidato a Presidente da República. Trata-se do envolvimento do ex-governador Aécio Neves, nas polêmicas e suspeitas construções de Aeroportos com dinheiro público em cidades que não justificam tais obras.

A primeira denúncia, por incrível que pareça, foi veiculada pelo Jornal “Folha de São Paulo” (FSP), declaradamente, “Tucano”. A matéria assinada pelo jornalista Lucas Ferraz, afirma que Aécio Neves, no fim do seu segundo mandato como Governador, gastou quase R$ 14 milhões para construir um aeroporto na Fazenda de Múcio Tolentino, tio do ex-governador. A propriedade, já desapropriada, está localizada na cidade de Cláudio/MG, mas, o aeródromo é administrado por familiares de Aécio.

Segundo se noticiou, além do custo final de R$ 14 milhões do aeroporto, o Estado pretendia indenizar Múcio Tolentino com o valor de R$ 1,0 milhão pela desapropriação do terreno, porém, esse valor foi recusado por Múcio, talvez por achar que fosse irrisório, e parece que ele acertou, pois, consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2015, pag. 215, a seguinte previsão: “Ação n.º0166.08.0188732– Ação de desapropriação para implantação do aeródromo do Município de Cláudio: R$ 20.587.174,50 - Probabilidade de perda: Possível - Forma de Pagamento: Precatório”.

O “campo de aviação” – como nós mineiros falamos - tem o nome de "Aeroporto 
Deputado Oswaldo Tolentino”, tio-avô do candidato Tucano. Esse aeroporto, por mera “coincidência”, fica distante apenas 6 Km da Fazenda de 200 hectares, que o próprio Aécio Neves, chama de  “Palácio de Versalhes”. 

Aliás, outra coincidência nesse caso: segundo o jornal "Estadão" a empresa "Vilasa Construções Ltda", que construiu o aeroporto em Cláudio, fez doações de campanha eleitoral para Aécio Neves e Anastasia, somando um total de R$ 87 mil reais.  

A propósito, parece que esse negócio de misturar o público com o privado, especialmente, quando se trata de construções de aeroportos é hereditário. De acordo com outras matérias, Tancredo Neves, avô de Aécio, quando Governador de Minas, liberou verba do Estado para o próprio Múcio Tolontino, então Prefeito de Cláudio, construir, em suas terras um aeroporto de terra batida. O valor da obra, corrigido pelo IGP-DI de hoje, custou aos cofres públicos R$ 745 mil o que, convenhamos, é um absurdo para uma simples pista de terra.

Mas se não bastasse à escandalosa construção do aeroporto de Cláudio, Aécio Neves construiu um aeroporto com pista asfáltica na bucólica cidade de Montezuma, com apenas 7.500 habitantes, localizada no Norte de Minas. Essa é outra obra que leva os contribuintes mineiros a perguntar: Por que o ex-governador construiu esse aeroporto? Foi o potencial econômico ou turístico dessa cidadezinha? Claro que não! Aqui mais uma vez parece que o interesse particular prevaleceu sobre o público, pois, coincidentemente, Aécio é dono de uma propriedade rural denominada “Perfil Agropecuária”, localizada nesse município. Portanto, essa deve ser a provável justificativa para tal empreendimento.

A propósito, foi divulgado, também,  que dos 14 aeroportos previstos no Programa "ProAero", criado por Aécio, somente dois saíram do papel: o Regional da Zona da Mata e o de Cláudio.

Sem dúvida são casos gravíssimos! Porém, outro fato nos intriga: o que levou a FSP a divulgar essa matéria? No nosso modesto entendimento o intuito do jornal foi ganhar credibilidade e tentar mostrar sua independência, para na hora certa, detonar a candidata Dilma Rousseff com factoides de difíceis defesas junto à população. Afora isso, só há outra explicação: fogo amigo!

Assim, e mesmo entendendo que essa notícia pode mesmo fazer parte de uma estratégia da oposição/mídia, não há como negar que a sacrossanta imagem de Aécio Neves foi terrivelmente abalada, podendo, inclusive, colocar fim à sua candidatura caso os órgãos competentes cumprirem suas atribuições de investigar de forma firme esse verdadeiro surrupio aos cofres públicos. É esperar para ver! 

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