Por: Odilon de Mattos Filho:
Desde que foi deflagrada a operação Lava-jato o país vive uma das maiores crises institucionais de sua história. Quando muitos acreditavam que essa crise fosse arrefecida após as eleições o que ocorreu, foi extamente o contrário, as instituições se rebaixaram e hoje os Poderes da República encontram-se apequenados,
desacreditados e totalmente carcomidos.
O presidente Bolsonaro eleito garças a várias mentiras e fake
news espalhadas nas redes sociais e reverberadas pela mídia comercial, parece
que não saiu da campanha eleitoral até hoje, continua procurando
comunistas atrás dos armários. Bolsonaro brinca de ser presidente e o resultado
é um governo sem comando, perdido com seus embustes, desencontros e em franca
decadência, fatos que, certamente, levará o presidente a um melancólico
fim e conduzirá o país a um caos sem precedentes na história.
É sabido que o presidente,
ciente de suas dificuldades de se comunicar, é avesso a discursos e entrevistas
coletivas, quando consegue falar alguma coisa em público de imediato já se sabe
a repercussão negativa na sociedade, no próprio governo e especialmente junto
aos colegas de farda que, nitidamente, já não escondem o constrangimento pelo
total despreparo intelectual, moral e ético do seu comandante-em-chefe. Que
diga o vice-presidente Hamilton Mourão!
Aliás, esse despreparo já era
conhecido desde que Bolsonaro foi parlamentar, no entanto, as elites
conservadoras do país, o capital financeiro nacional e internacional, estavam
se lixando com esse despreparo, pois, viram nesse arremedo de presidente a
solução para a continuidade e o aprofundamento das reformas de interesse das
classes dominantes. E realmente eles acertaram na eleição, pois, Bolsonaro
conseguiu vencê-la, mas, como presidente, a história é outra, pois, até o
momento pouca coisa foi feita para tamanho investimento do capital nacional
e internacional.
A grande esperança do capital
financeiro, por exemplo, é a Reforma da Previdência, aliás, este é o setor que
poderá ser o maior beneficiário deste governo, porém, mesmo com todo apoio da
grande imprensa pela Reforma da Previdência, parece que a coisa está
degringolando e fugindo ao controle do governo e é aí que está o detonador
dessa bomba chamada de novo golpe.
A propósito, e só a título de informação, malgrado as críticas ao governo Bolsonaro, a grande imprensa trabalha firme a favor da aprovação da Reforma da Previdência. A Rede Globo é um exemplo dessa determinação e isso é fácil explicar, os barões da Globo são sócios do grupo Mapfrer, a maior empresa de previdência privada do Brasil.
A propósito, e só a título de informação, malgrado as críticas ao governo Bolsonaro, a grande imprensa trabalha firme a favor da aprovação da Reforma da Previdência. A Rede Globo é um exemplo dessa determinação e isso é fácil explicar, os barões da Globo são sócios do grupo Mapfrer, a maior empresa de previdência privada do Brasil.
Mas, afora essa questão das dificuldades para se aprovar a Reforma da Previdência, outras presepadas e desarranjos que
correm paralelas são elementos que alimentam, também, essa bomba do golpe e
os exemplos são fartos: a começar pelos filhinhos do presidente, "Huguinho, Zezinho e Luisinho", ou os Pitbull 01, 02 e 03, passando
pelos escândalos do laranjal da família Bolsonaro, a CPI da Lava Togas, que
poderá ser substituída pelo impeachment do ministro Gilmar Mendes, a crise do
presidente da Câmara com o presidente Bolsonaro, a guerra entre ministros
e os segundos escalões dos ministérios, a falta de coordenação junto à base
aliada no congresso, o passa cara que o super ministro da justiça, Sérgio Moro tomou
do presidente da república, as rusgas entre Moro e o presidente da Câmara e
tudo isso se somada com às bizarras, vergonhosas e
grosseiras manifestações de ministros e do próprio presidente da república são
componentes que podem servir para detonar mais um golpe que pode, simplesmente, apear
o presidente da república, por meio de um impeachment e selar um golpe militar, ou
ressuscitar o parlamentarismo já rejeitado e enterrado pela sociedade no plebiscito de 1993.
E realmente há fortes movimentos nestes dois sentidos, afinal, o Brasil está a deriva e a degradação do tecido social somada a inércia do governo que cada dia perde apoio popular e
parlamentar e as grandes manifestações que, certamente, vão surgir a partir da classe
trabalhadora são fatos que somados às crises acima citadas tornam-se
um caldo efervescente de difícil controle que pode culminar, sim, no impeachment do presidente e na instalação de uma ditadura militar.
Outro movimento ou golpe que
pode ocorrer é a implantação do parlamentarismo e aqui a CPI da Lava Toga pode
ser um instrumento de barganaha com o SFT, que poderá chancelar a possiblidade
deste novo sistema que viria por meio de uma Emenda Constitucional, mesmo tendo
o povo rejeitado com o plebiscito de 1993. Com o parlamentarismo eles conseguem manter o tresloucado Bolsonaro como presidente, com limitados poder inerente ao
cargo, e a Câmara elegerá um primeiro ministro que poderá, para agrado dos
militares quatro estrelas, ser o general Mourão ou outro cidadão da cúpula
entreguista e submissa dessa tropa. Ainda, com relação a esse sistema, outra
ideia ganha corpo no congresso: o parlamentarismo tupiniquim. Esse sistema propõe manter o caudilho Bolsonaro no cargo, preservando, em tese, a vontade
popular, e sem a figura do primeiro-ministro, o congresso nacional passa a ser o
protagonista político, pois, seria dele a atribuição de propor e deliberar todas
as políticas públicas do país. Mais um “samba do crioulo doido”!
O momento é tão crítico que até o insuspeito jornal Estadão, veículo que apoiou os golpes militar e contra a presidenta Dilma e foi, ainda, um importante aliado na campanda eleitoral de Bolsonaro, reconheceu a incapacidade de Bolsonaro em seu editorial do dia 26/03/2019. Diz o Editor:"A deliberada desorganização política do governo, causada por um presidente cada vez mais desinteressado de suas tarefas políticas e institucionais, tem o potencial de agravar a crise, levando-a a patamares muito perigosos – e talvez seja isso mesmo o que muita gente quer.. Ocupado com questiúnculas que fazem a alegria de sua militância, o sr. Jair Bolsonaro parece ter abdicado de governar para todos. Os problemas avolumam-se de forma preocupante e o presidente mostra-se alheio a eles, movendo-se ao sabor das redes sociais como se disso derivasse sua força e não sua fraqueza, como de fato acontece1”
O momento é tão crítico que até o insuspeito jornal Estadão, veículo que apoiou os golpes militar e contra a presidenta Dilma e foi, ainda, um importante aliado na campanda eleitoral de Bolsonaro, reconheceu a incapacidade de Bolsonaro em seu editorial do dia 26/03/2019. Diz o Editor:"A deliberada desorganização política do governo, causada por um presidente cada vez mais desinteressado de suas tarefas políticas e institucionais, tem o potencial de agravar a crise, levando-a a patamares muito perigosos – e talvez seja isso mesmo o que muita gente quer.. Ocupado com questiúnculas que fazem a alegria de sua militância, o sr. Jair Bolsonaro parece ter abdicado de governar para todos. Os problemas avolumam-se de forma preocupante e o presidente mostra-se alheio a eles, movendo-se ao sabor das redes sociais como se disso derivasse sua força e não sua fraqueza, como de fato acontece1”
Diante desse quadro e considerando todos esses
e outros fatos, está cada vez mais claro que a classe política, em especial, a caserna, estão perdendo a paciência e não estão dispostos a caírem no buraco junto com o
presidente Bolsonaro, tanto, que há fortes rumores nos bastidores de
que o tempo de Bolsonaro está devidamente contado, com ou
sem Reforma da Previdência, só resta acertar como se dará o seu
fim, com impeachment e a instalação de uma ditadura militar ou com um parlamentarismo!
1-Fonte:https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,procura-se-um-presidente,70002767978
1-Fonte:https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,procura-se-um-presidente,70002767978
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