Respeitem Lula!

"A classe pobre é pobre. A classe média é média. A classe alta é mídia". Murílio Leal Antes que algum apressado diga que o título deste texto é plágio do artigo escrito por Ricardo Noblat (...)

A farsa do "Choque de Gestão" de Aécio "Never"

“Veja” abaixo a farsa que foi o famoso “Choque de Gestão” na administração do ex-governador Aécio “Never" (...)

A MAIS TRADICIONAL E IMPORTANTE FACULDADE DE DIREITO DO BRASIL HOMENAGEIA O MINISTRO LEWANDWSKI

"O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski recebeu um “voto de solidariedade” da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) pela “dedicação, independência e imparcialidade” em sua atuação na corte. (...)

NOVA CLASSE "C"

Tendo em vista a importância do tema, reproduzimos post do sitio "Conversa Afiada" que reproduz trecho da entrevista que Renato Meirelles deu a Kennedy Alencar na RedeTV, que trata da impressionante expansão da classe média brasileira. (...)

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

TERRORISMO NO BRASIL: MAIS UM "LEGADO" DO BOLSONARISMO


Por: Odilon de Mattos Filho
O conceito de ataque terrorista, segundo alguns historiadores tem origem “no século I d.C., quando um grupo de judeus radicais, chamados de sicários (Homens de punhal), atacava cidadãos judeus e não judeus que eram considerados a favor do domínio romano. Outros indícios que confirmam as origens remotas do terrorismo são os registros da existência de uma seita mulçumana, no final do século XI d. C. que se dedicou a exterminar seus inimigos no Oriente Médio. Dessa seita teria surgido a origem da palavra assassino1

Atualmente e hipocritamente esse conceito de ato terrorista está muito ligado a algumas religiões islâmicas, não obstante observamos que os EUA, ditos paladinos da democracia, já ter realizados inúmeros ataques contra vários povos do mundo que podemos classificá-los  de ato terrorista, só não o é devido a imprensa sabuja, capitalista e subserviente ao império estadunidense que tenta vender outra imagem do país.

Uma das poucas Nações não consideradas alvos de atentados terroristas dos principais grupos do mundo é o Brasil e isso em virtude, até então, de suas características políticas, religiosas e sociais. No campo político tínhamos no Século passado, a forte presença da direita conservadora representada pelo integralismo e depois pelo udeno-lacerdismo, movimentos políticos que lutavam  no campo das ideias. Já neste século essa característica política modificou-se e a partir do ano de 2016, surge com bastante vigor a extrema-direita que colocou o Brasil no centro  do terrorismo doméstico.

É sabido que a eleição de Bolsonaro em 2018 foi o estopim para que o caldo social do país se transformasse, ou para alguns, se revelasse mostrando o seu lado sombrio que até então, era uma particularidade do período de exceção mas que, lamentavelmente, contaminou boa parte dos civis e fez com que aflorasse no Brasil a cultura do ódio, da violência, do preconceito, da misoginia e da ideologia extremista da direita, inclusive, com a defesa de torturadores e é claro o discurso pela volta da ditadura militar.

Empossado o presidente Bolsonaro em 2019, esses discursos começaram a se recrudescer e teve no presidente da república o seu principal mentor e incentivador dessas posturas antidemocráticas.

Passados os quatro anos deste desgoverno veio a eleição de 2022 e a disputa voto a voto entre Bolsonaro e Lula. Em artigo anterior onde discutimos essa eleição demonstramos a seguinte inquietação: como um presidente da república, que levou o país à total degradação das relações sociais, políticas, econômicas e com permanentes ataques ao Estado Democrático de Direito e que no campo pessoal, com um comportamento autoritário, misógino, homofóbico, racista, sexista e negacionista conseguiu 58 milhões votos?

Neste contexto e mesmo sabendo que o bolsonarismo é pobre e primário como ideário político e como fenômeno de massa, fica, também, a inquietação para saber se este período de fascistização do movimento de extrema-direita do Brasil, terá eco no futuro ou se isso não passou de um efêmero modismo que brevemente será rechaçado pelo povo brasileiro e pelo próprio processo de democratização do país. Por enquanto a reposta é não, pois, estamos observando uma certa resiliência desse movimento e tudo indica que a situação política está se agravando, especialmente, por meio de grupos denominados “bolsonarista raiz”, um fração organizada dentro do movimento bolsonarista que é financiada por empresários fascistas que estimulam e patrocinam manifestações fora dos padrões democráticos, ou seja, o país começa sofrer atos de terrorismo doméstico  praticado por esses grupos com o claro propósito de desestabilização política e social, objetivando criar um álibi para que as Forças Armadas tentem uma ruptura institucional com base no artigo 142 da CF/88, aliás, dispositivo interpretado de maneira delirante pela extrema-direita tupiniquim!

A preparação de um atentado a bomba nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília com o propósito de impedir a posse do presidente Lula no dia 1 de janeiro é um claro sinal de que a situação é gravíssima. O empresário do ramo de combustível que planejou tudo, se chama George Washington de Oliveira Sousa, ele foi preso e confessou o crime, ou melhor, o atentado terrorista que pretendia realizar. Disse o terrorista em seu depoimento: “Eu resolvi elaborar um plano com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das Forças Armadas e a decretação de estado de sítio para impedir instauração do comunismo Brasil. No dia vários manifestantes do acampamento conversaram comigo e sugeriram que explodíssemos uma bomba no estacionamento do Aeroporto de Brasília durante a madrugada e, em seguida, fizéssemos denúncia anônima sobre a presença de outras duas bombas no interior da área de embarque”.

Nesta mesma linha, ha fortes indícios de que a preparação deste ato terrorista em Brasília é parte de um plano mais audacioso da extrema direita terrorista, ou seja, o  objetivo é detonar atos violentos em várias partes do país. A propósito, segundo o experiente jornalista Vicente Nunes, “trocas de mensagens cifradas na dark web e no Telegram apontam para movimentos anormais no país com o intuito de tentar impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro de 2023. Os diálogos vêm com alertas para todos se prepararem para meses de forte confusão, sobretudo em estados como São Paulo e Rio de Janeiro2",

Outro fato que chama atenção, inclusive, gerou alerta internacional é o silêncio de Bolsonaro e de seus aliados frente a essa onda de terrorismo. Um silêncio preocupante que remete as táticas do fascismo. Aliás, nesse sentido o professor Michel Gherman, do departamento de sociologia da UFRJ e coordenador do Núcleo de Estudos Judaicos, mostrando a sua preocupação com o atual momento disse que “essa é a ponta de um iceberg do qual não temos uma noção completa de sua dimensão. A lógica do silêncio é típica da extrema direita. Uma lógica de que não controlo, de que não oriento e apenas mostro a direção a partir de códigos.3.”

Um dado também inquietante de toda essa trama, é o fato desses terroristas tupiniquins estarem acampados em áreas consideradas do Exército e, portanto, área de segurança nacional onde não é permitido esse tipo de manifestação. Essa leniência é no mínimo comprometedora, pois, como o serviço de inteligência do Exército não soube dessa tentativa de ato terrorista, sendo que o mesmo foi planejado, conforme disse o próprio terrorista George Washington, na porta do QG do Exército de Brasília? Isso é no mínimo estranho para não dizer conivência!

Outro fato que devemos destacar e que mostra a gravidade do momento, pois trata-se de uma área sensível que é a militar, é a notícia de que o atual comandante da Marinha, Almirante,  Almir Garnier Santos não vai fazer a transmissão do cargo antes da posse do presidente Lula, o fará depois da posse, e segundo noticiado não prestará continência ao presidente Lula, ou melhor, ao comandante-em-chefe, ou seja, estará cometendo um ato de insubordinação hierárquica e se isso se confirmar, esperamos que o comandante-em-chefe, Luis Inácio Lula da Silva tome as devidas medidas para punir, nos termos da lei, o milico insubordinado, até como exemplo para a tropa.  

Por fim, temos o mesmo entendimento de que o momento é muito grave e de total alerta, porém, somos de opinião que não se pode recuar na realização de uma posse popular do presidente Lula, isso seria um suicídio político e demostraria fraqueza e covardia do futuro governo o que daria mais fôlego a estes terroristas. Aliás, nesse sentido o sempre respeitado José Genoíno com a costumeira precisão alertou: “Na posse de Lula nós temos de ocupar Brasília, tem que ser uma posse massiva e popular para mostrar a resposta que se dá ao próprio fascismo. Toda vez que a esquerda recua vai para o apaziguamento e diminui a intensidade das manifestações para enfrentar a violência e as armas, eles (os golpistas) se tornam poderosos e conseguem o objetivo que é ameaçar. Eles falam que vai ter golpe a gente vai recuando, não é o caminho mais adequado4”. Faço minhas as palavras do companheiro José Genoíno..!





















































 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 





1 Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/historia/terrorismo.htm
2-Fonte:https://blogs.correiobraziliense.com.br/vicente/terroristas-apoiadores-de-bolsonaro-planejam-acoes-em-varias-partes-do-brasil/
3Fonte:https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2022/12/27/silencio-de-bolsonaro-diante-de-ameacas-golpistas-gera-alerta-internacional.htm
4Fonte:https://www.brasil247.com/brasil/ocupacao-popular-em-brasilia-na-posse-de-lula-sera-a-melhor-resposta-ao-fascismo-afirma-jose-genoino

 

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

COPA DO QATAR: DO GLAMOUR AS VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS

Por: Odilon de Mattos Filho
No domingo, dia 18/12/2022 o Planeta Terra parou para ver a grande final da Copa do Mundo do Qatar entre as seleções da Argentina e França, com a vitória do hermanos na disputa dos pênaltis. 

Com essa Copa do Qatar completou-se a 22ª edição da maior competição de futebol do mundo desde a primeira em 1930 no Uruguai. Essa história começa em 1928 com o francês Jules Rimet que dá o ponta pé inicial na organização desse evento. Aliás, a Taça Jules Rimet foi entregue aos capitães das seleções vencedoras das Copas do Mundo dos anos de 1930 até 1970, já a partir da Copa do Mundo de 1974, o Troféu passou a denominar-se Troféu Copa do Mundo FIFA.

Os grandes vencedores da Copa do Mundo estão divididos em apenas dois continentes: Americano e Europeu. O primeiro tem 10 e o segundo 12 títulos. A América tem os seguintes campeões: Brasil maior vencedor com 5 títulos, Argentina 3 títulos e Uruguai 2 títulos. Europa: Alemanha 4 títulos, Itália 4 títulos, França 3 títulos e Espanha 1 título.

A Seleção brasileira além de ser a equipe com maior número de títulos, foi a única a participar das 22 edições da Copa do Mundo e tem o segundo maior artilheiro dessa competição, o ex-jogador, Ronaldo ”Fenômeno” com 15 gols, sendo o primeiro artilheiro o jogador da Alemanha Miroslav Klose com 16 gols.

A Copa do Mundo antes vista como um popular torneio de futebol e com pouca badalação, passou depois da Copa de 1970 ou 1974, a ser uma competição onde a força da grana e a corrupção dominam a organização do evento, ou seja, a Copa do Mundo se transformou em um verdadeiro show business. Não à toa, que por imposição da FIFA as sedes da Copa do Mundo são obrigadas a construir luxuosas Arenas no lugar dos populares estádios e os valores dos ingressos são estupidamente majorados o que mostra, contraditoriamente, que o futebol que já foi o esporte mais popular do mundo, caminha, passos lagos, para ser o esporte mais elitizado do mundo.

A última edição da Copa do Mundo que acabamos de assistir no Qatar é emblemática e corrobora a afirmação do poder do dinheiro e a corrupção que campeia na organização dessa competição. Segundo o site da CNN Brasil “...a eleição do Qatar foi cercada de controvérsias. Uma investigação de 2014 do jornal inglês Sunday Times afirmou que o pais árabe pagou mais de U$$ 5 milhões, cerca de R$ 25,7 milhões em propinas para garantir apoio à sua candidatura. A acusação, baseada em e-mails detalhando os supostos pagamentos, ganhou força já que o Catar foi considerado um local de alto risco de acordo com relatórios da própria FIFA, dado o calor intenso. A situação fez com que o campeonato fosse adiado para novembro, em medida excepcional..1

Mas além desse caso de corrupção a copa do Qatar foi marcada, também, por várias outras denúncias, como por exemplo, censura, violações das liberdades individuais e dos direitos humanos, em especial contra membros da comunidade LGBTQIA+, violência contra mulheres, contra imigrantes, jornalistas, etc. Mas se tudo isso não bastasse, houve inúmeras denúncias durante a construção das Arenas esportivas onde os trabalhadores foram submetidos a um regime análogo ao da escravidão. O Qatar possui um sistema de trabalho denominado kafala que é um sistema de trabalho predominante do país e de outros países do Golfo Pérsico. Neste sistema os trabalhadores são obrigados a trabalhar de segunda a domingo, sem medidas de segurança, sob temperaturas extremas, vivendo amontoados em acampamentos que as próprias empresas colocam à sua disposição, onde dividem um quarto com até oito pessoas, sem higiene, sem proteção e com precária alimentação.

A propósito, artigo publicado pelo jornal inglês The Guardian noticia que “mais de 6.500 trabalhadores imigrantes da Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Siri Lanka morreram no Catar nos últimos 10 anos. Os trabalhadores imigrantes que trabalharam para as obras de preparação da Copa do Mundo foram vítimas de abusos sistemáticos e, em alguns casos, até trabalho forçado, segundo relatório divulgado pela organização Anistia Internacional. Além disso, os imigrantes não possuem permissão para sair do país, nem para mudar de empresa ou empregador e tiveram seus passaportes e documentos de identidade retidos.2"

Realmente, muita coisa foi denunciada antes e depois da Copa do Mundo, mas o que nos chama atenção é como a FIFA, fechou os olhos para essas atrocidades que acontecem no Qatar e, ainda, se submeteu a vontade da ditadura monárquica e ameaçou e censurou os atletas de fazer qualquer tipo de protesto ou manifestação em favor da comunidade LGBTQIA+ e de outros grupos minoritários. Aliás, sete seleções europeias haviam decidido utilizar a braçadeira de capitão com as cores do arco-íris LGBTQ+, porém, devido às ameaças da Fifa de, além de aplicar multas, também punir com cartões amarelos os jogadores, as equipes acabaram optando por suspender a manifestação.

Mas, não obstante essas censuras a Copa do Qatar tentou de todas as formas passar uma imagem de inclusão social e para tanto, a organização usou e abusou do tokenismo e do diversity washing, em especial na abertura do evento. O tokenismo (token símbolo em inglês) é um conceito que se presta a explicar uma inclusão simbólica e pontual (por meio de uma pessoa ou de um “símbolo”) fazendo concessões superficiais a grupos minoritários, transmitindo uma imagem progressista somente para gerar uma sensação de igualdade. Já a diversity washing (lavagem da diversidade) muito comum nas empresas e marcas é utilizada em campanhas e posicionamentos em prol da diversidade, dando visibilidade em diversos canais e aumentando o valor da marca, porém, sem ter ações internas e uma cultura verdadeiramente inclusiva na interação com seus stakeholders (acionistas).

Mas mesmo diante das tentativas de camuflagens das atrocidades cometidas no país sede da Copa, o Torneio, malgrado os resultados esportivos serem positivos, ficou marcado negativamente. Aliás, a grande jornalista Milly Lacombe, resumiu bem o que foi a competição: "..Termina a Copa do Mundo da ditadura do Qatar. O futebol, soberano, prevalece sobre as ruínas morais da Fifa, do absolutismo monárquico dos anfitriões, da censura a manifestações políticas, da ausência de mulheres e de pessoas LGBTQs...O Qatar é indefensável e a Fifa deve ser corresponsável pelo horror...Foi a Copa num país em que não ser um homem local de comportamento heterossexual faz de você um ser humano inferior. [Nessa Copa] tudo foi feito por homens para homens entre homens...3


Essa foi a copa do mundo no Qatar que além de levantar uma série de reflexões sobre diversidade, inclusão e os malefícios do capitalismo na nossa sociedade, no campo esportivo deixou um legado que veio dos nossos hermanos da seleção Argentina: um time com muito foco, planejamento, coletividade e muita garra e tudo isso somado à genialidade de um atleta "extraterrestre" chamado Lionel Messi, só poderia ter um resultado: Argentina, depois de 36 anos, conquista o seu terceiro título mundial. Parabéns aos nossos hermanos argentinos que tão bem representou a  "Gran Patria Latino-americana".


quarta-feira, 30 de novembro de 2022

QUEIRA OU NÃO QUEIRA, LULA É O COMANDANTE EM CHEFE

Por: Odilon de Mattos Filho

Não obstante a classe trabalhadora está ansiosa para ver o fim deste governo, o cenário nos afigura um pouco obscuro. Não podemos nos enganar com o silêncio obsequioso e com a imagem catatônica do "capetão/presidente e tampouco menosprezar as manifestações golpistas de algumas figuras do oficialato das Forças Armadas, pois, tratam-se de militares astutos e com DNA, conspiratório, portanto, todo cuidado é pouco!

Mas independente dessa situação de golpe no ar, na terra e no mar, a equipe de transição foi formada e segue no seu árduo trabalho de apurar e relatar os desmandos e o caos financeiro, econômico e social provocado pelo atual governo e que certamente vai dá muito trabalho para os futuros ministros do governo Lula colocar tudo nos trilhos. Aliás, inobstante ser uma incógnita os nomes dos próximos ministros, já se sabe que o governo Lula será formado por uma perigosa e amplíssima aliança que nos leva novamente ao pessimismo quanto a realização das contrarreformas e das reformas que tanto a classe trabalhadora e a sociedade em geral almejam. É novamente a conciliação de classe e a velha narrativa da governabilidade.

Aliás, as conversas ou barganhas com o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira para garantir a sua reeleição em troca do apoio pela aprovação da chamada PEC da Transição já é um sinal perigoso do que pode vir. Não se deve perder de vista, que o deputado Arthur Lira tem o Centrão em suas mãos, é homem de confiança do presidente derrotado e o grande articulador do orçamento secreto, que transformou o regime presidencialista em uma espécie de semipresidencialismo, por essa e outras razões, Arthur Lira não é um político confiável, assim como não foi o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e o resultado todos sabem!

A propósito, André Barbieri se valendo de um diálogo de Leon Trótski com os operários austríacos, escreveu com muita clareza o que significa essa conciliação: “... A aliança com a burguesia (considerada como parte das “forças antifascistas”) significa prorrogar a luta de classes, secundarizar a mobilização e organização independente para enfrentar a extrema direita. Do ponto de vista do enfrentamento a um fenômeno fascista, significa renunciar à aplicação cirúrgica do único remédio eficaz....A luta contra o fascismo não se resolve em eleições, mas nos confrontos da luta de classes, cuja premissa é a independência política diante de todas as frações burguesas1”.

Com relação a governabilidade o fato é que se faz imperioso e urgente que o governo Lula mantenha o diálogo permanente com os movimentos sindicais, sociais e estudantis, pois, será o povo e os trabalhadores organizados que ajudarão nessa governabilidade e que será a linha de frente para combater qualquer tentativa de ruptura por parte da chorosa extrema-direita tupiniquim.  

Mas afora todo este imbróglio da composição e dos arranjos do governo Lula e do apoio no Congresso Nacional, um fato está chamando atenção: não houve grupo de trabalho para a transição da área de Defesa, assim como aconteceu com todas os setores da administração.

Sabemos que a área da Defesa se transformou depois de 2018 em um setor ameaçador e com maior poder de pressão do que o "deus mercado". O desejo dos militares de tutelar o país é cada vez maior, portanto, somos pelo  entendimento de que o futuro governo não pode abrir espaço para negociações, já basta o absurdo da anistia, tem que deixar claro e determinado que lugar de militar é na caserna e quem manda nas Forças Armadas é o comandante em Chefe, que a partir do dia 1º de Janeiro é o senhor presidente, Luís Inácio Lula da Silva e isso tem que ser dito alto e bom som!

Porém, as notícias ou especulações que nos chegam não vão neste sentido. Segundo noticiado, o futuro Ministro da Defesa pode ser o ex-presidente do TCU, José Múcio Monteiro Filho, um político “não radical”, de um de perfil “ideologicamente comedido” e que diga-se de passagem, lubrificou o golpe contra a presidenta Dilma. O nome de José Múcio, segundo noticiado, agradou as Forças Armadas, tanto que um general teria dito que foi um “golaço” essa indicação, isso não é bom sinal, tem cheiro de chantagem, pois, por que agradar os militares, o que eles fizeram para merecer agrados?

Mas não obstante esse fato, outra informação nos deixou perplexo. Foi noticiado que os três Comandantes das Forças Armadas quererem antecipar a transmissão dos seus cargos antes da posse do Lula, aliás, seria um ineditismo absurdo. Está evidente, essa artimanha dos comandantes: os caras não querem se submeter ao ao futuro presidente, ou seja, bater continência para o comandante em Chefe das Forças Armadas que será o presidente Luís Inácio Lula da Silva, pois, assim como o presidente derrotado, esses milicos não aceitam o resultado das urnas, ou melhor, não aceitam esse instrumento da democracia, afinal, eles foram adestrados por uma "Escola" onde a "grade curricular" tem o foco no autoritarismo  oriundo do período da ditadura militar.

Portanto, se verdadeira essa jogada dos atuais comandantes das Forças Armadas, somos de opinião que a equipe de transição e o próprio presidente Lula, deveria “abortar”, imediatamente, essa intenção, pois ela não passa de uma desfaçatez, desprezo e uma clara afronta ao futuro presidente, sem contar os aspectos esdrúxulos dessa situação, o presidente Lula indica os novos comandantes das três Forças Armadas, mas quem assina o decreto de nomeação dos mesmos será o atual presidente, ou pior, há rumores que o presidente derrotado não vai assinar o Decreto, isso acontecendo as Tropas ficariam sem comando, ou seja, vai virar a  “casa da mãe Joana”. Fica evidente que isso não pode acontecer, sob pena da relação dos subordinados ao futuro Comandante em Chefe já começar conflituosa, anarquizada e com uma boa pitada de insubordinação.

Dessa maneira, tem que deixar muito claro, queira ou não queira, o presidente, Luís Inácio Lula da Silva é o comandante em Chefe das Forças Armadas e todos os militares de maneira disciplinada estão subordinados a ele e a seu comando. É simples assim!

 



1 Fonte: https://www.esquerdadiario.com.br/Fascismo-ou-bonapartismo-Licoes-de-Trotski-para-pensar-o-Brasil


quarta-feira, 23 de novembro de 2022

SARAVÁ IRMÃS E IRMÃOS PRETOS..!

Por: Odilon de Mattos Filho
Foi sancionada em 2011 pela Presidenta Dilma Rousseff a Lei nº 12.519/2011, que institui o Dia 20 de Novembro como “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”. Essa data foi escolhida em memória do grande Líder Zumbi dos Palmares, maior representação da resistência negra quanto à sua situação de escravidão e  aos poderes coloniais. Zumbi foi assassinado no 20 de novembro de 1695 e teve suas mãos cortadas e sua cabeça decepada, salgada e de depois levada para Recife onde ficou em exposição em praça pública. A crueldade contra o povo preto chegava no auge da barbárie e o resto dessa triste história é de conhecimento de todos nós!

Entendemos que do ponto de vista simbólico não há dúvida da importância dessa data, porém, sob a perspectiva do povo negro esse Dia deve ser de muita agitação, reflexão e debates sobre as violências físicas, morais, materiais e psicológicas sofridas pelos irmãos negros por meio do racismo estrutural e institucional que campeia pelo país afora.

Neste contexto, não há como dissociar essa escandalosa e desumana discriminação e exclusão social do capitalismo selvagem que patrocina uma abjeta concentração de renda em detrimento ao sofrimento do povo pobre do Brasil.

Neste diapasão, não podemos nos esquecer também, que a partir do golpe de Estado parlamentar em 2016, patrocinado dentre outros, pelo “deus” mercado, várias políticas sociais foram excluídas e inúmeras conquistas do povo negro sofreram retrocessos e nessa mesma trilha o racismo antes velado, foi colocado para fora e recrudescido durante o governo Bolsonaro que também, ficará marcado pela exclusão social que levou o Brasil, novamente, ao triste mapa da fome, aliás, os dados sociais comprovam essa insidiosa discriminação e o abismo social que se encontra o país.

A propósito, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio - PNAD, divulgada pelo IBGE no início de novembro deste ano, corrobora essa afirmativa da discriminação e do apartheid social que toma do país, senão vejamos: segundo o PNAD, a hora de trabalho de uma pessoa preta no Brasil, valeu 40,2% menos que a de um branco entre abril e junho deste ano. Em 2021 o rendimento médio dos brancos foi R$ 3.099, enquanto dos pretos foi R$ 1.764. No mercado informal os dados, também mostram o tamanho dessa discriminação. Segundo o mesmo PENAD o percentual de pretos, no mercado informal de trabalho chegou a 48,4% em 2019, enquanto o percentual de trabalhadores brancos foi de 32,5%. Outra pesquisa mostra que dentre as 500 empresas de maior faturamento do Brasil, 58% dos aprendizes e trainees são negros, nas gerências eles são 6,3% e no quadro executivo, a proporção de negros é de apenas 4,7%. Essa mesma pesquisa aponta, também, que 63% das mulheres negras já foram discriminadas em processos seletivos para vagas de empregos formais e que entre 2017 e 2020, 61% das mulheres vítimas de feminicídio eram negras.

Portanto, esses dados publicados pelo IBGE somados a incessante postura de ódio, violência e de preconceito de boa parte da sociedade, nos faz concluir que, realmente, as elites do país, ainda carrega consigo, o espírito escravocrata de outrora, isto é, estamos diante de um processo histórico que modela a sociedade até hoje, ou seja, é o racismo estrutural na sua pura e abjeta essência.

Por essa e outras razões, há a imperiosa necessidade de nos posicionarmos individual e coletivamente contra toda forma de racismo e de segregação, denunciando e nos colocando ao lado e à disposição dos nossos irmãos pretos para resistir e lutar contra essa abjeta e criminosa situação de discriminação e racismo que permeia o país.

Já no campo institucional e frente as incalculáveis injustiças sofridas pelo povo negro ao longo destes últimos 490 anos, esperamos que o novo governo Lula retome as políticas de inclusão social, as políticas afirmativas, em especial, da promoção da igualdade racial e reconheça o povo negro como sujeito e protagonista de nossa história. Aliás, somente com essas e outras medidas, podemos forjar uma Nação inclusiva, justa, fraterna, igualitária e verdadeiramente democrática. Saravá irmãs e irmãos pretos...!

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

A VERDADE VENCEU O MEDO E A MENTIRA

Por: Odilon de Mattos Filho
Passada a refrega eleitoral, somos instados a fazer uma breve análise sobre este pleito, que sem dúvidas, foi marcado pela fake news, mentiras, pelo ódio, o medo, o uso desenfreado da máquina pública, enfim, por vários episódios grotescos e muito sórdidos. Evidente que isso não seria diferente, pois, o atual presidente e ex-candidato à reeleição, sem um discurso consistente e sem Projeto Político, apostou no tudo ou nada para ganhar as eleições. Aliás, esta foi à única saída para tentar afastar o caráter plebiscitário e comparativo desta eleição, ou seja, o confronto entre os Governos de Lula e do atual ocupante do Palácio do Alvorada.

E foi neste contexto, não obstante a presença de outros candidatos na disputa, que a eleição ficou mesmo polarizada entre dois campos políticos: de um lado a extrema-direita representada pelo inominável e de outro as forças progressistas representada por Lula e assim veio o primeiro turno das eleições e Lula venceu com 48,45% dos votos. Já seu principal adversário obteve 43,20% dos votos. Ciro Gomes amargou uma quarta colocação e Simone Tebet ficou com o honroso terceiro lugar com 4,16% dos votos.

Em seguida aconteceu o segundo turno das eleições e como já era de se esperar a extrema-direita fez de tudo para vencê-la. O candidato da situação usou e abusou da máquina pública e o que se viu foi a inércia da PGR e do TSE. Um dos casos mais emblemático neste segundo turno, foi o aparelhamento das forças de segurança pública, em especial, da PRF que protagonizou um dos momentos mais grotesco e abjeto dessa eleição. A PRF, possivelmente, a mando do governo, simplesmente organizou 560 blitz pelo país afora, e dessas, "coincidentemente", mais da metade foi na região nordeste. O objetivo, não obstante as explicações da PRF, foi na verdade, tentar impedir ou dificultar que eleitores fossem votar. O absurdo foi tamanho que até ordem judicial emanada do presidente do TSE foi descumprida pelo direitor-geral da PRF para levar a cabo a sórdida estratégia.

Mas parece que PRF não parou de agir politicamente e mais uma vez foi leniente em suas ações. Desta feita foi nos casos dos bloqueios das estradas brasileiras que começaram logo depois do resultado das eleições. Um movimento de caminhoneiros bolsonaristas que não reivindicavam absolutamente nada e que não passou de um movimento político de derrotados que objetivou, tão somente, criar um clima de terror na esperança do seu "mito" tomar alguma medida em defesa do movimento, de preferência a ruptura institucional. No entanto, esqueceram-se que o seu presidente não tem forças para mais nada, está totalmente isolado e abatido com os resultados das urnas.

Mas voltando ao objeto do nosso texto, encerrada a votação começou a apuração dos votos e o que se viu foi uma eleição disputada voto a voto até o final da apuração quando foi consagrado o presidente Lula como vencedor com 60.345.999 milhões votos e seu adversário com 58.206.354 votos, uma diferença de 2.139.645 milhões de votos. Lula virou a eleição e venceu graças a força, a valentia e a conhecida resistência do povo de sua terra, o mágico nordeste.

Terminada mais uma eleição e como dito alhures, somos instados a fazer uma análise e especialmente tentar explicar esse abjeto movimento da extrema-direita tupiniquim.

A primeira conclusão que chegamos que, aliás, é uníssona no campo progressista, mas não publicitada por algum tipo de receio, é que o Brasil precisa, urgentemente, de uma Constituinte exclusiva, livre e soberana para escrever uma nova Constituição Federal, na qual um dos pontos cruciais seriam a Reforma Política e das Instituições. A segunda conclusão é que se não fosse a liderança que o Lula, ainda exerce, na classe trabalhadora, certamente, o presidente seria reeleito. A última não se trata de conclusão, mas sim, de uma inquietação de fundo sociológico que, aliás, é o tema central dessa discussão: como um presidente da república, que levou o país à total degradação das relações sociais, políticas, econômicas e com permanentes ataques ao Estado Democrático de Direito e que no campo pessoal, tem um comportamento autoritário, misógino, homofóbico, racista, sexista e negacionista conseguiu 58 milhões votos?

No modesto entendimento, há um elemento crucial, mas obviamente não conclusivo, para tentar responder essa pergunta: e a resposta pode ser a força da religião, ou melhor, a força das "organizações religiosas", como bem nos ensina o professor Reginaldo Nasser. Aliás, o documentário "As Vozes de Bolsonaro" da jornalista Carla Araújo do Portal UOL nos dá uma boa dimenssão do peso da religião no movimento bolsonarista. Porém, vale registar que está claro que essas organizações religiosas não estão sozinhas nesse movimento de extrema-direita,  evidente que há, também, outros estratos sociais que se juntam a essa corrente política que tomou conta do país durante esses últimos cinco anos.

Outra explicação para essa possível dicotomia é explicada pela psicologia como dissonância cognitiva e efeito manada. A dissonância é um viés cognitivo que ocorre quando as pessoas precisam dar coerência às suas crenças quando estas são desmentidas pelos fatos. O conceito remete à necessidade, do indivíduo, de procurar coerência entre suas cognições (conhecimento, opiniões ou crenças). A dissonância ocorre quando existe uma incoerência entre as atitudes ou comportamentos que acredita serem certos e o que realmente é praticado. Já  o efeito de manada se refere à tendência de seguir o comportamento de um grupo. Para entender como ele funciona, é preciso considerar que o cérebro humano sempre busca formas de poupar energia. Assim, algumas decisões são feitas de forma automática, sem muita reflexão.

Mas, não obstante essas observações ficou claro que embora o “Capetão” se caracteriza mais como um bonapartista, seus discursos se espelham muito no fascismo clerical, aliás, o slogan do atual governo, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” se assemelha muito ao slogan do fascismo, “Deus, Pátria e Família”. Aliás, esse movimento bolsonarista busca influências, também, em outras organizações fascistas, como, por exemplo, o "Integralismo" criado por Plínio Salgado Corrêa na década de 1930, e/ou no movimento chamado "Tradição, Família e Propriedade (TFP) criado nos anos de 1960. Outra influência que podemos destacar é no movimento estadunidense de extrema-direita denominado QAnon.

Neste contexto, se sabe que o “capetão” conseguiu emplacar um governo quase teocrático, praticamente dominado por religiosos “terrivelmente evangélicos”, inclusive, dois ministros do STF indicados pelo “capetão” seguem essa cartilha, ou melhor, seguem a Bíblia do presidente. E foi nessa linha fundamentalista que o governo apresentou a abjeta pauta de costumes e com isso ganhou a elite conservadora do país e conseguiu cooptar, em definitivo, não só por meio dessa pauta, mas também, pelas benesses governamentais (Bolsolão), várias Igrejas Evangélicas, ou melhor, organizações religiosas, especialmente, as pentecostais. Aliás, para mostrar o peso dos evangélicos nas eleições, vale registrar que 31% da população brasileira é evangélica. O Brasil é hoje o maior país pentecostal do mundo, com aproximadamente, 40 milhões de fiéis submissos a Pastores a serviço do Poder. Mas não é verdade que a pauta de costumes encontra eco apenas junto aos evangélicos, ela está muito presente, também, no meio católico, em especial, no Movimento da Renovação Carismática Católica (RCC), um segmento da Igreja Católica muito conservador que nasceu nos EUA na década de 1960 e foi enviado para América do Sul, com a concordância de Papas, com objetivo de sufocar a Teologia da Libertação.

Mas afora este aspecto religioso há outro elemento que se soma e pode ajudar a explicar essa votação do inominável: a política econômica do seu governo que nitidamente teve muito peso nessa eleição, afinal, essa política foi concebida para atender aos interesses do mercado e esse agrado certamente, foi recompensado com boa parte do financiamento da campanha eleitoral do atual ocupante do Palácio do Alvorada.

De resto, sabe-se que o bolsonarismo é pobre e primário como ideário político e como fenômeno de massa, mas de qualquer forma fica a expectativa em saber se este período de fascistização do movimento de extrema-direita, terá eco no futuro ou se isso não passou de um efêmero modismo que brevemente será rechaçado pelo povo brasileiro e pelo próprio processo de democratização do país. Outra reflexão desafiadora é saber qual será o papel da religião nesse movimento de extrema-direita que teve, assustadores cinquenta e oito milhões de votos em 2023.

Diante de tudo isso, fica o entendimento de que cabe agora as forças progressistas manter a unidade para a fase mais difícil de todo esse processo: governar o país e fazer as contrarreformas e reformas que tanto a classe trabalhadora almeja, lembrando, porém, que o governo Lula terá pela frente um Congresso fisiológico, muito conservador e disposto a tudo para impedir a governança, por isso, é imperioso para o governo manter o diálogo permanente com os movimentos sindicais, estudantis e populares, pois, será o povo e os trabalhadores organizados que ajudarão na governabilidade, lembrando, ainda, que as forças progressistas do país tiveram uma importante vitória eleitoral, mas ainda não foi a vitória política definitiva.

Por fim, vale citar a célebre frase do filósofo empirista, Francis Bacon que espelha muito bem o que vivemos nessa quadra: “A verdade é filha do tempo, não do autoritarismo".

 

 

terça-feira, 27 de setembro de 2022

O MUNDO QUER LULA PRESIDENTE...!

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

UM 7 DE SETEMBRO “BROCHANTE”


Por: Odilon de Mattos Filho

O Brasil comemorou no dia 7 de Setembro de 2022, duzentos anos de sua pseudaindependência, uma comemoração realizada a vinte quatro dias de uma das mais importantes eleições do país, onde claramente, está em jogo a democracia com Lula ou a barbárie com Bolsonaro.

Muitos analistas, inclusive, este modesto escriba, apostava que essa comemoração da Independência poderia desencadear um processo de ruptura institucional, pois, os sinais foram muitos, inclusive, a notícia de que os Chefes dos Poderes Legislativos e Judiciário não compareceriam, ao Desfile Oficial de 7 de Setembro em Brasília.

Mas, na verdade, o presidente da república de plantão, brochou, acovardou-se e transformou a comemoração oficial em palanque de campanha eleitoral onde como sempre, direcionou suas falas aos seus fieis seguidores, porém, neste ano o “capetão” se superou e conseguiu, não só inflamar seus asseclas, mas, especialmente, constranger e envergonhar toda Nação com um discurso recheado de um palavreado chulo e desmedido.

O presidente discursando em Brasília enalteceu a sua esposa dizendo: “...Podemos fazer várias comparações, até entre as primeiras-damas...Não há o que discutir, uma mulher de Deus, família e ativa na minha vida1”. Depois de sua fala beijou sua esposa e o público estimulado pelo próprio presidente que tem uma necessidade imensa de se mostrar como modelo de macho começou a gritar “imbrochável, imbrocháve, imbrochável”. Este foi o grito de independência!

A propósito, comentando essa sandice sexual em pleno ato oficial, o jornalista, Moises Mendes escreveu com muita precisão: “... Ao repetir cinco vezes que é imbrochável, no ato do 7 de Setembro em Brasília, Bolsonaro estava pedindo socorro, mas não como o homem ameaçado pelo fracasso na cama.O que Bolsonaro teme perder é a sua virilidade política. Foi o cara acossado pela realidade das pesquisas e pela incapacidade de reagir que discursou e pediu um coro para o seu slogan de imbrochável..,A masculinidade em questão é a mais ampla possível e está muito além dos limites dos seus dramas e déficits sexuais. Bolsonaro é um homem atormentando pela sua impotência como fascista que pode ser corrido do poder pelo voto que vai eleger Lula2”.

Afora essas infâmias distribuídas pelo presidente de plantão durante as comemorações do 7 de Setembro, que diga-se de passsagem não houve nenhuma fala sobre o bicentenário da independência, o bonapartista Bolsonaro e sua camarilha, simplesmente, apoderaram-se da data do 7 de Setembro e do nosso símbolo maior, a Bandeira do Brasil e os transformaram em adereços para a sua propaganda eleitoral, transformando a comemoração oficial do bicentenário da independência em sua campanha eleitoral, um fato ultrajante que, inclusive, pode caracterizar crime eleitoral e crime de responsabilidade.

Aliás, neste sentido vários juristas se manifestaram. O jurista Wálter Maierovitch disse que “o que resultou nessa sua conduta? Crime de responsabilidade previsto na Constituição. Fazendo um resumo do resumo, eu vi abuso de poder político e violação do código eleitoral”, Já para Pedro Serrano “há um ilícito perante a Justiça Eleitoral, passivo até de perder a candidatura. Além disso, ele também está sujeito a tomar uma ação de improbidade administrativa”. Por fim, o Dr. Antônio Carlos de Almeida Castro afirmou que “esse talvez seja o caso mais claro de abuso de poder econômico e também de autoridade. Não tem nenhuma dúvida de que Bolsonaro usou a estrutura do Estado pra poder se promover. Foi algo vergonhoso3”.

Portanto, e sem nenhuma ilusão com as instituições, entendemos que há uma imperiosa necessidade da manifestação do Ministério Público e das Cortes Supremas do país acerca desses possíveis crimes cometidos por esse bonapartista de plantão chamado Jair Messias Bolsonaro, caso contrário, essas autoridades judiciais estarão encorajando esse arremedo de ditador à aventuras mais extravagantes que ultrapassam essa pantomima tragicômica, levando o Estado a uma maior decomposiçaõ e por conseguinte colocando em risco a nossa incipiente e fraca democracia.

De resto e diante dessa trágica situação, cabe a nós e aos setores progressistas da soceidade convencer as pessoas de que a opção possível no momento é colocar um fim nessa aberração, ainda no primeiro turno das eleições, ou seja, derrotar, ou melhor, brochar este pseudomacho que habita provisoriamente o Palácio da Alvorada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



1 Fonte: https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2022/09/07/bolsonaro-puxa-coro-de-imbroxavel-e-compara-mulheres-michelle-e-princesa.htm
2 Fonte: https://www.brasil247.com/blog/a-verdadeira-impotencia-que-atormenta-bolsonaro
3 Fonte: https://revistaforum.com.br/politica/2022/9/8/saiba-quais-crimes-bolsonaro-cometeu-no-de-setembro-que-pode-acontecer-122920.html

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

REALMENTE "ESSE É O CARA"!

Por: Odilon de Mattos Filho

No ano de 2009 durante a Cúpula do G-20 em Londres, o presidente dos EUA Barack Obama revelou ao mundo ter um "brother" no G-20: Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que Lula é o presidente mais popular da terra e cunhou a célebre frase: “esse é o cara”!

E realmente o presidente Obama tinha razão!

Encerrados os dois mandatos do presidente Lula que alcançou o maior índice de popularidade da história política do país, chegando à espantosa marca de 86% de aprovação, as elites atônitas com esse resultado, não pestanejaram e lançaram o mais duro, cruel e covarde ataque contra o presidente Lula que foi a implacável perseguição política realizada por boa parte da imprensa e do Sistema Judiciário Brasileiro por meio da operação Lava-jato.

Um ano depois das eleições de 2018, ou seja, depois que as elites conseguiram o seu objetivo de impedir a candidatura de Lula, o STF soltou o presidente Lula e diante das robustas e inequícas provas, julgou que o ex-juiz Sérgio Moro agiu de forma suspeita e parcial em todos os processos do ex-presidente, com isso, todas ações foram arquivadas e/ou anuladas e Lula recuperou os seus direitos políticos, reaparecendo no cenário político como uma Fénix, fato que se comprova com as atuais pesquisas de opinião pública que apontam que Lula poderá ser eleito presidente da república em 02/10/2022, inclusive, podendo vencer no primeiro turno.

Muitos apregoam que essa liderança do Lula nas pesquisas se deve à escolha de Alckmin como vice e o amplo arco de aliança montado pelo PT para a disputa desse pleito, a chamada Frente Ampla que abarca nove Partidos que vão desde o PCdoB e PSOL até o Partido de direita PSD.

Mas, por outro lado, muitos não concordam com essa Frente Ampla, dentre eles, este modesto escriba, que preferiria uma Frente Única composta somente por Partidos de esquerda, até porque, Lula. naturalmente, atrairia outros Partidos e não precisaria colocar em risco o seu futuro governo e a aprovação das contrarreformas que tanto a classe trabalhadora almeja, inclusive, a convocação de uma Constituinte livre e soberana.

É sabido que a força e a grande liderança que o presidente Lula exerce no mundo político, se deve a experiência e a sua peculiar força argumentativa que trafega entre a pureza e a sua aguçada inteligência para dialogar com todos os estratos sociais, em especial, a classe mais pobre.

Depois de ser covardemente massacrado pela mídia, durante a operação Lava-jato, em especial, pelo Grupo Globo, eis que Lula volta a TV Prateada para participar de uma série de entrevistas que o JN está relaizando com os principais candidatos a presidente da república em 2022 e diante de seu maior algoz, William Bonner, o presidente Lula demostrou de forma inequívoca o seu preparo, experiência e a sua grande liderança.

Na entrevista de ontem, dia 25/08/2022, quando muitos imaginavam que Lula ficaria constrangido ou partiria para uma vigança, Lula agiu diametralmente ao contrário, simplesmente, “jantou” o jornalista William Bonner e diferentemente de Bolsonaro, foi extremamente cortês e respeitoso com a jornalista Renata Vasconcellos.

Com muito maestria o presidente Lula conseguiu mandar o seu recado à camada mais popular da sociedade, para tanto, dialogou diretamente com essa parcela da população, utilizando-se de expressões de forte empatia com o povão como por exemplo: cerveja, churrasco e futebol. Um show! Depois, para afastar o fantasma da radicalização e respondendo uma pergunta capciosa de Bonner, Lula elogiou e enalteceu o seu vice-presidente na chapa, Geraldo Alckmin e justificou a sua escolha com uma frase do mestre Paulo Freire: “De vez em quando a gente precisa estar com os divergentes para derrotar os antagônicos”. Em seguida Lula saiu em defesa e foi solidário e fiel à presidenta Dilma Rousseff. Quando foi perguntado sobre polarização política, Lula disse que essa polarização não pode ser transformada em violência e ódio, pois a divergência é salutar para o processo democrático. Por fim, não se intimidando e reforçando o seu lado ideológico não se furtou em defender e mostrar a importância do MST, inclusive, para a economia do país. 

Resumindo, essa entrevista mostrou que Lula foi Lula e que hoje está muito mais preparado e experiente para governar a Nação. Lula comprovou a assertiva de Barack Obama e deixou “a imagem de que de fato é “um de nós” – como já é identificado nas franjas periféricas da sociedade brasileira1”.

Não temos a menor dúvida de que depois dessa entrevista o presidente Lula se consolida ainda mais como favorito e em condições normais de pressão e temperatura somente uma catástrofe pode tirar a sua vitória. Porém, sabemos que o cenário politico está longe dessa normalidade, ao contrário, o ovo da serpente já quebrou, as vivandeiras estão soltas e os sinais de ruptura institucional estão cada vez mais visíveis. Portanto, todo cuidado é pouco!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



1 Fonte: https://www.brasil247.com/blog/lula-foi-lula-falou-direto-ao-coracao-dos-brasileiros

 

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

O GOVERNO TEOCRÁTICO EM TERRAS TUPINIQUINS

Por: Odilon de Mattos Filho

A literatura nos ensina que nos regimes teocráticos “a divindade é reconhecida como o verdadeiro chefe de Estado. Na prática, quem ocupa este cargo é um governante de carne e osso que se diz seu representante, descendente ou sua própria encarnação e estes líderes teocráticos, segundo Max Weber, operam em uma lógica de ética da convicção, na qual a convicção pessoal sobre o que é considerado verdade é o que guia suas decisões1”.

Sabemos que os governos teocráticos são fenômenos políticos, basicamente do mundo islâmico, enquanto a democracia é tipicamente um evento dos países ocidentais. Mas evidente, que há exceções quanto à localização geográfica dos governos teocráticos. Aqui no ocidente, mais precisamente em terras tupiniquins, onde a Constituição estabelece que o Estado é laico, podemos sugerir que o atual governo, no mínimo, se assemelha aos governos teocráticos e os exemplos para essa afirmação saltam aos olhos. Vamos começar pelo lema que foi adotado pelo presidente fundamentalista desde o seu primeiro dia de mandato: "O Brasil acima de tudo e Deus acima de todos." Aqui aparece o primeiro sinal que caracteriza a teocracia ou pelo menos o Estado Confessional. Aliás, essa frase, teologicamente, está equivocada e mostra o fundamentalismo do “capetão”, pois, Deus não está acima de todos, Ele está entre nós, no nosso meio e junto aos pobres.

Ainda dentro deste contexto do governo teocrático de Bolsonaro, observamos outras frases de efeito e práticas que corroboram tal fenômeno. Quem não se lembra, por exemplo, da indicação dos ministros para STF: “vou indicar ministros terrivelmente evangélicos2”, outra: "quem me colocou aqui foi Deus e somente ele me tira daqui3" dizia o presidente de plantão.

Nesta mesma linha não podemos nos esquecer da promiscuidade do ministro da educação com Pastores que tinham livre acesso ao ministério e intermediavam recursos para prefeituras em troca de propinas pagas em barras ouro, e o pior, o ex-ministro da educação, que, diga-se de passagem, é um Pastor muito ligado à primeira dama, disse que o próprio presidente tinha conhecimento desse escuso convívio entre Pastores Pentecostais e o ministério da educação. Não podemos nos esquecer, também, da obstinação deste governo pelas pautas conservadoras de defesa dos costumes e de valores cristãos, fervorosamente defendida pela ministra, Damares Alves, aquela “privilegiada” ou “ungida” que viu Jesus Cristo em cima de uma goiabeira.

E mais recentemente, Bolsonaro uma vez mais, se valeu de uma interpretação literal da Bíblia para fazer apologia da violência e defender o armamento da sociedade. Disse o caudilho: “Povo armado jamais será escravizado. Comprem suas armas. Isso também está na Bíblia, lá no Pedrão. Vendam suas capas e comprem espadas4

Realmente o repertório de Bolsonaro invocando a religião é muito vasto e vai tomando conta do discurso e das práticas oficiais de seu governo, aliás, nesse sentido Jackson Augusto, membro da Igreja Batista Imperial e do Movimento Negro Evangélico “alerta que esse projeto [de Bolsonaro e sua camarilha] vai se colocando por meio de ferramentas democráticas: ocupam cargos, encontram brechas dentro das instituições, violam aspectos da Constituição. E nada ocorre. Em alguns pontos, a teocracia já é uma realidade. Veja, estamos sendo guiados por versículos bíblicos5..”

Somando-se a tudo isso, verifica-se também nesse combo governo/religioso inúmeros cultos realizados nos Palácios da Alvorada e do Planalto e a presença constante do presidente e de sua esposa em cultos realizados Brasil afora, onde o presidente é saudado por Pastores bajuladores como se fosse um ser ungido por Deus que veio proteger o povo brasileiro. E tem gente que acredita! Aliás, Pastores desonestos e sem escrúpulos estão postando e compartilhando nas redes sociais a fake news de que no próximo governo Petista Lula vai fechar as igrejas evangélicas. Pode parecer ridículo e sem noção essa mentira deslavada, porém, no meio evangélico isso é uma verdade absoluta, fato que está trazendo prejuízos à campanha de Lula. Infelizmente trata-se de um bando de exploradores da fé que vivem da inocência de seus fiéis seguidores e das benesses de um governo comprometido com o fundamentalismo religioso. Essa mentira é tão escandalosa e sem propósito, que basta pesquisar que será encontrado que foi o presidente Lula que criou a Lei da Liberdade Religiosa e criou o Dia da Marcha para Jesus.

Mas se tudo isso não bastasse entra em cena, também, a figura da primeira dama, Michelle Bolsonaro. O primeiro espetáculo produzindo por Michelle foi a sua comemoração pela aprovação do nome de André Mendonça, o terrivelmente evangélico, para ministro o STF. Nesta comemoração a primeira dama aparece sugerindo que está falando em “línguas dos anjos” uma espécie de transe, fato, que levou à loucura as redes sociais com muitas críticas, zoações, memes, mas também, manifestações de Pastores distribuindo rajadas de glória e de aleluia pela “graça” que envolveu a senhora Michelle Bolsonaro naquela comemoração.

Mas, a participação da primeira dama não cessa por aqui, ao contrário, começa a aprofundar, exatamente, neste período eleitoral. Diante das divulgações das pesquisas de intenção voto mostrando a grande liderança do presidente Lula e o derretimento de Bolsonaro, eis que figura de Michelle Bolsonaro ganha notoriedade e se transformou em figura chave na campanha para tentar diminuir a rejeição de seu misógino marido junto às mulheres e por mais absurdo que possa parecer, Michelle com um discurso apelativo e conservador das pautas de costumes e de valores vai conseguindo, segundo as pesquisas, diminuir essa rejeição.

Ainda na linha do apelo religioso e fundamentalista, a primeira dama já em campanha pelo marido disse que o Palácio do Planalto “por muitos anos, por muito tempo, foi um lugar consagrado a demônios. Cozinha consagrada a demônios, Planalto consagrado a demônios. E hoje é consagrado ao senhor Jesus6”. Realmente, uma fala carregada de maniqueísmo fundamentalista que, inclusive, beira ao tosco, mas, por outro lado, agrada, agrega, motiva e une a grande base evangélica.

Depois disso e se valendo de um evento antigo, a primeira dama mira sua arma em direção ao presidente Lula e posta nas redes sociais um vídeo de Lula na Assembleia Legislativa da Bahia participando de uma celebração de umbanda e no final ela escreve: “isso pode né! Eu falar de Deus, não”. E em seguida emendou: “Lula entregou sua alma para vencer essa eleição7" se referindo à proteção que Lula recebeu dos Orixás por meio do Pai e da Mãe de Santo que participavam da referida celebração.

Evidente que essa psotagem foi amplamente compartilhado pela doentia “seita bolsonarista”, mas, foi também, rechaçada por várias entidades religiosas, que criticaram esse claro preconceito da primeira dama contra as religiões de matrizes africanas.

A Frente Inter-religiosa Dom Paulo Evaristo Arns, por exemplo, assim se manifestou: "Ao atribuir às administrações anteriores uma consagração ao demônio, a primeira-dama repete uma antiga prática excludente, beligerante e preconceituosa...O resultado dessas declarações não pode ser outro senão fomentar a desagregação da sociedade através do medo e colocar em risco a luta internacional de mais de um século por diálogo e cooperação inter-religiosa e ecumênica. Com este discurso de ódio em nossa pátria, os casos de violência e intolerância religiosa aumentaram de forma vertiginosa nos últimos quatro anos8".

Diante de todo este triste e asqueroso quadro político que vivemos, somos pelo entendimento de que esse fundamentalismo religioso aplicado por Bolsonaro e sua camarilha se assemelha muito aqueles adotados por regimes fascistas e isso pode ser uma estratégia de Bolsonaro para tentar agrupar e fortalecer a base evangélica para levá-lo ao segundo turno ou se preciso, apoiá-lo para o seu plano de ruptura democrática, que pode acontecer antes ou depois das eleições. Portanto, cabem as forças democráticas e ao povo deste país ficar atentos a cada movimento do grupelho bolsonarista, pois, o fanatismo religioso é capaz de tudo e os exemplos são fartos e perigosos. Todo cuidado é pouco!

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 



1 Fonte: https://www.politize.com.br/teocracia/?https://www.politize.com.br/&gclid=Cj0KCQjwrs2XBhDjARIsAHVymmSCkrOnb46AnKakavzjBwBK7v5Prn5Cufus-MSfGra71Z8vA1ehKaYaAuH7EALw_wcB

2 Fonte: https://noticias.r7.com/prisma/r7-planalto/bolsonaro-vou-indicar-ministro-terrivelmente-evangelico-para-stf-29062022

3 Fonte: https://noticias.r7.com/prisma/r7-planalto/bolsonaro-vou-indicar-ministro-terrivelmente-evangelico-para-stf-29062022

4Fonte:https://www.brasil247.com/brasil/em-meio-a-escalada-de-violencia-bolsonaro-cita-biblia-para-insuflar-caos-no-brasil-comprem-armas?amp 

5 Fonte: https://catarinas.info/deus-acima-de-todos-o-avanco-do-estado-teocratico-no-governo-bolsonaro/

6 Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2022/08/5027523-michelle-bolsonaro-planalto-foi-consagrado-a-demonios-e-hoje-a-jesus.html

7 Fonte: https://twitter.com/folha/status/1557061370125975552