Respeitem Lula!

"A classe pobre é pobre. A classe média é média. A classe alta é mídia". Murílio Leal Antes que algum apressado diga que o título deste texto é plágio do artigo escrito por Ricardo Noblat (...)

A farsa do "Choque de Gestão" de Aécio "Never"

“Veja” abaixo a farsa que foi o famoso “Choque de Gestão” na administração do ex-governador Aécio “Never" (...)

A MAIS TRADICIONAL E IMPORTANTE FACULDADE DE DIREITO DO BRASIL HOMENAGEIA O MINISTRO LEWANDWSKI

"O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski recebeu um “voto de solidariedade” da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) pela “dedicação, independência e imparcialidade” em sua atuação na corte. (...)

NOVA CLASSE "C"

Tendo em vista a importância do tema, reproduzimos post do sitio "Conversa Afiada" que reproduz trecho da entrevista que Renato Meirelles deu a Kennedy Alencar na RedeTV, que trata da impressionante expansão da classe média brasileira. (...)

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

A SÁIDA PARA A CLASSE TRABALHADORA SÃO AS RUAS


Por: Odilon de Mattos Filho
Já escrevemos e manifestamos por várias vezes a nossa perplexidade com o estado de letargia que se encontra o povo brasileiro, as esquerdas e os movimentos sociais frente às barbáries deste governo bonapartista. A exceção neste momento são algumas categorias que se encontram em greve, sendo os Petroleiros a que mais chama atenção pela grandeza do movimento, pela coragem e pela forte resistência, mesmo diante da truculência do aparelho do Estado e da oposição ou da omissão da mídia hegemônica diante do movimento.

Aliás, sobre essa letargia do povo o compositor e cantor Arnaldo Antunes ex-Titãs escreveu: “..A gente está vendo a todo tempo os nossos governantes invertendo a verdade. Dizem que nazismo é de esquerda, que a terra é plana, que não existe aquecimento global, quem pôs fogo na Amazônia foram as ONGs, quem jogou óleo no mar foi o Greenpeace...Existe um estado de estupefação e as pessoas têm que vencer isso, dialogar e formar uma resistência mais sólida. Todos têm o dever de participar da resistência, de se posicionar...1”.


Por sua vez, a jornalista Vera Guimarães no seu Twitter, comentando a insinuação sexual do presidente Bolsonaro contra a jornalista Patrícia Campos Melo, desabafa e cobra, também, uma reação da sociedade. Diz ela: “No presente momento o presidente- militariza o Planalto, insulta a imprensa,  compra briga com 20 governadores,  confraterniza com o juiz federal de sua base eleitoral e fiscaliza a perícia no celular de um miliciano com profundas relações com sua família. Como chegamos até aqui? Além dos absurdos e abusos do Presidente vemos escancarada a vulgaridade e a desavergonhada imoralidade de tanta gente. Esses movimentos, juntos e combinados, não mostram equilíbrio, decoro e propensão ao diálogo democrático. Mostram alguém se blindando para uma guerra com múltiplos inimigos e um medo muito claro. E então, sociedade?2"

E realmente Arnaldo Antunes  e Vera Guimarães  têm razão em suas analises e é muito positivo os chamamento para a resistência, porém, não podemos perder de vista, até mesmo para poder planejar, combater e resistir, que Bolsonaro e seu governo estão longe da fragilidade que muitos pensam que estão, ao contrário, parecem cada vez mais vivos e fortes e os fatos comprovam essa assertiva. O governo conseguiu, por exemplo, aprovar quase tudo que ele pretendia no congresso nacional no ano passado, conseguiu  desmontar a educação, a saúde, a cultura, a ciência, a tecnologia e os programas sociais e mesmo assim, eles conseguem ter, uma boa base política, tanto, que Bolsonaro conta com o apoio de um terço do eleitorado, liderando a corrida presidencial de 2022. Além disso, possui a seu favor as elites historicamente predatórias representadas por um sistema judiciário apequenado, acovardado e aparelhado e por um sistema financeiro perverso que vai continuar apoiando enquanto a política econômica do governo atender aos seus interesses.

A propósito, para ratificar nossa afirmação do apoio do sistema financeiro ao governo vale citar essa informação. site “Infomoney” especializado em operações bancárias informou que somando os dividendos dos bancos Itaú, Bradesco, BB e Santander em 2019, totalizaram a seus acionista a bagatela de R$ 58 bilhões, o que corresponde 56,75% a mais que no ano de 2018, e isso com os menores juros da história, e em contrapartida, o crescimento da economia foi de míseros 1%. E o mais estarrecedor: sobre toda essa bolada os acionistas vão pagar zero por cento de imposto. É o maior valor em proventos já divulgado pelas instituições financeiras em toda a série histórica que se inicia em 2008Aqui está uma das explicações do apoio do sistema financeiro ao governo bonapartista3.
  
E neste ano vem mais bomba contra a classe trabalhadora, em especial contra o funcionalismo público com a reforma administrativa a qual, certamente, será apreciada, ainda, neste primeiro semestre para não impactar e desgastar o governo nas eleições de 2020. Teremos, também, a Reforma Tributária que certamente quem pagará o “pato” será a classe trabalhadora, a PEC da Segunda Instância que objetiva prender o presidente Lula, o Pacote Mais Brasil que trata da Revisão dos Fundos Emergenciais, a legalização da exploração agropecuária em terras indígenas, inclusive, por estrangeiros, dentre outros projetos nocivos aos trabalhadores e ao povo brasileiro em geral.

Mas, não obstante essas medidas há que se registrar um fato que pode ser um divisor de águas no futuro politico do país. Dos cinco ministros garantistas do STF, dois se aposentam em curto espaço de tempo: Celso de Mello em novembro deste ano e Marco Aurélio de Mello em junho do ano que vem. Nessas vagas, certamente, Bolsonaro indicará Sérgio Moro, até para tirá-lo da disputa presidencial de 2022 e o juiz federal do RJ o fundamentalista Marcelo Bretas. Com essas indicações Bolsonaro aumenta o seu cacife, formando na Suprema Corte uma maioria folgada de ministros legalistas, o que somado ao pragmatismo de violência, ódio e preconceito deste governo causará um retrocesso perigosíssimo ao país.

Portanto, as esquerdas e os movimentos sociais e sindicais têm que atentarem e conscientizarem de que Bolsonaro e seus asseclas não estão mortos ou fragilizados e a única chance de derrotá-lo é nas ruas, por isso, se faz necessário que os Partidos de esquerdas dê todo apoio à greve dos petroleiros e no dia 18 de março impulsionar e levar as massas para as ruas exigindo o fim deste governo, eleições gerais e uma nova constituinte, caso contrário, quem convocará o povo para as ruas são o governo, a direita e a extrema direita, e as consequências são claras: haverá um golpe de estado e um recrudescimento político nos moldes dos terríveis tempos pretéritos. 

Não podemos naturalizar as barbéries desse presidente, afinal, "quando o homem perde a capacidade de indignar-se, perde a capacidade de ser homem".  


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

ESTE É O PAPEL DAS ESQUERDAS: LEVAR AS MASSAS PARA AS RUAS

Por: Odilon de Mattos Filho
Já escrevemos neste espaço que não acreditamos que as massas possam ganhar as ruas de maneira espontânea como acontece no Chile para protestar contra a dilapidação do nosso patrimônio, a destruição da cultura, educação, saúde e as políticas sociais bem como contra a política econômica imposta pelos imperialistas e prontamente aplicada pelo governo bonapartista de Bolsonaro. 

Na ocasião escrevemos, também, que a repercussão de tais medidas em qualquer outro país mais avançado politicamente causaria uma convulsão social, aliás, por muito menos, assistimos aos povos do Líbano, Argélia, Chile, Equador, Iraque, etc tomando às ruas de seus países e cobrando dos seus respectivos governos a revogação de tais medidas e  inclusive exigindo eleições e uma nova constituinte, como por exemplo, no Chile e na Argélia.

Mas, no Brasil várias medidas contra a classe trabalhadora e contra a nossa soberania foram aprovadas e inversamente do que aconteceu nos países citados, o que presenciamos é um povo inerte e anestesiado, fato que nos leva a fazer uma reflexão: como uma Nação sacrificada e espoliada como o Brasil pode se calar diante de tamanha agressão? Por que não acontece uma reação popular contra todos esses horrores causado por esse governo? Por que essa letargia das massas? Seria um problema cultural, falta de lideranças, falta de comunicação ou outros fatores que, ainda, não identificamos?

Dizíamos, ainda, que esperávamos que o presidente Lula depois de solto, exercesse, juntamente com o PT, CUT e os Movimentos sociais esse papel de comandante que impulsionaria as massas para as ruas contra esse governo, mas, o que observamos é o PT, a CUT e o Lula com uma postura conciliadora, acomodados e quase resilientes, aguardando, tão somente, a chegada das eleições de 2022 para tentar reverter esse quadro de caos político e institucional.

No entanto, parece que o grande líder Luiz Inácio Lula da Silva ouviu nossas reclamações e inquietações.  No dia 09/02/2020, durante as comemorações dos 40 anos do Partido dos Trabalhadores no Rio de Janeiro, Lula tomou a iniciativa de que todos esperavam e disse alto e bom som: “Não temos muita alternativa. Estão destruindo tudo o que montamos, além da subserviência ao governo americano. Se não formos para a rua lutar e resistir, estaremos perdidos... A última eleição nos ensinou que ou assumimos a responsabilidade de fazer política e de discutir política ou seremos levados a rodão como na última eleição. Acusam todos de corrupção e enfiam na nossa cara esse governo que enfiaram agora. Esse é um desafio para nós. Como organizamos os movimentos sindicais de novo?1

Aliás, essa proposta do presidente Lula convocando o povo para as ruas é de fundamental importância, pois, se houver essa convulsão social espontânea os Partidos de esquerda precisam está atentos, pois, não basta demonstrar que estão contra as medidas deste desgoverno, é necessário mostrar ação. Se o Chile é exemplo dessas manifestações, esse mesmo povo dá exemplo, também, de sua rejeição a uma pseuda-esquerda chilena, em especial, ao Partido Socialista que faz parte da coalização de partidos que governou o Chile durante a chamada “Concertación de Partidos por la Democracia”,  que sustentou uma política de colaboração de classe e que por esa razão está sendo rejeitado pelo próprio povo. Portanto, que fique esses dois exemplos do Chile para a esquerda brasileira.

Por fim, tomara que este discurso do presidente Lula saia da retórica e contagie as esquerdas e os movimentos sociais e sindicais do país e impulsione as massas para as ruas para demonstrar a nossa resistência e pressionar pelo fim deste governo, por novas eleições e por uma constituinte soberana e exclusiva. E a nosssa grande chance é o dia 18 de março, essa data pode ser o marco para a redenção do povo e da classe trabalhadora do Brasil, afinal, com bem afirma Emiliano Zapata “se não há Justiça para o povo, que não haja paz para o governo”!