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segunda-feira, 3 de julho de 2023

DIANTE DOS HORRORES NÃO BASTA A INELEGIBILIDADE

 


Por: Odilon de Mattos Filho

É público que a eleição de 2018 foi decidida em virtude da deflagração de uma guerra midiática contra o Partido dos Trabalhadores e seu principal candidato, Luiz Inácio Lula da Silva, que foi mantido preso e impedido de disputar o pleito graças o uso e o abuso do Lawfare por parte do Sistema Judiciário brasileiro, especialmente, na chamada República de Curitiba.

Com essa ilegal ação a burguesia brasileira conseguiu o seu objetivo, impedir que o presidente Lula voltasse ao Poder, no entanto, isso teve um preço altíssimo, pois fez surgir das profundezas do esgoto a extrema-direita tupiniquim e o seu maior líder, Jair Messias Bolsonaro, até então um mero e desprezível deputado do baixo clero.

Com um discurso de ódio, de preconceito e utilizando a pauta de costumes Bolsonaro cooptou a mídia nativa, as igrejas neopentecostais e boa parte da igreja católica e conseguiu vencer as eleições de 2018, derrotando no segundo turno, o professor e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad.

Após a posse, Bolsonaro deu início ao seu governo fascista, colocando na ordem do dia uma política econômica desastrosa, entreguista e corrupta e colocando fim nas políticas sociais implantadas nos governos Petistas e deixando essa área à mercê de várias igrejas evangélicas que se locupletaram por meio das benesses governamentais. Paralelo a isso, foi montado uma rígida e bem articulada rede de comunicação utilizando alguns veículos de comunicação e as redes sociais, objetivando alimentar e domar o fiel eleitorado bolsonarista com as chamadas fake news.

Após um ano de mandato, mas precisamente em 2020, Bolsonaro enfrenta, ou melhor, deixou de enfrentar o seu maior desafio, a Pandemia de Covid 19. O Brasil e o mundo foram tomados por uma das maiores crises sanitárias de todos os tempos. Enquanto a grande maioria dos governantes seguiam as orientações da OMS para tentar frear a disseminação dos vírus e minimizar os efeitos da Covid-19, o governo brasileiro, liderado por Bolsonaro, mostrou sua outra faceta, o diabólico e nefasto negacionismo. Em virtude desse abjeto comportamento, o Brasil, proporcionalmente, foi o país que registrou o maior número de óbitos em virtude da Covid-19, foram mais de 700 mil brasileiros e brasileiras, que perderam suas vidas em virtude da irresponsabilidade, do descaso e do negacionismo de um governo necrófilo.

Abrandada a crise sanitária, vieram as eleições de 2022 e desta feita o mequetrefe, Jair Bolsonaro tinha pela frente o seu maior adversário, Luiz Inácio Lula Silva, que ganhou a sua liberdade e retomou os seus direitos políticos em virtude do desmascaramento da fraude processual montada na República de Curitiba, pelo juizeco Sérgio Moro e pelo asqueroso, Procurador Deltan Dallagnol.

Iniciada a campanha eleitoral o negacionista Bolsonaro usou e abusou da máquina pública e do aparelho estatal, concomitantemente a isso, intensificou a disseminação das abjetas fakes News, especialmente, sobre a lisura das urnas eletrônicas, chegando ao ponto, de convocar os embaixadores para informá-los dos seus delírios sobre as urnas eletrônicas e sobre um suposto complô dos ministros do TSE para derrotá-lo.

Apurados os votos e proclamado Lula como vencedor, o mequetrefe, Bolsonaro não reconhecendo o resultado das urnas, recomeçou a externar o seu desejo de uma ruptura institucional, inclusive, estimulando os seus seguidores a compactuar com esse projeto, o que resultou nos dantescos e ilegais acampamentos de bolsonaristas em frente de Quartéis e os bloqueios de estradas, Brasil afora.

E foi destes acampamentos, que não passaram de incubadoras de golpe, que saíram os bárbaros ataques incendiários em Brasília no dia da diplomação do presidente Lula, atos estes que contaram, em tese, com a complacência da segurança do DF, tanto, que ninguém foi preso ou responsabilizado pela quebradeira e baderna na capital federal. E certo da impunidade, no dia 24 de dezembro de 2022, três terroristas bolsonaristas tentaram explodir com dinamites, dois caminhões de combustível nas proximidades do Aeroporto de Brasília, mas, graças a incompetência dos aloprados a “missão não logrou êxito”.

No dia 30 de dezembro de 2022, dois dias antes da posse do presidente Lula, o Brasil assistiu a uma cena dantesca e repugnante, o mequetrefe Jair Messias Bolsonaro para não passar a faixa presidencial ao presidente Lula, fugiu pelas portas do fundo do Palácio do Alvorado e voou para os EUA com a sua família, mas, antes, porém, tentou em vão, roubar as joias no valor de mais de R$ 17 milhões presenteadas pelos ditadores árabes que seriam incorporadas ao acervo público da presidência.

Já empossado numa linda festa da democracia o presidente Lula iniciou o seu trabalho de composição do seu governo e tudo parecia voltar à normalidade, mas, do nada, surgiu o mais violento atentado contra a democracia. No dia 08 de janeiro de 2023, um numeroso contingente de aloprados bolsonaristas, tomados pelo ódio e muito bem orientados, colocaram em prática o seu plano de tentar instigar os militares a aplicar a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e para isso, invadiram e depredaram os Prédios dos Três Poderes, foram cenas de barbáries e terror promovidos por aqueles insanos e criminosos bolsonaristas e tudo com a cumplicidade do governo do Distrito Federal, responsável, constitucionalmente, pela segurança da Praça dos Três Poderes.

Dominados os criminosos, pela rápida ação do presidente Lula que decretou a intervenção no Distrito Federal e posteriormente a identificação e prisão dos bandidos, vieram os desdobramentos com os inquéritos instaurados pela PF. O primeiro fato relevante foi uma minuta de golpe encontrada na residência de Anderson Torres ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e então Secretário de Segurança Pública do DF que curiosamente, com oito dias de trabalho, saiu de férias e foi para os EUA, antes do fatídico 08 de janeiro. Depois, veio a prisão do Ajudante de Ordens do ex-presidente Bolsonaro, o Tenente-coronel Mauro Cid e a descoberta de que o mesmo adulterou os cartões de vacina da Covid-19 de sua família e do seu chefe Bolsonaro e foi encontrado no seu celular um farto material apontando que o Mauro Cid tramava com outros militares um golpe de estado, lembrando que o Ajudante de Ordens é a pessoa mais próxima do presidente da república.

Paralelo aos processos e inquéritos que tramitam no STF envolvendo Bolsonaro e sua camarilha e em consequência dos crimes eleitorais cometidos por ele, o PDT representou junto ao TSE denunciando o abuso de poder e o uso indevido dos meios de comunicação pelo então presidente Bolsonaro, quando da referida reunião com os embaixadores. Acolhida a Representação e depois da defesa se manifestar, no dia 29 de junho de 2023, em um histórico julgamento, Jair Messias Bolsonaro foi condenado por cinco votos a dois, a perda dos seus direitos políticos, ficando inelegível por oito anos. A propósito, o dia 29 de junho e este placar de 5X2, são emblemáticos para os brasileiros. Em 29 de junho de 1958 a Seleção Brasileira de Futebol venceu por 5X2 a Seleção da Suécia e levou a sua primeira Copa do Mundo de Futebol e em 29 de junho de 2023, o povo brasileiro derrota por 5X2 o fascismo tupiniquim e fortalece a nossa democracia.    

Mas, evidente, que pelas cenas de horrores que tomou conta do mandato de Bolsonaro, a sua inelegibilidade não pode colocar um fim nas barbáries cometidas por ele e sua horda. A democracia exige que Bolsonaro seja julgado e punido, criminalmente, pelos fartos delitos cometidos durante o seu mandato. 

O fortalecimento da nossa democracia passa, inexoravelmente, pela não anistia e pela condenação do ex-presidente Bolsonaro e toda sua corja que cometeu crimes, inclusive, contra a humanidade, como foi o caso do genocídio contra os povos Ianomâmis e a devida punição a todos aqueles envolvidos no 8 de janeiro, dos invasores dos prédios dos Três Poderes aos mandantes e os financiadores dessa barbárie contra o Estado Democrático de Direito. A inelegibilidade de Bolsonaro é o primeiro passo para reparar parte das atrocidade cometidas pelo "capetão" Bolsonaro, mas, o país precisa derrotar o bolsonarismo em todos os aspectos objetivos e subjetivos e a punição de Bolsonaro no âmbito criminal, é sine qua non para derrotar a extrema-direita tupiniquim e proteger a nossa democracia. 

E como bem afirma o mestre James Hermínio Porto, “não cabe à classe trabalhadora pacificar o fratricídio da classe dominante, a não ser que a paz nos interesse. Não haverá paz com Bolsonaro livre para continuar cometendo crimes e liderando sua quadrilha1”. Justiça já!

 








1-Fonte:https://jacobin.com.br/2023/06/nao-basta-punir-bolsonaro-eleitoralmente-ele-precisa-responder-criminalmente/