Respeitem Lula!

"A classe pobre é pobre. A classe média é média. A classe alta é mídia". Murílio Leal Antes que algum apressado diga que o título deste texto é plágio do artigo escrito por Ricardo Noblat (...)

A farsa do "Choque de Gestão" de Aécio "Never"

“Veja” abaixo a farsa que foi o famoso “Choque de Gestão” na administração do ex-governador Aécio “Never" (...)

A MAIS TRADICIONAL E IMPORTANTE FACULDADE DE DIREITO DO BRASIL HOMENAGEIA O MINISTRO LEWANDWSKI

"O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski recebeu um “voto de solidariedade” da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) pela “dedicação, independência e imparcialidade” em sua atuação na corte. (...)

NOVA CLASSE "C"

Tendo em vista a importância do tema, reproduzimos post do sitio "Conversa Afiada" que reproduz trecho da entrevista que Renato Meirelles deu a Kennedy Alencar na RedeTV, que trata da impressionante expansão da classe média brasileira. (...)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

TRABALHADORES LATINOS NAS MÃOS DA AGIOTAGEM FINANCEIRA


Por: Odilon de Mattos Filho
São históricas, por parte do imperialismo estadunidense e de seus aliados, as ações militares e/ou bloqueios econômicos e comerciais a países cujas riquezas naturais e posições geográficas estratégicas são de interesses do mundo capitalista. Aliás, os bloqueios comerciais são as primeiras armas utilizadas, pois, corrói o tecido social e desestabiliza a sociedade, criando assim, a condições necessárias para fazer do povo massa de manobra. E os exemplos dessas ações saltam aos olhos, mundo afora!

O caso da nossa vizinha Venezuela é emblemático e corrobora essa afirmativa da sanha dos EUA pela hegemonia e pelo acumulo de capital. Aliás, sobre o acumulo do capital valhamo-nos dos ensinamentos de Rosa de Luxemburgo que preleciona: “a fim de resolver o problema da acumulação, as economias capitalistas e seus Estados têm que invadir e ocupar regiões não capitalistas do mundo, e essas ocupações e expansões se dão mediante a destruição das economias de subsistência, das economias naturais; forçando os produtores não capitalistas a entrar no mercado econômico mundial; Destruindo as economias camponesas e as economias mercantis simples e mediante a colonização formal e informal, transformando regiões, países e povos inteiros em súditos das grandes nações capitalistas1” .


Conforme bem explicou o jornalista Bob Fernandes, é “sabido que as batalhas geopolíticas econômicas têm no centro do mundo a energia, especificamente, o petróleo. Os EUA produzem onze milhões de barris de petróleo/dia e o declínio de suas reservas está estimado para daqui seis a sete anos. O Brasil por sua vez, tem no Pré-sal reservas de quarenta bilhões de barris, podendo chegar a duzentos bilhões. E a Venezuela a segunda maior produtora de petróleo do mundo tem reservas estimadas em trezentos bilhões de barris de óleo pesado, o produto que os estadunidenses mais consomem2”.

Diante desse quadro fica fácil entender os objetivos “humanitários” dos imperialistas estadunidenses, e por outro lado, fica, ainda, mais claro, a exatidão e a contemporaneidade das análises da Filósofa Marxista Rosa Luxemburgo.

Ainda dentro desse raciocínio, percebemos, também, que todas as invasões perpetradas pelos EUA seguem os mesmos e criminosos modus operandi, inclusive, são contumazes em manipular e deturpar normas internacionais a seu favor, contando ainda, com a benevolência e complacência dos organismos internacionais.

A pretensa invasão da Venezuela é simbólica neste contexto. Os EUA, assim como já fez em outros países ocupados, se valem das chamadas “ajudas humanitárias” como estratégia para invadir uma nação soberana, para tanto, utilizam as fronteiras de países que agem como “agências do imperialismo estadunidense” (Brasil Colômbia), como corredores humanitários, mas que na verdade, não passam de corredores de armas contrabandeadas para grupos terroristas e para militares que se opõe ao regime do país a ser invadida, no caso em tela, a Venezuela.

A propósito, sobre o tema jornalistas da “Misión Verdad”, do qual o jornalista brasileiro Emir Sader faz parte, realizaram estudos sobre essa tentativa de golpe na Venezuela. Nesse artigo, especificamente na parte da ajuda humanitária, eles fazem a seguinte observação: “a crise humanitária é uma categoria do Direito Internacional Humanitário, que se refere tanto a desastres naturais como a conflitos bélicos de alta densidade e dá à ajuda transnacional operada por governos e organismos internacionais, um argumento para intervir nas decisões que preocupam os Estados nacionais, violando suas soberanas. Haiti, Somália e Sudão do Sul são os precedentes da Venezuela, o atual objetivo das cruzadas humanitárias. Contudo, a Organização das Nações Unidas define que, para existir uma emergência desta natureza, os níveis de violência, fome e enfermidades devem afetar milhões de pessoas sem que o Estado encarregado possa exercer um controle efetivo dos problemas3

Não podemos nos esquecer, e o registro aqui se faz necessário sob o ponto de vista histórico, que antes da Venezuela, a bola da vez foi o Brasil. Aqui em terras tupiniquins os imperialistas estadunidenses tiveram um papel crucial no financiamento do golpe que contou, também, com o apoio da mídia familiar, das elites conservadoras e do Sistema Judiciário brasileiro, aliado histórico das classes dominantes do país. Todos eles emanados num objetivo comum: derrubar o legítimo governo da presidenta Dilma Rousseff, impedir que o presidente Lula disputasse as eleições de 2018, colocar um fim ao Estado de Bem-estar Social em curso no Brasil desde 2002 e entregar as nossas riquezas naturais e o patrimônio dos trabalhadores aos patrocinadores do golpe. E realmente eles estão conseguindo seus objetivos e poderão concluí-los, em breve, pelas mãos sujas de uma oligarquia de extrema-direita que comanda o país.

No caso deste golpe, que, aliás, teve inicio em 2006 com a Ação Penal 470, permita-nos abrir um pequeno parêntese. Há a imperiosa necessidade de que a Direção do PT faça uma profunda e responsável reflexão, até mesmo como forma de aprendizagem, para rever posicionamentos do Partido que, de certa forma, facilitaram o trabalho dos golpistas. Estamos falando, por exemplo, do distanciamento que o Partido manteve de suas bases como os movimentos sociais e sindicais. Essa postura impediu, por exemplo, que os setores progressistas vencessem os inimigos no campo, historicamente, dominado pelas esquerdas que são as ruas. Portanto, esperamos que a atual Direção tenha aprendido a lição e se conscientize de que os movimentos sociais e sindicais são os principais pilares do Partido dos Trabalhadores na luta de classe entre o capital e trabalho e na defesa da democracia.

A segunda questão trata-se de três importantes discussões na pauta política nacional, mas, que, também, envolve interesses internacionais, como, por exemplo, o sistema financeiro e as empresas internacionais: a primeira poderá afetar de maneira profunda toda classe trabalhadora que é Reforma da Previdência proposta pelos agiotas financeiros por intermédio dos seus principais prepostos, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, a segunda, são as privatizações de nossas riquezas naturais e por fim, e não menos importante, diz respeito ao futuro e à vida do nosso grande líder Luiz Inácio Lula da Silva.

Sem dúvida de que essas questões são os grandes embates da classe trabalhadora nos últimos trinta anos! Neste contexto o Partido dos Trabalhadores, as Centrais Sindicais e os Movimentos Sociais terão um papel quase que decisivo na vida dos trabalhadores, das nossas empresas estatais e públicas e nos destinos do presidente Lula. Aqui os Parlamentares do Partido dos Trabalhadores precisam ser os protagonistas no Congresso Nacional nessas três frentes e na defesa da soberania do povo Venezuelano.

O primeiro embate será travado contra a proposta da Reforma da Previdência, para tanto, é imperioso que os parlamentares busquem apoio de outras forças progressistas e até de aliados momentâneos para juntos utilizarem de todas as manobras e brechas regimentais para barrar ou impedir o prosseguimento dessa barbárie contra a massa trabalhadora do Brasil. Outra luta, é contra a dilapidação do nosso patrimônio e o outro compromisso da bancada Petista é com relação à campanha #LulaLivre o que deverá ser feito das tribunas do parlamento denunciando a cruel e desumana persecução penal contra o presidente Lula e pressionando os ministros do STF para garantir a constitucionalidade do princípio da presunção de inocência.

Da mesma maneira que o Partido dos Trabalhadores atuará no Congresso Nacional, cabe, também, à CUT ser protagonista nessas três lutas, para tanto, é inevitável que se busque a unidade das centrais sindicais e juntamente com os Movimentos sociais e Partidos progressistas ganharem as ruas do país com grandes manifestações denunciando à persecução penal contra o presidente Lula, a covardia contra o povo Venezuelano, a entrega de nossas riquezas para o capital privado e o crime que querem cometer contra a classe trabalhadora com a Reforma da Previdência.

A propósito, a CUT baixou Resoluções que nos afigura alvissareiras e concretas. Em uma de suas Resoluções a Central afirma que “o enfrentamento ao desmanche da Previdência pública e solidária, que afetará toda a classe trabalhadora, da cidade e do campo exige um grande trabalho de explicação junto às nossas bases do que está em jogo, enfrentando a máquina publicitária do governo, e exige também que tenhamos a orientação de criar as condições para uma Greve Geral – buscando a unidade com as demais centrais sindicais, movimentos populares e partidos representados nas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo – no próximo período”. Continuando a Resolução acrescenta: “Não haverá paz social neste país, neste cenário de retrocessos enquanto Lula estiver preso. Sua condenação, motivada por interesses políticos de impedi-lo de concorrer às eleições presidenciais, foi uma afronta à justiça e um atentado à democracia. A CUT não medirá esforços na campanha para libertá-lo4”.

Frente a tudo isso, não há nenhuma dúvida de que as ações do Partido dos Trabalhadores, das Centrais Sindicais e dos Movimentos Sociais são as únicas esperanças do povo brasileiro nessas lutas. Neste contexto, entendemos que o Congresso Nacional é um importante campo de batalha, mas, o combate final e a vitória da classe trabalhadora será definida em outro campo, nas ruas do Brasil com as vozes, a coragem e com a resistência do povo brasileiro! Trabalhadores do Brasil, uni-vos..!

















2 Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=QbrUb8_MjVQ

3 Fonte:http://misionverdad.com/La-Guerra-en-Venezuela/cifras-y-datos-desmontando-la-crisis-humanitaria-en-venezuela
4-Fonte: https://www.cut.org.br/noticias/em-resolucao-cut-define-luta-em-defesa-da-aposentadoria-como-prioridade-9204

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

VOCÊ CONHECE CHICO MENDES E PELÉ?


Por: Odilon de Mattos Filho.

Começo este texto perguntando ao amigo(a) leitor o que você pensaria se o atual presidente da FIFA concedesse uma entrevista e afirmasse que não conhece o Pelé? No mínimo você pensaria que esse homem não vive na terra e está no cargo que nunca deveria ocupar, tamanho desconhecimento da história do futebol e de seu maior símbolo, o inigualável Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. 



Pois bem, nos parece que o atual governo tem um personagem igual a este hipotético presidente da FIFA, trata-se do ministro de Estado do Meio Ambiente Sérgio Salles que assim como outros ministros do atual governo, nos envergonha mundo afora e demonstra, tal como o presidente, o total despreparo intelectual para ocupar o cargo. 


O ministro Sérgio Salles em entrevista ao programa “Roda Viva” no dia 11/02/2019 da TV Cultura, foi o escolhido para enxovalhar a imagem do Brasil e para comprovar que ele nunca deveria ocupar o cargo de ministro do Meio Ambiente. 

Sabedor de que o ministro fará a sua primeira viagem a Amazônia o jornalista Ricardo Lessa perguntou ao ministro Ricardo Salles: “qual a sua opinião sobre Chico Mendes?” E o ministro, pasmem, respondeu assim: “Olha, eu não conheço Chico Mendes. Eu tenho um certo cuidado em falar sobre coisas que eu não conheço”. Continuando suas sandices Ricardo Salles acrescentou: segundo o pessoal do “agro Chico Mendes usava os seringueiros para se beneficiar, fazia uma manipulação da opinião”. Em seguida o jornalista Lessa, disse: “Beneficiar o que? Ele morreu pobre”. E o ministro respondeu: “O fato é que é irrelevante. Que diferença faz quem é o Chico Mendes nesse momento?”. E ato contínuo a jornalista Cristina Serra disse: “Chico Mendes é uma liderança reconhecida pela ONU”. E o ministro fechou com chave de ouro: “Mas a ONU reconhece um monte de coisa errada também1”. 

Não tínhamos dúvidas de que haveria uma enxurrada de críticas frente a essa catastrófica entrevista. O escritor e teólogo Leonardo Boff, por exemplo, foi ao Twitter e escreveu: "saio de meu jejum de twitter para defender o amigo Chico Mendes. O que o ministro Ricardo Salles disse dele, que explorava seringeiros, é pura inverdade. Muitas vezes entrei na mata do Acre com ele. Era um São Francisco moderno: amigo da floresta e apoiava os seringueiros. De grande pureza2". 

Já a filha de Chico Mendes disse: "Meu pai lutou e morreu defendendo essa causa, não obteve dividendos políticos muito menos financeiros, não deixou seus companheiros ou sua família rica, sua causa era exclusivamente em prol dos seringueiros e da Amazônia... Continuando ela acrescentou: "Hoje é muito fácil lutar por uma causa e atingir milhões de pessoas com as redes sociais. Há 30 anos era quase impossível. O que meu pai fez, o que os seringueiros realizaram, ficará marcado na história3”. 

A Deputada Talíria Petrone do PSOL/RJ assim se manifestou: "Chico Mendes foi trabalhador, ativista, líder social, seringueiro, parlamentar, perseguido político, exemplo de luta. Deu sua vida pelo meio ambiente e foi covardemente assassinado pelo sistema. Respeite Chico Mendes, ministro4

Até o vice-presidente Mourão se surpreendeu com tamanha ignorância do ministro e prontamente o repreendeu: "O Chico Mendes faz parte da história do Brasil na defesa do meio ambiente. É história. Assim como outros vultos passaram na nossa história5". 

Mas as asneiras do inculto ministro não param por aqui. Em entrevista à União dos Produtores de Bioenergia o ministro Ricardo Salles demonstra, também, a sua ignorância e retrata a postura de isolamento internacional a que o governo Bolsonaro se autodeterminou, alinhando-se tão somente e de maneira subserviente, às políticas do imperialismo estadunidense, ou seja, se transformando em um dócil e obediente servo do presidente Donald Trump. Nesta entrevista quando o assunto foi o NDC (sigla em inglês para metas determinadas pelos próprios países no Acordo de Paris) foi perguntado ao ministro se “faz sentido falar em imposições quando o governo reconhece que as metas do acordo são criadas pelo próprio país?” Em resposta o ministro disse: “O que eu penso, e acredito que nesse aspecto falo também pelo presidente, é que as nossas posições serão tomadas de acordo com nossos interesses. O que entendermos que for bom para o Brasil, faremos. Aquilo que não estiver alinhado com o que a gente quer, por qualquer razão que seja, nós não faremos. Ah, mas e o que o consenso internacional quer? Ué, vai ficar querendo6”. 

Esse sim é o insignificante e obscuro Ricardo Salles, atual ministro de Estado do Meio Ambiente da República Federativa do Brasil. 

Ahh, antes que nos esqueçamos, vale informar para aqueles que não vivem neste planeta, que Pelé foi jogador do “Santos Futebol Clube”, considerado o melhor do planeta e vencedor do prêmio “Atleta do Século de todos os esportes”, do jornal francês L’Equipe. Já Chico Mendes, barbaramente assassinado em 1988, é uma das maiores referências na defesa do meio ambiente, ganhou em 1987 o Prêmio Global 500 da ONU, que reconhece as personalidades que lutam pelo meio ambiente, além, de ser personagem homenageado de vários documentários e filmes, como por exemplo, “Amazônia em Chamas” de John Michael Frankenheimer. 

E para finalizar, deixamos para o ministro Ricardo Salles uma frase de Chico Mendes que retrata muito bem o seu caráter e a sua luta: “No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade”. 


























































1 Fonte: https://g1.globo.com/natureza/blog/andre-trigueiro/post/2019/02/12/ministro-reconhece-ignorancia-sobre-quem-foi-chico-mendes-e-sobre-o-merito-da-luta-pelo-meio-ambiente.ghtml
3 Fonte: https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2019/02/12/filha-diz-que-hipocritas-difamam-chico-mendes-e-chama-ministro-de-leviano.htm?cmpid=copiaecola,
4 Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/declaracao-de-salles-sobre-chico-mendes-repercute-nas-redes-e-gera-reacoes,8b23cc62b493e590f150a4de047bedab9ld77zv3.html    
5 Fonte: https://oglobo.globo.com/sociedade/chico-mendes-faz-parte-da-historia-do-brasil-diz-mourao-1-23448158

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

LULA: O FANTASMA VIVO QUE ATORMENTA AS ELITES TUPINIQUINS


Por: Odilon de Mattos Filho 
Estudando a história política, midiática e judiciária do Brasil não se vê absolutamente nada mais degradante, apequenado, rasteiro e antidemocrático do que estamos assistindo nesta última década envolvendo esses três “espectros”.

A política que já é imunda se afundou de vez na vala de esgoto com essa última eleição que foi marcada por uma promiscuidade nunca vista na nossa história.

A mídia, historicamente aliada das classes dominantes cumpriu o seu papel de caixa de ressonância de toda essa baderna institucional. E por fim e a cabo, o sistema judiciário, também, aliado histórico das elites conservadoras da republica garantiu e legitimou toda essa trama diabólica iniciada em 2006.

Dentre essas três esferas de poder (política, mídia e justiça) vamos nos ater, apenas, ao sistema judiciário brasileiro, mesmo porque esse seria o último bastião de esperança do povo brasileiro e o único poder que deveria está à margem dessa barbárie que vivemos hoje, mas, que lamentavelmente é coparticipe de toda essa trama.

Analisando o comportamento do sistema judiciário brasileiro, mais precisamente, após o ano de 2006, é fácil atestar que esse sistema, ao contrário do que deveria ser, está totalmente integrado e conivente com essa selvageria, e isso é constatado frente ao gritante e irrefutável ativismo político que tomou conta deste sistema.

O desfecho dessa baderna institucional e que demostra de forma cabal esse ativismo político veio com a malfadada operação Lava-jato, que não obstante a sua importância na elucidação de casos de corrupção público/privado foi pano de fundo para se tentar criminalizar o Partido dos Trabalhadores e tirar da cena política a maior liderança da América Latina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E conseguiram!

Já escrevemos e apontamos, por inúmeras vezes, os conchavos, as aberrações, as anomalias e malabarismos jurídicos perpetrados pelo sistema judiciário contra o presidente Lula. E a covarde e última ilegalidade cometida contra Lula é a prova definitiva de que o presidente não é um preso comum, Lula é um preso político em um país que se diz democrático.

No dia 29 de janeiro de 2019, faleceu na cidade de São Paulo o senhor Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente Lula. Diante dessa trágica notícia os advogados do presidente Lula, considerando que o artigo 120 da Lei de Execuções Penais prevê que todo condenado que cumpre pena em regime fechado ou semiaberto poderá obter permissão para sair do estabelecimento prisional, mediante escolta, quando ocorrer falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão, requereu junto à juíza de Execuções Penais o cumprimento desse direito, ou seja, a saída de Lula para participar do funeral de seu irmão. 


Protocolado o pedido pelos advogados de Lula a juíza federal Carolina Lebbos, da 12ª Vara Criminal em Curitiba negou o requerimento de Lula. A defesa recorreu, mas, com o mesmo argumento da juíza o desembargador de plantão do TRF-4, Leandro Paulsen, manteve a proibição, alegando risco à segurança de Lula e à ordem pública. 

Mesmo sabendo que o Supremo não passa de mais um dente dessa engrenagem carcomida, tacanha e apequenada, restou aos advogados do presidente Lula bater na porta dessa Casa na tentativa de garantir o seu sagrado direito. E mais uma vez o Sistema foi implacável com o preso político Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do STF ministro Dias Toffoli num despacho, premeditadamente tardio e acovardado, decidiu que Lula poderia participar do sepultamento, mas, como a decisão saiu no mesmo horário do enterro, Lula poderia apenas se encontrar com a família numa base militar. O time e a desfaçatez dos procuradores e do judiciário são atos que enojam qualquer cidadão, minimamente, esclarecido. 

Está claro que tal dispositivo é autoaplicável, não ensejando nenhuma interpretação diferente de sua literalidade. Não se trata de benefício ou regalia é, simplesmente, um direito! Aliás, neste sentido o advogado José Roberto Batochio é enfático: “Não é que o juiz poderá conceder o direito de o preso ir ao enterro de um parente. É o preso que poderá ir se quiser”. Esse direito é tão cristalino que, segundo o CNJ, no ano de 2018 mais de 180 mil presos valeram-se deste direito para poder velar seus parentes.

Diante dessas decisões que não passam de um fuzilamento psicológico contra o presidente Lula e um atentado ao Estado Democrático de Direito, seria óbvio que haveria inúmeras reações de juristas pátrios, de artistas, de parte da imprensa e até de adversários políticos.

O advogado Aury Lopes Jr, por exemplo, assim se manifestou: "É impensável que o Estado brasileiro não tenha condições materiais de garantir que um ex-presidente da República vá ao enterro do irmão1".

Por sua vez, o Professor Salo de Carvalho sentenciou: “..o fundamento do risco à segurança é falacioso. O juízo sobre eventual risco cabe a quem fez o pedido. Trata-se de uma evidente inversão lógica (e por que não também ideológica?): restringe-se um direito (saída) com base na tutela de outro direito (à segurança) daquele que demanda. Visão no mínimo paternalista e que não se harmoniza com a estrutura dos direitos individuais da Constituição2”.

Na visão do grande criminalista José Roberto Batochio, a proibição de Lula ir velar o corpo de Vavá é sintoma de que o Estado Democrático de Direito está naufragando no Brasil. Todos os brasileiros que prezam as liberdades, as conquistas civilizatórias de nosso ordenamento jurídico devem se preocupar muito, eis que desponta uma nova forma de arbítrio, que é o arbítrio da burocracia3”.

Já o jornalista Joaquim Xavier pontificou: “...Do alto de seus cabelos encharcados de brilhantina, o presidente do STF autoriza Lula a encontrar familiares numa unidade militar quando o irmão já estava sendo enterrado. Num escárnio impensável até para os roteiristas da Globo, permite que o corpo do irmão de Lula seja levado ao lugar. Ou seja, teria que ser desenterrado para que o ex-presidente desse adeus a Vavá...Então tudo se encontra. Executivo, "Judissiário", Polícia Federal, Legislativo, todos unidos no desprezo à vida de quem se identificar com a construção de um país mais justo; no desrespeito à Constituição; na entrega do país ao grande capital; na humilhação de quem ousa ou ousou defender uma distribuição de renda socialmente mais justa... A conspiração antinacional instalada em todos os poderes não vai descansar enquanto não eliminar o símbolo da luta contra a desigualdade e por alguma justiça social. Lula está marcado para morrer4”.

O jornalista Kennedy Alencar postou: A decisão de Toffoli mancha a democracia. Lula é tratado como preso político pela Justiça e pela PF subordinada ao ministro Moro. Haja medo do que Lula tem a dizer e de como parte da população reagiria ao contato direto com ele num local público5”.

Por sua vez, o cantor e compositor Chico Buarque se posicionou nas redes sociais. “Minha solidariedade ao Lula pela perda do Vavá. E meu repúdio à Justiça pelo cinismo e pela covardia6”.

Até o general Mourão, se manifestou: “impedir Lula de participar do velório do irmão foi falta de humanidade7”.

O antipetista declarado, Josias de Souza, disparou:” Difícil saber para onde caminha a humanidade. Mas é fácil perceber que os agentes públicos que sonegaram a Lula o direito de velar o corpo do irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, caminha na contramão dos mais elementares sentimentos humanos8.”. 

Frente a tudo isso, chegamos a três terríveis conclusões: fica claro o ativismo político que tomou conta do Sistema Judiciário Brasileiro. O Presidente Lula é sim um preso político. E por fim, a classe dominante do país, treme de medo só de pensar que o presidente Lula possa aparecer na TV ou conceder uma entrevista a imprensa, ou seja, Lula é o fantasma vivo que atormenta a vida das elites tupiniquins. #Lula Livre..!









7 Fonte: https://expressopb.net/2019/01/30/personalidades-e-ate-adversarios-se-solidarizam-com-lula-apos-vai-e-vem-do-judiciario/
8 Fonte: https://expressopb.net/2019/01/30/personalidades-e-ate-adversarios-se-solidarizam-com-lula-apos-vai-e-vem-do-judiciario/