Respeitem Lula!

"A classe pobre é pobre. A classe média é média. A classe alta é mídia". Murílio Leal Antes que algum apressado diga que o título deste texto é plágio do artigo escrito por Ricardo Noblat (...)

A farsa do "Choque de Gestão" de Aécio "Never"

“Veja” abaixo a farsa que foi o famoso “Choque de Gestão” na administração do ex-governador Aécio “Never" (...)

A MAIS TRADICIONAL E IMPORTANTE FACULDADE DE DIREITO DO BRASIL HOMENAGEIA O MINISTRO LEWANDWSKI

"O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski recebeu um “voto de solidariedade” da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) pela “dedicação, independência e imparcialidade” em sua atuação na corte. (...)

NOVA CLASSE "C"

Tendo em vista a importância do tema, reproduzimos post do sitio "Conversa Afiada" que reproduz trecho da entrevista que Renato Meirelles deu a Kennedy Alencar na RedeTV, que trata da impressionante expansão da classe média brasileira. (...)

terça-feira, 12 de julho de 2022

O EXTREMISMO POLÍTICO E A DESONESTIDADE INTELECTUAL DA IMPRENSA

Por: Odilon de Mattos Filho
Não é novidade para ninguém a implacável perseguição política realizada por boa parte da imprensa brasileira ao PT, ao presidente Lula e à presidenta Dilma Rousseff. A cobertura da operação Lava-jato e do golpe contra à presidenta Dilma e a eleição de Bolsonaro são fatos emblemáticos que corroboram tais afirmativas.  

Aliás, esse caráter de classe da imprensa burguesa já foi descrito pelo grande filósofo marxista, Antonio Gramsci, que disse “que o jornal burguês é um instrumento de luta movido por ideias e interesses que estão em contraste com os da classe operária. Tudo o que se publica é constantemente influenciado por uma ideia: servir à classe dominante, o que se traduz sem dúvida num fato: combater a classe trabalhadora. E, de fato, da primeira à última linha, o jornal burguês sente e revela esta preocupação”.


Mas mesmo depois do massacre midiático sofrido por Lula, o STF julgou que o ex-juiz Sérgio Moro agiu de forma suspeita e parcial em todos os processos do ex-presidente, com isso, as ações foram anuladas e Lula recuperou os seus direitos políticos e reapareceu no cenário político como uma Fénix.

Evidente que a classe dominante ficou atônita com todos esses acontecimentos, a começar, pelo ressurgimento do presidente Lula no cenário nacional e internacional e da força política do PT e segundo, com relação à queda sem volta e o limbo para onde foi o ex-mito das elites, Sérgio Moro, que sempre foi apontado como o principal nome da terceira via.

Mas mesmo diante de tudo isso, as elites que têm nos barões da mídia seus fiéis representantes não esmoreceram e partem para cima do PT e de Lula com suas conhecidas baixarias, velhas narrativas e até as condenáveis Fake News, um verdadeiro desserviço ao bom jornalismo. E dentro deste contexto e com Sérgio Moro sepultado politicamente, a mídia nativa, ainda tenta, a qualquer custo, emplacar uma nova terceira via e desta feita a bola da vez e a senadora Simone Tebet e para justificar esse apoio, a imprensa insiste na narrativa de que as eleições de 2022 estão polarizadas entre dois candidatos radicais e extremistas: Lula e Bolsonaro e portanto, justifica-se o fortalecimento de uma candidatura do centro para apaziguar o país. Evidente que essa narrativa não passa de uma desprezível desonestidade intelectual, pois, Lula está longe, mas muito longe de ser um extremista de esquerda, ao contrário, pode ser classificado de no máximo, um político de centro-esquerda, o seu vice na chapa, Geraldo Alckmin e o arco de aliança política que está sendo formado confirma tal afirmativa.

Aliás, para restabelecer a verdade, perguntamos à imprensa tupiniquim se há nos seus arquivos qualquer manifestação do presidente Lula incitando a violência, o ódio, a ditadura, a tortura, ou a barbárie? E Bolsonaro? Este, ao contrário, coleciona um "arsenal" de falas estimulando o ódio e pregando a violência. Vamos refrescar as memórias dos mais desavisados e em especial dos barões da mídia com algumas dessas falas do presidente: "Povo armado jamais será escravizado"; “O erro da ditadura foi torturar e não matar” (2008 e 2016); “Ele merecia isso: pau-de-arara. Funciona. Eu sou favorável à tortura. Tu sabe disso. E o povo é favorável a isso também” (1999); “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vou botar esses picaretas para correr do Acre. Já que gosta tanto da Venezuela, essa turma tem que ir para lá” (2018); “[O policial] entra, resolve o problema e, se matar 10, 15 ou 20, com 10 ou 30 tiros cada um, ele tem que ser condecorado, e não processado” (2018); “Fui num quilombola [sic] em Eldorado Paulista. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Acho que nem para procriadores servem mais1” (2017); 

Diante destes poucos exemplos, fica claro que há uma grande assimetria entre Lula e Bolsonaro e portanto, este discurso dos meios de comunicação de que Lula é tão extremista quanto Bolsonaro não passa de um comportamento raso, mesquinho e irresponsável, o que mostra de forma cabal o caráter de classe da imprensa burguesa do Brasil.

A propósito, o mais recente e cruel ataque da mídia para tentar emplacar essa história do extremismo do PT está sendo a cobertura e a exploração deste bárbaro crime politico do qual o Guarda Municipal e Tesoureiro do PT de Foz de Iguaçu, Marcelo Arruda foi vítima.

Como já foi noticiado pela imprensa, Marcelo Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos numa casa de festa em Foz de Iguaçu e ao final do evento o Policial Penal Federal, José da Rocha Guaranho, um bolsonarista fanático, invadiu o evento e começou a insultar o aniversariante, inclusive, apontando uma arma para o mesmo, mas agindo rapidamente a sua esposa conseguiu acalmá-lo e José da Rocha se retirou da festa, mas antes, porém, deixou o recado de que voltaria para matar Marcelo Arruda e este antevendo o que poderia acontecer, buscou, rapidamente a sua arma e mesmo atingido pelos disparos de José da Rocha e agindo em legítima defesa conseguiu antes de morrer, alvejar o criminoso, mas, este, teve mais sorte e conseguiu sobreviver, já Marcelo Arruda pai de quatro filhos veio a óbito no local em que comemorava o seu aniversário junto com a família e amigos, cujo tema da festa foi o PT seu Partido e Lula seu candidato. Já Eduardo Bolsonaro comemorou seu aniversário com um bolo que trazia um revólver de glacê. Precisa desenhar ou dá para diferenciar os dois "polos" em disputa? 

A maioria da imprensa valendo-se da tentativa de legítima defesa por parte de Marcelo Arruda, rapidamente tentou transformá-lo de vítima para criminoso e assim tentar pavimentar o ignóbil discurso do perigo do extremismo nas eleições. Uma canalhice, uma covardia e usando as palavras do jornalista Reinado Azevedo, “um abstracionismo moral, intelectual e politicamente covarde...Marcelo morreu porque era petista. Não foi o extremismo abstrato que o matou. Foi um extremista concreto, estimulado por outros extremistas concretos...2”. 

E se tudo isso não bastasse, dois dias após o assassinato do Tesoureiro do PT e sem qualquer piedade, Bolsonaro escancarando o seu extremismo, declarou:: “Eu entendo que arma é liberdade, é segurança e é a garantia de uma nação também. O maior exército do mundo é o americano, são seus CACs [Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador]3"

E é por conta deste extremismo de direita que nos faz crer que há fortes sinais de que está sendo ardilosamente planejado por uma horda malígna instalada nos porões do Palácio do Planalto um autogolpe, que pode acontecer antes ou depois das eleições e este barbáro assassinato do Petista Marcelo Arruda pode ser um indício do modus operandi que está por vir, registrando, ainda, que a conduta vil e parcial da imprensa, como acontece neste caso do crime político, só alimenta e reforça esse diabólico plano de ruptura institucional.

Diante disso, fica claro que cabe a todos aqueles que defendem a democracia ficar atentos com o atual momento político. Quanto à imprensa, sabemos que ela tem um papel decisivo para ao bem ou para o mal da democracia. Somos partícipes da premissa de que a liberdade de imprensa é inegociável e deve ser totalmente respeitada e fortemente defendida, mas por outro lado, não se pode tolerar uma imprensa monopolizada, sabuja, partidarizada, ideologizada e sobre tudo irresponsável. A propósito, o grande líder, Malcolm X já alertou: “A imprensa é tão poderosa no seu papel de construção de imagem, que pode fazer um criminoso se passar por vítima e a vítima se passar por criminoso. Esta é a imprensa, uma imprensa irresponsável. Se você não for cuidadoso, os jornais vão acabar te fazendo odiar as pessoas que estão sendo oprimidas e adorar as pessoas que estão levando a cabo a opressão”.

 

 

 



1Fonte: https://www.cartacapital.com.br/politica/bolsonaro-em-25-frases-polemicas/
2 Fonte: https://noticias.uol.com.br/colunas/reinaldo-azevedo/2022/07/11/gramatica-da-canalhice-sobre-o-corpo-de-um-homem-assassinado-por-ser-do-pt.htm -
3-Fonte:https://www.opovo.com.br/eleicoes-2022/2022/07/10265844-bolsonaro-faz-discurso-pro-armas-dois-dias-apos-assassinato-de-petista-no-parana.html






sexta-feira, 1 de julho de 2022

O AUTOGOLPE ESTÁ MAIS PERTO DO QUE SE IMAGINA

Por: Odilon de Mattos Filho:

Não é novidade para ninguém que a primeira eleição do presidente Lula foi uma firme resposta dos brasileiros à política neoliberal adotada pelo governo FHC. É sabido, também, que houve uma espécie de concessão das elites para a governabilidade durante o primeiro mandato de Lula, o que não significou bondade, ao contrário, a classe dominante tinha certeza de que um mero metalúrgico não daria conta de governar o país e meteria os pés pelas mãos, porém, o tiro saiu pela culatra, Lula foi reeleito, encerrou os seus dois mandatos com aprovação em torno de 86% da população e fez a sua sucessora!

Mas o grande empresariado urbano e rural, o capital financeiro nacional e internacional, o sistema judiciário do país e os barões da mídia não aceitaram a derrota para um torneiro mecânico, em especial, a política adotada pelo seu governo que oportunizou a ascensão social de uma grande parcela da sociedade e frente a isso, não pestanejaram,  partiram para cima do presidente Lula e de seu Partido o PT e o resultado todos nós o conhecemos: a presidenta Dilma foi injustamente deposta, o presidente Lula ilegalmente preso e a extrema-direita chega ao Poder e instaura um governo bonapartista cujo o resultado é um caos político, social e econômico poucas vezes visto no país.

Estamos a quatro meses de novas eleições e a elite brasileira em nada mudou, ao contrário, está cada vez mais reacionária e gananciosa e considerando esse fato e o momento político vivido no Brasil, esse pleito, seja talvez, o mais importante da história, pois, está claro que estamos diante de uma encruzilhada: democracia ou barbárie. De um lado, o ex-presidente Lula é a certeza da democracia e do outro, Bolsonaro é a certeza da continuidade e do recrudescimento da barbárie.

Muitos intelectuais, comentaristas políticos e até parte da esquerda brasileira, entendem que esse discurso de golpe, ou melhor, de autogolpe não passa de uma fantasia ou teoria da conspiração e para justificar esse entendimento alegam que não há clima para essa insurreição e muito menos as Forças Armadas se prestariam ou participariam dessa aventura junto com “capetão” que ocupa, provisoriamente, o Palácio da Alvorada.

Este modesto escriba é da turma que pensa diferente e entende que há fortes sinais de que o atual presidente, junto com as Forças Armadas e com apoio das elites conservadoras do país e de forças internacionais, vão tentar melar as eleições ou a posse do novo presidente, que certamente será o ex-presidente Lula.

Somos do entendimento que as falas do presidente da república questionando as urnas eletrônicas não são apenas bravatas para contagiar seus seguidores, ao contrário, isso já faz parte do plano para o autogolpe, não à toa que a camarilha do presidente composta por milicianos, pastores, parlamentares da base, militares e outros, estão dando eco e fortalecendo essa narrativa.

Aliás, o próprio Bolsonaro, recentemente, em transmissão ao vivo pelas redes sociais enviou uma mensagem cifrada aos seus apoiadores, na qual os incitam a tomarem atitudes de baderna ou violência, antes mesmo das eleições. Disse o “capetão”: "...se o pessoal do Comando de Defesa Cibernética do Exército detectar fraude não vai valer de nada esse trabalho porque o sr. Fachin já declarou que isso não muda o resultado das eleições. Não preciso aqui dizer o que estou pensando, o que você está pensando. Você sabe o que está em jogo, e você sabe como deve se preparar, não para um novo Capitólio, ninguém quer invadir nada, mas nós sabemos o que temos que fazer antes das eleições1".

O senador Flávio Bolsonaro, por sua vez, em entrevista ao jornal Estadão, já tentando eximir o pai de qualquer responsabilidade pelos caos passado ou futuro, disse que Jair Bolsonaro “não tem responsabilidade sobre atos de seus apoiadores” e projetando o futuro fez um paralelo com a invasão do Capitólio nos EUA afirmando: "...como a gente tem controle sobre isso? No meu ponto de vista, o (Donald) Trump não tinha ingerência, não mandou ninguém para lá (invadir o Capitólio). As pessoas acompanharam os problemas no sistema eleitoral americano, se indignaram e fizeram o que fizeram. Não teve um comando do presidente...Por isso, desde agora, ele [Bolsonaro] insiste para que as eleições ocorram sem o manto da desconfiança2".

Recentemente o general Braga Neto, apontado como vice na chapa de Bolsonaro nas próximas eleições, também, como de costume, além de dá eco a essa narrativa teve o desplante de ameaçar a sociedade brasileira.

Segundo o Blog da jornalista Malu Gaspar, “empresários relataram à equipe da jornalista que Braga Netto afirmou que se não for feita a auditoria dos votos defendida pelo presidente, não tem eleição3”. Essa fala de Braga Netto, que estava acompanhado pelo general Pazuello, teria ocorrida no dia 24/06/2022, dois dias antes de ele ser oficializado como  vice de Bolsonaro e teria causado grande constrangimento entre os empresários presentes no evento. Aliás, ao escolher o general Braga Neto, como seu vice, Bolsonaro radicaliza sua postura e o seu discurso e dá mais um sinal da pretensão de promover o  autogolpe. 

A propósito, comentando o papel das Forças Armadas e o falso discurso da insegurança das urnas, o presidente Lula foi preciso: "...O papel das Forças Armadas não é cuidar de urna eletrônica. Quem tem que cuidar de urna eletrônica é a Justiça Eleitoral, quem tem que fiscalizar é a sociedade civil e quem tem que fazer as mudanças é o Congresso Nacional...O que eles querem na verdade é criar confusão, querem fazer a mesma coisa que o Trump fez nos EUA. Uma mentira contada mil vezes pode ganhar cara de verdade. Eles querem levantar a suspeita de que serão roubados nas eleições. Roubar eles roubaram em 2018, com as fake news. Roubar eles roubaram sendo eleito contando mentiras4".

Não podemos perder de vista, também, que as Forças Armadas estão se lixando com o passado bandido de Bolsonaro no Exercito, pois, o que vale é o presente, são as benesses que o governo está gerando para os militares, especialmente, aqueles do alto escalão. Segundo levantamento do TCU existe hoje no governo federal 6.157 militares da ativa e da reserva distribuídos em mais de 240 cargos civis, isso significa o dobro do que existia no governo Temer. Junte-se a isso o fato de que dos 23 ministérios 08 são ocupados por militares e a maioria dos cargos estratégicos como as empresas públicas e os cargos do segundo e terceiros escalões estão, também, nas mãos dos milicos. E segundo noticiado dos 17 generais que formam o Alto Comando do Exército, 15 exercem cargos de primeira ordem. Há militares tanto na administração direta (Esplanada dos Ministérios), quanto nas empresas estatais, autarquias e órgãos de fiscalização. Evidente que os milicos não querem largar essa vaca de tetas grandes e generosas e vão fazer de tudo para não perdê-la, inclusive, participando, ativamente, de uma ruptura institucional, ademais, por mais paradoxal que pareça, a tutela militar já é uma realidade no país.

A propósito, sobre esse apego dos militares ao Poder, vale citar a entrevista do insuspeito Coronel da reserva, Marcelo Pimentel Jorge de Souza ao Site da BBC News Brasil que afirma: “...são militares formados na AMAN nos anos 70, em plena ditadura - como o próprio Bolsonaro. São generais da reserva em sua maioria, mas também da ativa. É um grupo bastante coeso, hierarquizado, disciplinado, com algumas características autoritárias e pretensões de poder até hegemônicas. Sua finalidade é manter o poder conquistado5".

Por fim e nessa mesma linha do aparelhamento do governo com os militares pode haver,  também, como medida preventiva, caso Bolsonaro seja derrotado e/ou fracassado do autogolpe, o ressuscitamento da PEC do senador vitalício que tem como objetivo blindar presidentes da república de uma futura condenação e prisão em primeira instância. O Centrão está de olho nessa saída para o "capetão"!

Diante de tudo isso, resta claro o perigo que a nossa democracia está correndo, portanto, cabe às forças progressistas estarem atentas, pois, a classe dominante e a camarilha que cerca o atual governo, não vão deixar barato a volta da “esquerda” ao Poder, para tanto, dão claros sinais de que está em curso no país um projeto de ruptura institucional, ou seja, um autogolpe que pode levar o Brasil de volta aos tristes momentos do obscurantismo de outrora. Todo cuidado é pouco!

 

 

 

 




1 Fonte:https://www.brasil247.com/brasil/bolsonaro-mandou-mensagem-cifrada-a-apoiadores-para-provocar-o-caos-no-brasil-antes-das-eleicoes
2 Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/flavio-bolsonaro-diz-que-sua-familia-nao-podera-ser-responsabilizada-por-caos-nas-eleicoes
3 Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com/malu-gaspar/post/braga-netto-diz-empresarios-no-rio-que-sem-auditoria-dos-votos-nao-tem-eleicao.html
4 Fonte: https://www.brasil247.com/poder/papel-das-forcas-armadas-nao-e-cuidar-de-urna-eletronica-afirma-lula
5 Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57447334