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A farsa do "Choque de Gestão" de Aécio "Never"

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NOVA CLASSE "C"

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segunda-feira, 25 de maio de 2020

GOVERNO BOLSONARO: DO BONAPARTISMO AO FASCISMO

Por: Odilon de Mattos Filho
A fatídica reunião ministerial do dia 22 de abril de 2020, divulgada nos meios de comunicação, após decisão do Decano do STF, conseguiu a proeza de dividir a audiência com as matérias sobre os terríveis números do COVID-19 no Brasil. 

Segundo o ex-ministro da justiça, Sérgio Moro esse vídeo  comprovaria, de maneira insofismável tudo aquilo que ele dissera, anteriormente, sobre a tentativa do transloucado presidente Bolsonaro interferir na PF. 

Exibido o vídeo da reunião ministerial o que foi visto foram falas, gestos e atitudes de um bando de mequetrefes que se apoderou do governo e que não tem o mínimo de preparo, caráter, educação, respeito à democracia e a liturgia dos cargos públicos que ocupam, além do que, ficou nítido que Sérgio Moro, realmente, não sabe distinguir provas processuais de um doce de leite.

Evidente que muitos estavam apreensivos com a divulgação da gravação da reunião. Muitos torcendo para Sérgio Moro, outros torcendo para Bolsonaro e tantos como este escriba, torcendo, apenas, pela briga, pois, entende que um é mais canalha que outro. 

Já lemos e ouvimos diversas opiniões de vários juristas sobre a repercussão dessa reunião ministerial e os seus possíveis desdobramentos jurídicos, por essa razão, não vamos nos aprofundar sobre o tema, aliás, apenas um crime salta aos olhos e parece ser unanimidade entres os operadores do direito: o crime de advocacia administrativa (Art. 321 do CP) cometido, dolosamente, por Bolsonaro: ”Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa”. 

Não obstante os elementos jurídicos que cercam este caso e que acreditamos que vai morrer na praia, outros fatos, ou melhor, outras declarações, são muito mais graves, pois, colocam em risco o Estado Democrático de Direito. Vamos ficar em três exemplos: o primeiro é a declaração aberta do presidente da república defendendo que a sociedade seja armada, o segundo é a Nota divulgada pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno ameaçando a democracia e a terceira, que aliás, boa parte da mídia esconde, são as sugestões do ministro Paulo Guedes de vender tudo, a começar pela "porra" do Banco do Brasil e a escatológica proposta de recrutar um milhão de jovens nos quarteis e pagar uma bolsa de R$ 200,00 mensais para eles possam fazer "fazer ginástica, cantar o hino nacional, bater continência, ser disciplinado, ou seja, aprender a ser um cidadão e em contrapartida, ser voluntário para fazer estrada, para fazer isso, fazer aquilo1”, ou seja, na verdade a ideia é escravizar os jovens e doutriná-los para servir a um governo de tiranos e para terminar com as suas sandices Guedes mostrou o seu apreço por Hitler e Pinochet, citando programas econômnicos destes dois dépostas.    

Inúmeros especialistas apontam que, realmente, a nossa democracia sofre sérios riscos e que já estamos vivendo um governo fascista. Não pretendemos aqui contrapor a estes especialistas, mas, tão somente, emitir uma simples opinião sobre essa caracterização, que ao contrário do que se imaginam é muito importante entendermos. Somos pelo entendimento que na verdade, ainda, não vivemos sob um governo fascista, mas sim, um governo “autoritário e antipopular, instrumento da política imperialista de Trump, um tipo de bonapartismo militar-jurídico”. 

A propósito, Noberto Bobbio nos explica que para Engels e Marx “..o bonapartismo é a forma de governo [para nós fenômeno histórico] em que é desautorizado o poder legislativo, ou seja, o parlamento, que no Estado democrático representativo, criado pela burguesia, constitui o poder primário, e em que se efetua a subordinação de todo o poder ao executivo, dirigido por um grande personagem carismático, que se apresenta como representante direto da nação, como garantidor da ordem pública e como árbitro imparcial diante dos interesses contrastantes das classes2

Aliás, apenas para fundamentar o nosso argumento sobre essa discussão de conceitos, citamos o camarada Leon Trótski que nos ensina que “a enorme importância prática de uma orientação teórica correta se revela, especialmente, em períodos de conflitos sociais agudos, rápidas mudanças políticas e bruscas alterações na conjuntura. Em tais períodos, conceitos e generalizações políticas se desgastam rapidamente... Justamente nesses períodos surgem, pelas necessidades, toda sorte de condição e de combinações transitórias, intermediárias, que transgridem os esquemas habituais e exigem uma atenção teórica duplamente tensionada. Resumindo, se na época de paz sistemática (até a guerra) ainda era possível viver com uma porcentagem de abstrações prontas, em nossos dias, cada novo acontecimento coloca em evidência a mais importante lei da dialética: a verdade é sempre concreta3”. 

Neste mesmo sentido, o saudoso professor Florestan Fernandes nos ensina que "os debates terminológicos não nos interessam por si mesmo. É que o uso das palavras traduz relaçoes de dominação". 

Mas, malgrado não concordar que o governo Bolsonaro é fascista, temos de reconhecer que há fortes sinais de que o inquilino do Planalto caminha a passos largos para implantar o fascismo no Brasil e as falas acima citadas são fortes elementos que nos remete ao fascismo. 

A história nos mostra que no dia 23 de março de 1919, na praça do Santo Sepulcro, em Milão, Benito Mussolini cria os primeiros esquadrões fascistas, os ‘Fasci Italiani di Combattimento’. Esses grupos paramilitares iriam formar o embrião do futuro Partido Nacional Fascista. Aliás, o adjetivo fascista iria designar todos os movimentos totalitários de extrema-direita, antidemocráticos, violentos, racistas e ultranacionalistas. E foi durante o verão de 1920, enquanto se multiplicavam as manifestações populares e as greves nas grandes cidades industriais do norte e nos campos do sul, foram criados os squadre (esquadrões) cujos membros eram reconhecidos por trajarem uma Camisa Negra...Em total ilegalidade, esses milicianos armados formados por ex-oficiais percorriam cidades e campos, intimidando de todas as maneiras possíveis os militantes comunistas e socialistas, os sindicalistas e os grevistas. A polícia, os magistrados e o próprio governo fechavam os olhos, e os patrões, por sua vez, não hesitavam em financiar generosamente o Partido Fascista4” 

Além dessas práticas, não podemos nos esquecer, também, a incursão de Mussolini para cooptar os católicos, tanto, que poucos depois da consagração do Papa Pio XI, Mussolini fez um discurso enaltecendo o catolicismo e afirmando que o fascismo poderia ajudar a promover os valores cristãos na sociedade italiana – “um Estado católico para uma nação católica”, disse ele. 

Se observamos hoje, podemos perceber as coincidências, ou melhor, as semelhanças entre o nascimento do fascismo na Itália com o momento que estamos vivendo. Os primeiros esquadrões de Mussolini são hoje os milicianos matadores, virtuais e podem ser no futuro, os jovens recrutados como sugeriu Paulo Guedes. Já o incentivo à violência, o racismo e o preconceito, é uma tarefa do chamado gabinete do ódio. E assim como Mussolini, o presidente Bolsonaro vai, também, aos poucos aparelhando as instituições, especialmente, o sistema judiciário, vide as interferências na PF e as anunciadas e futuras indicações para STF (terrivelmente evangélicos) e nessa mesma esteira observamos os atuais empresários como os principais financiadores das fake news disparadas nas redes sociais e da propaganda e agitação pró-Bolsonaro. Os assassinatos de camponeses, o desmantelamento financeiro dos sindicatos e a caça aos movimentos sociais é outra semelhança. A adimiração de Guedes por Hitler e Pinochet é outro sinal. E para finalizar, citamos outra analogia, que é com relação à religião, enquanto Mussolini cooptou os católicos, Bolsonaro tem ao seu lado um enorme exército de evangélicos, especialmente, os neopentecostais e não obstante a laicidade do Estado brasileiro, tem um slogan semelhante ao do ditador Italiano, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. 

Portanto, qualquer semelhança não é mera coincidência, há sim, fortes elementos que nos levam a crer que esse governo, hoje, claramente bonapartista, caminha a passos largos para o nefasto e repugnante fascismo. Dessa forma não há outra saída para os brasileiros: Fora Bolsonaro. Fora Mourão! 






 

 

 

 

 


quarta-feira, 20 de maio de 2020

IMPEACHMENT: A VACINA PARA SALVAR O BRASIL

                                                                                       
Por: Odilon de Mattos Filho                                                                   
O Brasil já passou por dois processos de impeachment em um intervalo de tempo de vinte e quatro anos, nos quais dois presidentes foram alijados do poder: Fernando Collor em 1992 e Dilma Rouseff em 2016. Portanto, o país sabe muito bem como sair de uma crise institucional sem maiores consequências, a depender é claro, do que vem pela frente.   

Após o golpe contra a presidenta Dilma tentou-se o impeachment de Michel Temer, mas, o presidente tinha maioria na Câmara e o impedimento foi barrado à custa de sórdidas barganhas e com a compra de vários parlamentares.

Findado o desgoverno Temer, que deixou como marca a maldita reforma trabalhista, veio a eleição de 2018 e elegeu o capitão Jair Bolsonaro. Um pleito marcado por fake news, fraudes eleitorais e pelo  arbítrio da operação lava-jato e tudo com a cumplicidade do sistema judiciário brasileiro, dos barões da mídia, do sistema financeiro nacional e internacional e das elites cheirosas do país.

Após a posse de Bolsonaro o brasileiro começou a viver um dos seus maiores pesadelos político com um presidente totalmente despreparado, arrogante, sabujo, preconceituoso e sem qualquer apego à soberania, à democracia e aos direitos humanos.

O que assistimos hoje é um filme de horror com a destruição de uma Nação. O aumento do desemprego e da pobreza ultrapassando os limites da civilidade,  a indústria quebrada, a economia em frangalhos, o fim das políticas sociais, ataques aos direitos e conquistas da classe trabalhadora, como, por exemplo, a reforma da previdência, ataques constantes às instituições e a democracia e estímulos à violência são a tônica deste governo.

Se tudo isso não bastasse, o Brasil assim como inúmeros países foi atingido pela mais grave crise sanitária do século e junto com ela foi desnudada a falência e a crueldade do sistema capitalista, ficando à mostra às entranhas da dura realidade do Brasil e de outros países periféricos cujo aos povos são negados as necessidades básicas como, por exemplo, acesso à água tratada, saneamento básico, habitação, sistema de saúde e de educação com qualidade para todos, emprego, enfim, o direito a uma vida, minimamente, digna.

Aqui em terras tupiniquins por conta da irresponsabilidade, imbecilidade e desumanidade do presidente da república com relação a essa Pandemia, estamos vivendo um sonho parecido com aquele do Raskólnikov personagem do famoso romance Crime e Castigo” do grande escritor Dostoiévski, com um agravante, não temos perspectivas de acordar deste pesadelo.

Estamos acompanhando que a grande maioria dos países atingidos pelo COVID-19 está empenhado na implementação de políticas de saúde pública para tentar impedir a disseminação do vírus e ao mesmo tempo criando condições para o pronto atendimento de seus cidadãos infectados, além do que, estão criando políticas de rendas emergenciais para os cidadãos desamparados financeiramente e para socorrer empresas e governos estaduais e municipais.

No Brasil o que estamos vendo é o total descaso por parte do governo federal com as políticas financeiras e de saúde para o combate à Pandemia. O caos e a incompetência são tão grotescos que de março até maio já tivemos dois ministros de saúde que foram obrigados a pedir exoneração do cargo por falta de “sintonia” com o presidente da república que, reiteradamente, teima em negar as orientações da OMS, da ciência, da medicina e do próprio ministério da saúde. Isso além de ser um ato criminoso mostra, também, o pensamento torpe de um presidente, que assim como a maioria de seus ministros, foram cooptados, seduzidos ou infectados pela contagiosa mosca do negacionismo.

Já com relação às políticas financeiras para ajudar no combate à Pandemia o que observamos é o mesmo descaso. Foi aprovado o projeto de lei autorizando o repasse de recursos financeiros para os Estados e Municípios, mas, diferentemente, do projeto que autoriza o governo salvar especuladores e banqueiros, até hoje esse dinheiro não chegou aos entes federados. Aliás, este projeto do governo, tem a sua marca registrada: a crueldade. Com o apoio dos parlamentares, salvo honrosas exceções, este projeto de lei pune os trabalhadores, desta feita o funcionalismo público. O governo impôs que para liberar os recursos para os entes federados, a união, os estados e os municípios, não poderão reajustar os já defasados vencimentos de seus funcionários até 2022, ou seja, mais uma vez, quem paga a conta da incompetência e do descaso do governo é a classe trabalhadora.

Mas, a crueldade para liberar recursos financeiros não ficou apenas contra o funcionalismo público, atingiu, também os desempregados, os desassistidos e os excluídos da sociedade. Todos sabem que o congresso nacional aprovou um projeto de lei que dispõe sobre o auxilio emergencial para a essa camada da sociedade, aliás, vale registrar que o projeto original do governo estipulava a merreca de R$ 200,00 por cidadão, mas, foi alterado pelos deputados e o valor passou a ser de R$ 600,00, podendo chegar a R$ 1.200,00. Porém, sancionado o referido projeto de lei, começou outra novela, ou melhor, a “sacanagem” do governo federal para iniciar o pagamento deste auxílio emergencial e dá sequência ao mesmo. Segundo apurou o jornal O Trabalho “dos 96,9 milhões de pedidos apenas 20 milhões receberam o auxílio até o início de maio (49,2 milhões de pedidos foram aceitos, 32,77 milhões de CPFs formam rejeitados e 13,67 milhões estão “sob análise”)...1”.

Aliás, ainda, com relação a esssa Pandemia, muitos imaginavam que o presidente teria uma atitude mais responsável, serena e sábia na condução dos trabalhos de enfrentamento ao COVID-19, no entanto, foi o contrário, Bolsonaro continuou com a sua peculiar irresponsabilidade, destempero e falta de sensibilidade e humanidade, o que não tardou para que grande parte da sociedade e da imprensa nacional e internacional denunciasse essa atitude despótica e criminosa. E foi neste contexto, que o reconhecido jornal francês “Le Monde” dedicou o seu Editorial do dia 18/05/2020 ao Brasil. Diz o Editor:”... Não há dúvida de que algo podre no reino do Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro, pode afirmar sem se preocupar que o coronavírus é uma "gripezinha" ou uma histeria nascida da imaginação da mídia, [ou, ainda], quando o seu ministro das Relações Exteriores alega que a pandemia é o resultado de uma conspiração comunista...Para muitos, as horas sombrias no Brasil, agora a quinta nação mais afetada pela pandemia, lembram as da ditadura militar, quando o país foi submetido ao medo e à arbitrariedade. Com uma diferença significativa: enquanto os generais reivindicavam a defesa de uma democracia atacada, segundo eles pelo comunismo, o Brasil de Bolsonaro habita um mundo paralelo, um teatro do absurdo onde fatos e realidade não existem mais. Nesse universo tenso, alimentado por calúnias, inconsistências e provocações mortais, a opinião é polarizada em uma nuvem de ideias simples, mas falsas..2

Realmente essas atitudes do presidente Bolsonaro frente à Pandemia são extremamente graves e somadas aos vários delitos administrativos e até criminais, são mais do que suficientes para justificar o seu impedimento. Aliás, já somam mais de trinta pedidos de impeachment contra Bolsonaro, o que falta é a pressão das forças progressistas do país sobre Rodrigo Maia e ele ter o brio, coragem e respeito ao povo brasileiro e colocar um dos pedidos de impeachment em votação. Somente dessa maneira podemos vislumbrar alguma chance de colocar um fim neste governo e deixar que as massas, soberanamente, decida o futuro do país, pois, não podemos deixar “que a democracia como experiência histórica e como referência fundamental da vida política3”, seja, novamente, atirada no lixo por aventureiros com fardas ou camuflados por elas.