quarta-feira, 31 de agosto de 2011

VEJA A QUE PONTO CHEGOU A “VEJA”

"A sociedade é maior do que o mercado. O leitor não é consumidor, mas cidadão. Jornalismo é serviço público". - Aberto Dinis

Há tempos venho escrevendo nesse democrático espaço do jornal “Correio do Papagaio”, textos analisando a conjuntura política nacional e denunciando o comportamento aético e partidário da grande mídia, especialmente, depois das vitórias eleitorais do Presidente Lula. 

Um dos veículos de comunicação que mais representa esse tipo de “jornalismo esgoto”, sem dúvidas, é a revista “Veja”. Por inúmeras vezes citamos aqui exemplos do seu comportamento preconceituoso, mesquinho e de servilismo aos grupos e Partidos Políticos conservadores do País.

Nessa última semana de agosto, a revista “Veja” fazendo valer essa sua vil característica, ultrapassou todos os limites éticos, morais e legais para tentar, por mais uma vez, criar um ambiente golpista no País, ou ao menos, desestabilizar o Governo da Presidenta Dilma e atingir Políticos de sua base, em especial, do Partido dos Trabalhadores. 

A revista “Veja”, nessa última edição trás em sua capa a foto do ex-ministro José Dirceu com a seguinte manchete: “O Poderoso Chefão”. Na reportagem que na verdade não tem nada de informativo, é puramente opinativo, o “nobre” jornalista, insinua, em resumo, que o “ex-Ministro José Dirceu mantém um gabinete num hotel de Brasília, onde despacha com graúdos da República e conspira contra o Governo da Presidente Dilma”. 

Essa matéria não seria nenhuma novidade se não fosse os métodos sujos e, em tese, ilegais utilizados pelo jornalista para conseguir escrever e ilustrar essa imunda reportagem. 

Antes mesmo da publicação da citada reportagem, o ex-ministro José Dirceu registrou na Polícia Civil de Brasília, um Boletim de Ocorrência denunciando que o seu apartamento no Hotel “Naoum”, em Brasília, sofrera uma tentativa de invasão por parte do jornalista da revista “Veja”, Gustavo Nogueira Ribeiro. No BO o preposto do referido Hotel afirmara que o senhor Gustavo Nogueira Ribeiro fazendo-se passar por hospede do Hotel tentou entrar nos apartamentos ocupados pelo senhor José Dirceu de Oliveira e Silva. Para tanto, tentou iludir a camareira Jôse Maia Medeiros com o argumento de que perdera sua chave de acesso. Não logrando êxito, o jornalista voltou e tentou, por mais uma vez, invadir o apartamento, identificando-se como representante da Prefeitura de Varginha e alegando ter documentos importantes para entregar a José Dirceu.

Se não bastasse esse execrável fato, um outro mais grave veio à tona com as informações repassadas pelo Gerente-Geral do Hotel, senhor Rogério Tonatto. Segundo o Gerente, as fotos que ilustram a matéria da revista “Veja” não vieram das imagens capturadas pelas câmaras internas do hotel. 

Essa informação se verdadeira, é extremamente grave e nos leva a concluir que o jornalista teria instalado uma “câmara espiã” no corredor onde está localizado o apartamento alugado por José Dirceu, o que se confirmado, pode, inclusive, caracterizar crime.

Esse caso da revista “Veja”, se assemelha muito ao histórico escândalo envolvendo o jornal britânico “News of the World”, que praticava escutas telefônicas ilegais com objetivos políticos. Contudo, esses dois episódios possuem uma “sutil” diferença: lá todos os jornais publicaram esse sórdido escândalo e o periódico foi fechado e os responsáveis punidos; aqui no Brasil, esse suposto crime praticado pela “Veja” está sendo, premeditadamente, escondido pela “mídia nativa”, que possivelmente, já praticou atos semelhantes, e por isso tem o “rabo” preso. 

Frente a tudo isso, e se comprovado esse “crime”, não há dúvidas de que estamos diante de um gravíssimo escândalo onde os envolvidos têm de ser firmemente punidos. Por outro lado, esse episódio é a oportunidade para que a Presidenta Dilma, apresente para o Congresso Nacional, mesmo que tardiamente, o Projeto de Lei do marco regulatório dos meios de comunicação. Somente assim, se poderá impedir estas fraudes, infâmias, aleivosias e as conhecidas manipulações que, reiteradamente, presenciamos na imprensa brasileira. Realmente é um episódio vergonhoso!

0 comentários:

Postar um comentário