"O melhor meio de os
EUA combaterem o terrorismo é deixarem de ser um dos principais terroristas do
mundo". Noam Chomsky
Não temos dúvidas de que o ataque sofrido pelos EUA
no dia 11 de setembro, foi uma grande barbárie que marcou aquele País. Porém,
não é menos verdade que foi uma tragédia anunciada, ou uma reposta à política
externa e o terrorismo de Estado que o governo norte-americano espalhou e
espalha mundo afora.
Está claro também, que as razões
propaladas pelos EUA para justificar suas investidas em todos os cantos do
mundo, não são motivadas pelo espírito pacificador e de defensores da
democracia, ao contrário, suas ações visam tão somente, defender os seus
interesses por meio da força e da espoliação de países e regiões cuja riqueza
natural ou estratégica possam lhe trazer algum benefício financeiro ou
político.
Outra
conhecida razão para as nefastas ações dos EUA são as guerras que objetivam
alcançar altos lucros financeiros. A guerra do Iraque, por exemplo, conhecida
como a batalha mais privatizada de toda história, movimentou bilhões de dólares
entre as empresas dos EUA. Contudo, há que se ressaltar que todo esse fabuloso
lucro teve um custo imensurável para o seu povo: as milhares de vidas que foram
perdidas nessa luta. Só para se ter uma idéia, somente com a reconstrução do
Iraque, mais de 4.500 soldados estadunidenses morreram, ou seja, o dobro de
vítimas do “11 de setembro” nos EUA.
Aliás, comentando
essa ambição do imperialismo norte-americano e a imediata reação dos povos, a
jornalista Cecília Toledo escreveu: “O maior significado do 11 de setembro não
reside em ter sido o estopim de uma guerra contra o terrorismo, mas sim uma
demonstração de até que ponto o imperialismo pode chegar na sua ânsia de
controlar partes cada vez maiores do mundo. Essa política colonizadora
enfrentava resistências cada vez maiores das massas dos países oprimidos,
obrigadas a viver num processo crescente de miséria e opressão, assistindo
impassíveis à espoliação desenfreada de suas riquezas. E isso impulsionou os
movimentos nacionalistas e fundamentalistas, entre eles o Talibã, acirrando o
ódio das massas contra o imperialismo”.
Mas não podemos nos esquecer que toda
essa história do atentando de “11 de setembro”, guarda também, uma dicotomia
que coloca o EUA como algoz e vítima. Foi exatamente no dia 11 de setembro de
1973, que ocorreu um dos mais terríveis golpes de Estado da América Latina, e
que teve como principal articulador e algoz, os EUA. Essa subversão militar
aconteceu no Chile e teve como conseqüência uma das maiores atrocidades que
aquele povo já enfrentou. Logo após o golpe, o General Pinochet depôs o
Presidente Socialista, Salvador Allende. Em seguida iniciou um genocídio e uma
brutal covardia contra o povo Chileno. Mais de 28 mil cidadãos foram
barbaramente torturados, 2.300 pessoas executadas, 1.250 Chilenos
desaparecidos, e mais de 200 mil exilados. E tudo isso aconteceu na mesma data:
11 de setembro, porém, mesmo com as grandes manifestações do povo Chileno, a
mídia teima em esconder esse terrível “11 de setembro”.
Somada
a essa barbárie do Chile, há que se recordar também, outras atrocidades
cometidas pelos EUA, mas que por motivos óbvios, não são rotuladas pela mídia
como atos terroristas. Assim, perguntamos: será que não foi terrorismo a guerra
do Vietnã com a utilização de armas químicas (agente laranja)? E a bomba
atômica lançada sobre Nagasaki e Hiroshima? Será que não caracteriza terrorismo
esse desmedido e cruel embargo econômico a Cuba? E o assassinato de Osama Bin
Laden, que se encontrava desarmado e já rendido, não foi um ato de terrorismo?
Claro que todas essas ações são atos de terrorismo de Estado, e o pior: com a complacência
das grandes potências, inclusive, com a devida bênção da desacreditada e omissa
ONU.
0 comentários:
Postar um comentário