segunda-feira, 12 de setembro de 2011

ALGOZ E VITIMA DO 11 DE SETEMBRO

"O melhor meio de os EUA combaterem o terrorismo é deixarem de ser um dos principais terroristas do mundo". Noam Chomsky

Não temos dúvidas de que o ataque sofrido pelos EUA no dia 11 de setembro, foi uma grande barbárie que marcou aquele País. Porém, não é menos verdade que foi uma tragédia anunciada, ou uma reposta à política externa e o terrorismo de Estado que o governo norte-americano espalhou e espalha mundo afora.

Está claro também, que as razões propaladas pelos EUA para justificar suas investidas em todos os cantos do mundo, não são motivadas pelo espírito pacificador e de defensores da democracia, ao contrário, suas ações visam tão somente, defender os seus interesses por meio da força e da espoliação de países e regiões cuja riqueza natural ou estratégica possam lhe trazer algum benefício financeiro ou político.

Outra conhecida razão para as nefastas ações dos EUA são as guerras que objetivam alcançar altos lucros financeiros. A guerra do Iraque, por exemplo, conhecida como a batalha mais privatizada de toda história, movimentou bilhões de dólares entre as empresas dos EUA. Contudo, há que se ressaltar que todo esse fabuloso lucro teve um custo imensurável para o seu povo: as milhares de vidas que foram perdidas nessa luta. Só para se ter uma idéia, somente com a reconstrução do Iraque, mais de 4.500 soldados estadunidenses morreram, ou seja, o dobro de vítimas do “11 de setembro” nos EUA.

Aliás, comentando essa ambição do imperialismo norte-americano e a imediata reação dos povos, a jornalista Cecília Toledo escreveu: “O maior significado do 11 de setembro não reside em ter sido o estopim de uma guerra contra o terrorismo, mas sim uma demonstração de até que ponto o imperialismo pode chegar na sua ânsia de controlar partes cada vez maiores do mundo. Essa política colonizadora enfrentava resistências cada vez maiores das massas dos países oprimidos, obrigadas a viver num processo crescente de miséria e opressão, assistindo impassíveis à espoliação desenfreada de suas riquezas. E isso impulsionou os movimentos nacionalistas e fundamentalistas, entre eles o Talibã, acirrando o ódio das massas contra o imperialismo”. 

Mas não podemos nos esquecer que toda essa história do atentando de “11 de setembro”, guarda também, uma dicotomia que coloca o EUA como algoz e vítima. Foi exatamente no dia 11 de setembro de 1973, que ocorreu um dos mais terríveis golpes de Estado da América Latina, e que teve como principal articulador e algoz, os EUA. Essa subversão militar aconteceu no Chile e teve como conseqüência uma das maiores atrocidades que aquele povo já enfrentou. Logo após o golpe, o General Pinochet depôs o Presidente Socialista, Salvador Allende. Em seguida iniciou um genocídio e uma brutal covardia contra o povo Chileno. Mais de 28 mil cidadãos foram barbaramente torturados, 2.300 pessoas executadas, 1.250 Chilenos desaparecidos, e mais de 200 mil exilados. E tudo isso aconteceu na mesma data: 11 de setembro, porém, mesmo com as grandes manifestações do povo Chileno, a mídia teima em esconder esse terrível “11 de setembro”.

Somada a essa barbárie do Chile, há que se recordar também, outras atrocidades cometidas pelos EUA, mas que por motivos óbvios, não são rotuladas pela mídia como atos terroristas. Assim, perguntamos: será que não foi terrorismo a guerra do Vietnã com a utilização de armas químicas (agente laranja)? E a bomba atômica lançada sobre Nagasaki e Hiroshima? Será que não caracteriza terrorismo esse desmedido e cruel embargo econômico a Cuba? E o assassinato de Osama Bin Laden, que se encontrava desarmado e já rendido, não foi um ato de terrorismo? Claro que todas essas ações são atos de terrorismo de Estado, e o pior: com a complacência das grandes potências, inclusive, com a devida bênção da desacreditada e omissa ONU.   

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