Estamos presenciando nesses últimos dias uma grave
denúncia de enriquecimento ilícito do Ministro da Casa Civil, Dr. Antônio
Palocci Filho, que em quatro anos, teria multiplicado o seu patrimônio de R$
375 mil, por vinte vezes. Tais denúncias vieram a público pelo jornal “Folha de
São Paulo”, que noticiou que o Ministro adquiriu um apartamento na capital
paulista no valor de R$ 6,6 milhões e um escritório avaliado em R$ 882 mil.
Esses imóveis estão em nome da Empresa de Consultoria “Projeto”, da qual o
Ministro Palocci é dono.
Longe de compactuar
com a idéia de “inocência” do Ministro Palocci, mas por outro lado, juntando-me
àqueles que defendem a tese de que há uma exploração midiática e política do
fato, destacamos os precisos questionamentos do jornalista Washington Araújo, que disse: ”... Há
que se perguntar o porquê da seletividade: por que apenas Palocci teve
esquadrinhada a evolução de seu patrimônio? Não seria interessante levar à
mesma alça de tiro a duas outras personalidades públicas, por exemplo, um
grão-oposicionista e alguma vistosa autoridade do Poder Judiciário? Obviamente
esse é o tipo de pergunta que se formula com absoluta certeza de que não é para
valer porque jamais será respondida. Obviamente existem interesses envolvidos,
dentre os quais aqueles que se comprazem em ver sombras de suspeição pairando
por sobre a Casa Civil do governo Dilma Rousseff”.
Realmente
o argumento do jornalista procede. Está postado na blogosfera outro fato que
mereceria a mesma cobertura do caso Palocci, mas que “curiosamente”, foi
escondido pela “mídia nativa”.
A filha de Jose
Serra, Verônica Allende Serra, juntamente com Verônica Dantas, irmã do
banqueiro Daniel Dantas, são sócias da Empresa “Decidir. com Brasil S.A”.
Segundo post no sitio “Amigos do Brasil”, essa empresa, criada em 08/02/2000,
tinha como capital a importância de R$ 100,00 (cem reais). No dia 21/03/2000,
apenas quarenta e dois dias depois, o
capital saltou para R$ 5.0 milhões,
ou seja, cinquenta mil vezes o
valor inicial, e a maior coincidência: nesse período Serra era Ministro da
Saúde de FHC. E o mais instigante: nunca se leu ou ouviu qualquer notícia a
respeito dessa supervalorização da Empresa da filha do “Tucano” José Serra.
Evidente
que esse fato não justifica, e tampouco, isenta a conduta do Ministro Palocci,
o citamos apenas para corroborar os questionamentos levantados pelo jornalista Washington Araújo em relação ao comportamento
da mídia.
Mas voltando ao caso Palocci, um ponto devemos nos ater. A princípio, o aumento do
seu patrimônio não nos afigura como fruto de atos ilegais, mesmo porque, tudo
foi devidamente declarado ao fisco nacional. Contudo, sabemos que para o
servidor público, não basta agir apenas dentro da legalidade, é necessário e
até imperioso, que se obedeça aos princípios da moralidade e da ética. E é
aqui, no nosso modesto entendimento, que reside o nó da questão envolvendo o
Ministro Palocci, e tantos outros Políticos, como Luiz Carlos Mendonça de Barros e André Lara
Rezende, que tiveram seus patrimônios supervalorizados, após, saírem do Governo
FHC, conforme noticiado pela revista “Carta Capital”.
Entendemos
que o Ministro Palocci, jamais poderia estar à frente de seus negócios de
consultoria enquanto Deputado Federal, coordenador da campanha de Dilma
Rousseff e como ex-ministro da Fazenda. Esse argumento se justifica porque,
claramente, Palocci detinha informações privilegiadas do Governo a que serviu e
a que viria a servir. Dessa maneira, no mínimo, ele deveria ter se afastado de
seus negócios para que não houvesse nenhuma suspeita de tráfego de influência,
e tampouco de venda de ínside information.
Diante
de tudo, concluímos que o Ministro
Palocci tem sim, o direito de se defender, porém, tem o dever de explicar,
de forma convincente aos órgãos competentes e à sociedade a colossal evolução
do seu patrimônio, caso contrário, será mais digno que peça a sua exoneração do
cargo de Chefe da Casa Civil. Com a
palavra o Ministro Dr. Antônio Palocci Filho!
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