quarta-feira, 20 de junho de 2018

A FARSA DOS EUA NA DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS


Por: Odilon de Mattos Filho
É de conhecimento até do mundo mineral, como diria o brilhante jornalista Mino Carta que os EUA se alto intitulam tutores do mundo. Neste contexto, anualmente o Departamento de Estado Norte-americano divulga relatório apontando e acusando os países violadores dos direitos humanos e como punição a esses países os EUA sugerem ou agem com embargos econômicos ou até mesmo com o uso da força militar contra essas nações acusadas de infligirem os direitos humanos. Geralmente os acusados são países ricos em recursos naturais ou são estratégicos geograficamente, mas, que não se alinham ou não se submetem às políticas impostas pelo império ianque e por essa razão são atacados.

Evidente que essa imposição de força que hoje exerce os EUA sem quase nenhuma oposição só foi possível com o fim da guerra fria advinda com a malfadada política da “Perestroika” vendida como reestruturação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), implantada pelo governo de Gorbachev em 1985. 



Com o visível enfraquecimento da antiga URSS que passou a ser a Rússia, os EUA perceberam que essa seria a grande oportunidade de implantar um novo modelo de colonialismo e exploração de outros países de seu interesse comercial, estratégico ou financeiro e para tanto, utiliza-se, dentre outras estratégias, o álibi das violações dos direitos humanos. 

Aliás, essa questão dos direitos humanos é um tema que domina o cenário mundial, mas, é cercado pela hipocrisia e pela covardia da ONU e do próprio EUA. Um exemplo emblemático são os sistemáticos, covardes e criminosos ataques de Israel ao povo Palestino. Jamais a ONU impôs qualquer sanção contra Israel e por sua vez, os norte-americanos jamais votaram contra Israel no Conselho de Segurança da ONU e isso é muito fácil de explicar: a vida econômica e financeira dos estadunidenses está nas mãos dos judeus que aplicam fortunas nos EUA, especialmente, nas mais poderosas armas de propaganda dos Ianques que são a indústria cinematográfica, leia-se Hollywood e Estúdios Disney e nos meios de comunicação. A propósito, esse domínio financeiro dos judeus ocorre mundo afora com práticas controladora, escravizadora e corrupta.

Além da defesa de Israel, um país reconhecidamente violador dos direitos humanos, os EUA são os que mais infringem esses direitos dentro e fora de seu país.

Fora de suas fronteiras os EUA são contumazes na espionagem mundial como arma de chantagem. Eles vigiam governos, exércitos, empresas e sistemas financeiros de diferentes países, além de serem os autores intelectuais e material de intervenções em vários países de seu interesse econômico ou estratégico. A espionagem da Petrobras e da própria Presidenta Dilma e o apoio ao golpe político/jurídico/midiático são exemplos dessas praticas por parte dos imperialistas. Isso sem contar as invasões e intervenções em países como o Iraque, Paquistão, Iêmen, Somália, Granada, Panamá, Iugoslávia, Afeganistão, Sudão, etc. Aqui a autodeterminação dos povos é letra morta na Declaração das Nações Unidas.

Não podemos nos esquecer, também, do mais terrível e abjeto presidio da Baía de Guantánamo, que mais parece um campo de concentração onde os prisioneiros são tratados como verdadeiros animais sem qualquer oposição da comunidade internacional, em especial, da ONU.

Não obstante essas barbáries, vale destacar que os EUA estão numa seleta lista de países que se recusaram a assinar ou firmar vários tratados internacionais na área dos Direitos Humanos, como por exemplo, os convênios contra os crimes de guerra e de lesa humanidade, a convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher, a convenção sobre os direitos das crianças ou contra a prostituição e pornografia infantil, o convênio relativo à liberdade sindical, negociação coletiva e idade mínima para emprego, a convenção sobre o direito de pessoas com deficiência, o Protocolo do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos destinado a abolir a pena de morte, o convênio para a repressão do tráfico de pessoas e de exploração de prostituição e tantos outros protocolos e convenções internacionais que não foram assinados ou ratificados pelos EUA.

Já no campo interno, as violações são constantes. Segundo o site do Instituto de Estudos Latino-Americano (IELA) da UFSC morrem “anualmente nos EUA, por causa de armas de fogo, perto de 11.000 pessoas. Segundo o FBI, em 2013 foram usadas armas de fogo em 63,3% dos assassinatos, nos 41% dos roubos e em 21,8% das agressões graves1”. 

Nos últimos anos os afros-americanos têm sido vítimas frequentes de assassinatos raciais, tanto, que há sempre uma grande mobilização de pessoas públicas, como, por exemplo, atletas da NBA que denunciam essas práticas racistas contra o próprio povo estadunidense e contra os irmãos afrodescendentes de outros países que vivem nos EUA. É gritante como o racismo e a xenofobia estão entranhados no seio de grande parte dos estadunidenses, em especial dos políticos do Partido Republicano.

As prisões, também, são locais constantes de casos de violações dos direitos humanos nos EUA. De acordo com o IELA nos “Estados Unidos é de uso corrente o confinamento solitário nas prisões. Hoje, mais de 80.000 pessoas estão presas em regime de isolamento, em calabouços pobres de ventilação, sem luz natural, definhando as vidas física e psicologicamente. Alguns prisioneiros estão nessa situação há 40 anos, conforme relata o Registro de Direitos Humanos nos Estados Unidos, publicado pela China em 2013...De acordo com esse documento, os Estados Unidos é uma das nações que menos garante a vida, a propriedade e a segurança pessoal de seus habitantes, já que a cada ano, uma em cada cinco pessoas é vítima de algum crime, a taxa mais alta do planeta2”.

Ainda dentro de suas fronteiras os EUA cometem violações aos direitos dos seus próprios cidadãos que são diariamente vigiados por programas como Prism ou Xkeyscre, por meio dos celulares, e-mail e até pelas chamadas de telefone efetuadas pelo cidadão. Além dessa vigia, a liberdade de manifestação nos EUA sofre restrições, como por exemplo, se um cidadão ameaçar o presidente da republica nas redes sociais é imediatamente preso. 

E parece que agora os EUA sob a presidência deste louco chamado Donald John Trump um empresário que segundo a revista “Forbes” tem um patrimônio calculado em mais de 3,1 bilhões de dólares, essa politica sistemática de violações de direitos humanos vai recrudescer, ainda mais. 

Ganhou manchete mundo afora a obstinada e abjeta política de combate à imigração proposta pelo governo Trump, denominada “tolerância zero”. Essa política chegou a um ponto inimaginável. Segundo matéria dos jornalistas Bruno Falci e Maíra Santafé, no site Jornalistas Livres, “quase duas mil crianças latino-americanas foram separadas dos seus pais e enjauladas em uma espécie de campo de concentração. Durante dias foram proibidas as visitas de jornalistas. Mantiveram essas crianças em completo isolamento, sujeitas a abusos de autoridades fronteiriças”. E a preocupação sobre esses abusos, realmente, se justifica. De acordo com a agência ProPublica foi vazado um áudio do interior das prisões onde se encontram as crianças, no qual se escuta muito choro vindo do(a)s pequenino(a)s e um agente em tom de zombaria e sarcasmo dizendo “temos uma orquestra por aqui. Só falta o maestro3”. 

Aliás, esse crime contra essas crianças não é novidade, afinal, como afirmamos acima os EUA foi o único país que não ratificou a convenção dos direitos das crianças e contra a prostituição e pornografia infantil. 

O mundo está perplexo com essa extremada e criminosa medida do governo Trump. O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein indignado com essa barbárie disse: "Pensar que um Estado busca dissuadir os pais infligindo tal abuso às crianças é inadmissível” e citando a Associação Americana de Pediatria, disse que esse "abuso a menores permitido pelo governo pode provocar danos irreparáveis, com consequências pelo resto da vida dessas crianças4". 

Já o secretário-geral do Conselho da Europa, Thorbjorn Jagland em tom ameaçador disse: "O que acontece na fronteira (americana-mexicana), onde as crianças são separadas de seus pais, é um sinal de que ele [Trump] não é mais líder moral de seu país ou do planeta...Tudo o que faz o exclui do papel que os presidentes americanos sempre tiveram. Ele não pode mais falar em nome do que se chama mundo livre5".

Portanto, não paira dúvida de que essa última política do governo dos EUA sobre as imigrações atingiu o ápice da insensibilidade, do ódio e da crueldade e malgrado as manifestações quase que isoladas de autoridades transnacionais, o momento exige, independentemente de ser revogado o Decreto, uma medida concreta dos organismos internacionais para impor punições e coibir essa barbárie cometida pela Nação dita mais poderosa do mundo, mas, que ao mesmo tempo é a mais violenta, farsante e violadora do direitos humanos no planeta terra.


  



















1 Fonte: http://www.iela.ufsc.br/noticia/estados-unidos-%C3%A9-o-maior-violador-de-direitos-humanos-do-mundo
2 Fonte: http://www.iela.ufsc.br/noticia/estados-unidos-%C3%A9-o-maior-violador-de-direitos-humanos-do-mundo
 3 Fonte: https://jornalistaslivres.org/politica-de-trump-separa-criancas-dos-pais-e-as-mantem-em-jaulas/

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