terça-feira, 30 de junho de 2015

OS DEJETOS DO JORNALISMO TUPINIQUIM

Por: Odilon de Mattos Filho
Em uma democracia é muito normal e salutar que se tenha divergências políticas e ideológicas, bem como, uma imprensa livre para investigar, noticiar e criticar governos, políticos, etc. Porém, o que estamos assistindo nesses últimos doze anos na cobertura política é uma verdadeira libertinagem midiática, cujo objetivo é tentar derrubar o governo da Presidenta Dilma e aniquilar a vida política do ex-presidente Lula.

Desde que tomou posse, Lula vem sendo bombardeado diariamente pela mídia hegemônica e nas redes sociais. Nem mesmo durante um dos seus maiores dramas pessoais, que foi o tratamento contra um câncer, ele foi poupado. O ódio de classe e o preconceito contra Lula somado à obsessão em destruí-lo tornou o grande foco dos setores conservadores e fascistas da sociedade.

Para ilustrar esses intermináveis ataques, citamos dois recentes exemplos promovidos pela imprensa.  No dia 25/06/2015, o jornal Folha de São Paulo (FSP) estampou a seguinte manchete com letras garrafais: “Ex-diretor ligado a Lula continuará preso, decide Juiz”. O jornal se referia a Alexandrino Alencar, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, que nessa condição acompanhou Lula em palestras da empresa, quando o ex-presidente já havia deixado o cargo. Portanto, Alexandrino não tem ligação alguma com Lula, tanto que o conteúdo da matéria contradiz a manchete. O que o jornal pretendeu com o título foi ligar o ex-presidente a esse Diretor e chamar a atenção dos leitores. 

Outro exemplo veio no dia seguinte, publicado pelo mesmo Grupo de Comunicação, porém, desta feita de maneira sórdida. Após o Senador Ronaldo Caiado (DEM/MS), postar nas redes sociais que Lula impetrara um Habeas Corpus Preventivo com o objetivo de não ser preso, a Folha on-line, de imediato e sem checar a informação, postou a seguinte manchete: “Lula pede à Justiça para não ser preso por juiz da Operação Lava Jato”. Logo em seguida os “coxinhas” de plantão deliraram com a notícia e a repercutiram nas redes sociais.
        
Mas não demorou muito para máscara cair! Foi descoberto o autor do  Habeas Corpus (HC) em nome de Lula. O cidadão chama-se Marcelo Ramos Thomaz, um louco por HC. Não foi a primeira vez que esse “cara-pálida” entra com esse tipo de ação em nome de outras pessoas, isso já ocorrera com o jornalista Diogo Mainardi, Nestor Cerveró, condenado pela Lava Jato, e também com a secretária Simone de Vasconcelos, denunciada na AP 470.

Logo em seguida, veio outro tapa na cara da mídia e da elite conservadora. O próprio Juiz Moro que cuida do Processo da Operação Lava-jato, emitiu Nota com o seguinte teor: “A fim de afastar polêmicas desnecessárias, informa-se, por oportuno, que não existe, perante este Juízo, qualquer investigação em curso relativamente a condutas do Exmo. ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva”.

O que chama atenção nesse episódio são dois fatos: o primeiro, como o Senador Caiado ficou sabendo de tal ação logo após a mesma ser protocolada? E a segunda é volúpia da mídia em noticiar o caso sem obedecer às regras do bom jornalismo, ou seja, checar a fonte e ouvir a outra parte. Mas contra o PT e Lula as favas os manuais de redações, se for barrigada, coloca-se um “Erramos” no canto de página e vida que segue!

Esses dois casos ilustram bem o comportamento partidarizado da mídia e como a Operação Lava-jato está sendo utilizada como munição contra o governo, o PT e o Lula. As delações premiadas mais parecem entrevistas coletivas e os jornalões e revistas se transformaram em Diários Oficiais da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, com uma pequena e sutil diferença: de posse do material os jornalistas montam as matérias a gosto dos seus patrões.   

E é nessa toada que a “mídia nativa”, livre e faceira, continua à sua desenfreada obsessão em derrubar o governo Dilma e destruir a imagem do Presidente Lula. Aliás, o papel a que se presta a imprensa vai ao encontro do que escreveu um dos mais ilustres “tucanos”, o jornalista e ex-senador, Artur da Távola: “A imprensa no Brasil tem a mania de tomar o sintoma por indício, tomar o indício por fato, o fato por julgamento, o julgamento por condenação e a condenação por linchamento”. Isso é o jornalismo esgoto! 

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