"O resto do mundo é mero aprendiz do Brasil em matéria
de concentração da propriedade da mídia". Fernão Lara Mesquita.
Já se tornou redundante às inúmeras
criticas que fazemos neste espaço sobre o comportamento vil, partidário e
golpista da grande mídia nacional. Aliás, essa obsessão faz coro com os
jornalistas independentes, que pautam seus blog’s e sítios com essas admoestações.
Mas realmente, não há como calar diante das barbáries que a grande imprensa vem
cometendo, especialmente no campo político, nesses últimos dez anos.
Nesse
início do mês de dezembro, como presente de Natal antecipado, a “mídia nativa”,
aprontou mais uma, e essa certamente, entrará para os anais da história do
jornalismo esgoto praticado no Brasil.
No
dia 3 de dezembro de 2011, foi lançado o livro “A Privataria Tucana”, de
autoria do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, pela Editora “Geração Editorial”.
Essa primeira edição vendeu, em apenas 48 horas, trinta mil exemplares. Um
fenômeno editorial.
O
livro do Amaury esmiúça em suas 340 páginas, com riqueza de detalhes e de
maneira didática os meandros e as grandes falcatruas orquestradas para o maior
assalto ao patrimônio do povo brasileiro que foram as privatizações na era FHC.
Os documentos acostados na obra não deixam dúvidas e comprovam de maneira
cabal, toda a narrativa do autor, que, diga-se de passagem, é um especialista
em desvendar a lavagem de dinheiro praticada para o enriquecimento ilícito de
políticos, banqueiros, presidentes de organizações, traficantes, etc.
Possivelmente,
muitos leitores desse periódico, não tinham conhecimento desse livro, e o
motivo é no mínimo paradoxal: um silêncio obsequioso dos meios de comunicação.
Nenhum jornal, revista, rádio, ou telejornal, com as exceções da revista “Carta
Capital” e da “TV Record”, publicaram o maior fenômeno editorial do ano, ou
melhor, a grande notícia política de 2011: “A Privataria Tucana”. Essa obra só
ganhou algum destaque no dia 08/12/2011, depois que o judicioso Deputado Protógenes
Queiroz PCdoB/SP, conseguiu as assinaturas para criar a CPI da privataria,
mesmo assim, sem maiores repercussões e comentários sobre o conteúdo do livro
“bomba”. Mas
os motivos para essa omissão midiática são óbvios: a imprensa brasileira
esconde tudo que possa macular a imagem dos seus “sagrados sócios”, PSDB, DEM e
PPS.
Mas,
não temos dúvidas de que essa postura comprometedora da “mídia nativa” está
perdendo força e importância no reino animal e mineral, pois, com o advento da
internet o mundo ficou mais próximo,
e a notícia se democratizou e ganhou velocidade vertiginosa. Será difícil para
a mídia hegemônica continuar omitindo, tramando, compactuando e censurando.
Realmente ela está agonizando. Está com os dias contados.
Aliás, nesse sentido o jornalista
Fernando Brito, escreveu um brilhante texto: “...Talvez os editores de jornais,
revistas, rádios e televisões não tenham se dado conta de que “a Sibéria do
esquecimento” – como uma vez Leonel Brizola definiu o banimento dos meios de
comunicação das pessoas e dos temas que desagradavam Roberto Marinho –
esquentou muito depois do surgimento da internet. O silêncio da mídia,
retumbante como está sendo [referindo-se ao livro], não a cobre de suspeitas.
Cobre de vergonha a hipocrisia do moralismo seletivo que pratica”. Realmente é lamentável essa
autocensura...!
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