"A mídia usa da
liberdade de expressão como se ela tivesse o condão de passar por cima de
outras garantias constitucionais."
Raphael Michael
Já ocupamos este espaço para
escrever sobre os escândalos de corrupção no Brasil. Mostramos que alguns Políticos
são mesmo corruptos, mas também boa parte das empresas privadas e a própria
imprensa, são partícipes dessas atividades ilegais. Mas malgrado esse tipo de
corrupção financeira, o que estamos assistindo é a corrupção ética e moral que
envolve a “mídia nativa”.
É
de conhecimento público que em 2009 o STF, em julgamento histórico, declarou inconstitucional
a Lei nº 5.250/67, conhecida como Lei
de Imprensa. Não obstante esse importante julgamento é reconhecido pelos
operadores do direito que essa decisão trouxe também, um vácuo legal,
especialmente, em relação ao direito de reposta, fato que trás desequilíbrio na
relação entre o cidadão e a imprensa. E é exatamente por causa desse hiato, que
a mídia intensificou o denuncismo contra os políticos do Governo Dilma,
baseando suas matérias apenas em indícios e nunca em provas concretas, e o mais
grave: sem permitir aos “acusados” o direito de resposta e ao contraditório.
Evidente
que todo caso de malversação de recurso
público tem de ser fortemente
combatido, inclusive, com o apoio da imprensa. O que cobramos é isenção da
mídia, pois, enquanto, os escândalos envolvendo o Governo Federal são insistentemente
noticiados, aqueles que envolvem os governos estaduais do PSDB/DEM, são
rapidamente divulgados, e em muitos casos, são ocultados da sociedade. Vejamos alguns
recentes exemplos: São Paulo (PSDB/DEM):
compra de emendas na Assembléia Legislativa (rombo R$188 milhões), as
fraudes nas licitações de inspeção veicular, e as fraudes de licitação na linha
5 do Metrô (rombo R$ 5,0 bilhões). Minas Gerais (PSDB): Procurador-Geral da
República, ainda não se manifestou sobre denúncia de sonegação fiscal e
ocultação de patrimônio contra Aécio Neves, recebida em maio. Para analistas, essa
morosidade é devido ao clima político morno, e à falta de cobertura
jornalística. Segundo o Blog do Dihitt, auditoria do Ministério da Saúde
apontou que os Estados de SP, RS, MG, com propósito de realizarem o “choque de gestão”, aplicaram por longo período, o
que é ilegal, recursos do SUS no mercado financeiro. Com essa medida, estima-se que, em dois anos, os
três governos “Tucanos”, deixaram de aplicar na saúde a “bagatela” de R$ 6,3
bilhões. Foi lançado no dia 10/11/2011, o livro “A Privataria Tucana” de
autoria de Amaury Ribeiro Jr. já esgotada a primeira edição, um fenômeno de
venda, porém, nenhuma nota na grande mídia, com exceção da “TV Record”. Qual
será o motivo?
Não há dúvidas de que há uma estratégia da mídia
para desestabilizar o governo: primeiro é o denuncismo, que tem como objetivo
passar a imagem de que a Presidenta Dilma é fraca, leniente e cúmplice com a corrupção
e a outra, é ocultar da sociedade as medidas que o Governo vem tomando para
combater essas práticas.
O Portal da “Rede de Participação Política” postou: “....No mês de
julho foi batido o recorde na demissão de servidores públicos. Segundo
relatório da CGU, 98 estatutários da administração pública federal foram
demitidos e destituídos dos seus cargos por diferentes irregularidades. Em 2011
já ocorreram 328 demissões. É o maior número já registrado para o período... O
combate à corrupção e à impunidade levou o governo a aplicar mais de 4 mil
punições a agentes públicos por envolvimento em práticas ilícitas, no período
entre janeiro de 2003 e julho de 2011” .
Por
sua vez, o portal “Poder Econômico” divulgou que em 2007 o Governo enviou ao
Congresso Nacional Projeto de Lei, que entre outros pontos, apresenta
dispositivo tipificando como crime a conduta dos corruptores. Contudo, esse e
outros Projetos da mesma natureza estão parados nas Comissões. Segundo
analistas, isso se deve ao fato de que 45% dos Deputados pertencem à bancada dos
Empresários, e considerando que a grande maioria dos corruptores é de Pessoa
Jurídica, não interessam a esses Deputados a aprovação de tal Projeto.
Finalmente
vale destacar os dados disponíveis no sitio da Polícia Federal: de 2003 a 2011 foram realizadas
1.511 Operações com 17.372 “cidadãos” presos e 2.093 Servidores Públicos
detidos, isso sem computar os Processos Administrativos. Diante disso
perguntamos: o amigo leitor já viu essas notícias na mídia?
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