Segundo Hobbes, a “política, como forma de atividade ou de práxis humana, está estreitamente ligada ao de poder. O poder político é o poder do homem sobre outro homem, e consiste em adotar os meios adequados à obtenção de qualquer vantagem...” ou “alcançar os efeitos desejados", conforme define Russell.
A
Política para sobreviver e alcançar tais objetivos necessita de um alimento
crucial: o fato político. Alguns são criados e outros aparecem ao acaso. Aliás,
este também é o alimento que nutre o jornalismo político, que vive e até cria
esses fatos de acordo com seus interesses.
Verificamos
que este mês de abril foi farto na produção de fatos políticos, que
diferentemente de outros com efeitos limitados, terão conseqüências futuras,
como por exemplo, nas eleições de 2012 e 2014, com um claro prejuízo para a atordoada
oposição, especialmente, para os “Tucanos”.
O
primeiro fato do mês veio com a rebeldia do Prefeito Gilberto Kassab e a
fundação do novo Partido Político (PSD), que seguramente, abalará as bases do
PSDB e DEM no Estado de São Paulo, e nacionalmente.
Após
esse episódio, foi à vez de FHC acionar sua velha metralhadora, no entanto, os tiros
erraram o alvo e atingiram em cheio, as asas dos já debilitados “Tucanos”.
No inicio do mês de
abril, retirando de vez, sua máscara de social-democrata, FHC escreveu um
artigo na revista “Interesse Nacional” aconselhando o PSDB e a oposição a
abandonarem os votos dos movimentos sociais e do “Povão”. Disse o
ex-Presidente: “Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em
disputar com o PT influência sobre os “movimentos sociais” ou o “povão”, isto
é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos”.
Essa declaração caiu como uma
bomba no colo do PSDB e aliados, desnudando, de vez, a posição Política
defendida pela oposição (PSDB/DEM/PPS).
Aliás,
fazendo uma precisa interpretação do artigo de FHC, o jornalista Maurício Dias
escreveu: “Finalmente, o ex-presidente FHC, suposto arauto da social-democracia
brasileira, entrou no trilho adequado. Foi preciso mais de oitos anos, além de
três fracassos eleitorais sucessivos na disputa presidencial, para que ele
jogasse fora a máscara da social-democracia e assumisse o papel de expressão
política da classe média...”
Não
satisfeito com o “tiro amigo”, e para desespero da oposição, FHC em uma
entrevista, ou melhor, em mais um momento de completo delírio, desafiou Lula
para as eleições de 2014. Disse FHC: "Ele
[Lula] se esquece que eu o derrotei duas vezes. Quem sabe ele queira uma
terceira. Eu topo”.
Realmente,
FHC está fora do seu juízo, e como bem assinala Altamiro Borges, “FHC precisa ser internado rapidamente.
Ele constrange até os caciques da oposição demotucana, preocupados com a
corrosão das suas bases eleitorais....FHC perdeu a noção do ridículo”.
Após
todas essas bobagens de FHC, e para fechar com chave de ouro o fatídico mês
abril, aparece à figura do “bon vivant” Aécio Neves a patrocinar o
fato político mais insólito e crítico do ano, e que talvez seja o tiro de
misericórdia, na agonizante oposição.
No
dia 16 de abril, por volta das três horas da madrugada, o ex-Governador de
Minas Gerais Aécio Neves, foi parado numa blitz da Polícia Militar na cidade do
Rio de Janeiro. Convidado a fazer o teste do bafômetro, surpreendentemente, o
ilustre Senador Mineiro recusou. Cumprindo seu estrito dever, os Policiais
Militares solicitaram ao ex-Governador sua Carteira Nacional de Habilitação
(CNH), ao entregá-la veio à segunda surpresa: a CNH de Aécio Neves estava
vencida. Diante dessas infrações, restou ao judicioso militar apreender a CNH
do Senador e solicitar a um Taxista que conduzisse o veículo até a residência
do político, além do que, efetuou as devidas multas, que certamente, não
pesarão no bolso no Senador Mineiro, mas que sem dúvidas, colocará em cheque o
seu futuro político.
Evidentemente,
que este acontecimento foi divulgado pela “mídia nativa”, porém, o fato foi minimizado
com matérias curtas e sem o devido destaque e aprofundamento que o caso merece.
Aliás, esse escândalo, malgrado, o incalculável prejuízo político para a
oposição e para o próprio Aécio Neves, vem robustecer a tese da triste
decadência, profissional, ética e moral da mídia hegemônica do País. Lamentável!
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