Por Odilon de Mattos Filho
O juiz da Corte Suprema dos EUA Robert Jackson, em certa ocasião disse: “...há certos julgamentos que não passam de uma cerimônia legal para averbar um veredito já ditado pela imprensa e pela opinião pública que ela gerou”.
O juiz da Corte Suprema dos EUA Robert Jackson, em certa ocasião disse: “...há certos julgamentos que não passam de uma cerimônia legal para averbar um veredito já ditado pela imprensa e pela opinião pública que ela gerou”.
A frase do magistrado estadunidense
retrata de forma definitiva e precisa o golpe político/jurídico/midiático
perpetrado contra a presidenta Dilma e especialmente sobre a condenação do
presidente Luís Inácio Lula da Silva e sua já decidida inelegibilidade para as
eleições de 2018.
A farra, os malabarismos e as anomalias
jurídicas utilizadas pelos procuradores da república, por delegados federais e
pelos juízes responsáveis pelos processos da Operação Lava-jato já é fato
indiscutível e lamentado no mundo acadêmico nacional e internacional. Se por um
lado é duro aceitar que estes personagens saíram, parcialmente, vitoriosos, por
outro lado, é real, também, que essas figuras telecomandadas conseguiram
colocar todo o Sistema Judiciário e seus próprios nomes no capítulo do livro de
história que imortaliza os canalhas e suas canalhices.
Passada a realidade de que a Casa
Grande e a Casa Branca não deixarão o presidente Lula disputar as eleições
2018, resta às forças progressistas, junto com o presidente Lula escolher o
candidato que vai defender, aperfeiçoar e aprofundar o seu legado político,
especialmente, com relação as políticas de inclusão social.
Sabemos das diferenças filosóficas e
políticas dos partidos do campo progressista, aliás, isso demonstra capacidade
intelectual e de certa forma é bom para arejar as mentes e corações. Mas se há
essas diferenças, temos que reconhecer, também, que há uma marca indelével nas
esquerdas: todos são favoráveis ao Estado de bem-estar social que só é possível
com um Estado forte, transparente, popular e democrático.
A atual situação que o país vive é
totalmente diferente daquela que sonhamos e lutamos e certamente essa posição
se recrudescerá caso a direita ou a extrema-direita vença as eleições. Isso é
fato!
A propósito, o grande professor
Wanderley Guilherme com a costumeira precisão escreveu:”... Não se justifica
reduzi-lo [Lula] a intérprete de um dos segmentos do seu eleitorado. Mais do
que os conselhos de uma classe média ilustrada e brava, a arriscar apenas o
voto, é a expectativa de emprego, comida, saúde, educação, segurança e
habitação que orienta a escolha dos grupos vulneráveis. Se os benefícios da
vitória são imponderáveis, o custo da derrota é certo e bruto. Não há
conciliação digna com o adversário nem é conveniente alimentar um radicalismo
encurralado pela legislação...1”
Pode parecer paradoxal, mas, se o atual
momento é difícil é igualmente favorável às forças progressistas e isso não só
as pesquisas demonstram como, também, o sentimento popular aponta para essa
perspectiva. O enredo da Escola de Samba “Paraíso do Tuiuti” e as reações dos
populares nas arquibancadas do sambódromo revelaram, de forma espontânea, o
descontentamento do povo com as políticas antissociais e econômicas em curso no
país. Esse movimento foi emblemático e serviu como admoestação para a direita e
como um sacolejo nas esquerdas para que não se esqueçam de suas
responsabilidades para com o povo pobre e excluído do país, além do que, foi um
sinal claro de que a convulsão social é iminente. Agora, basta que as
lideranças percebam esse recado e entendam que o atual momento político exige
unidade das esquerdas para que possam garantir um processo eleitoral sem vícios
e com candidatos costurados em uma Ampla Frente Democrática e Popular vencer as
eleições e trazer de volta a esperança que o povo brasileiro tanto sonha e
almeja.
Se os líderes do campo progressista
tiverem a sensibilidade de escutar essas vozes populares e todos caminharem
juntos, não temos a menor dúvida em afirmar que a Casa Grande e a Casa Branca
venceram a batalha, mas, quem vencerá a guerra final, certamente, será o povo
brasileiro, os movimentos sociais e as forças de esquerda do Brasil. Unidade
já!
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1-Fonte:https://www.conversaafiada.com.br/politica/wanderley-eleicao-sem-lula-nao-e-fraude-200b
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