sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

A VITÓRIA PARCIAL DA CASA GRANDE E DA CASA BRANCA

Por Odilon de Mattos Filho
O juiz da Corte Suprema dos EUA Robert Jackson, em certa ocasião disse: “...há certos julgamentos que não passam de uma cerimônia legal para averbar um veredito já ditado pela imprensa e pela opinião pública que ela gerou”. 

A frase do magistrado estadunidense retrata de forma definitiva e precisa o golpe político/jurídico/midiático perpetrado contra a presidenta Dilma e especialmente sobre a condenação do presidente Luís Inácio Lula da Silva e sua já decidida inelegibilidade para as eleições de 2018. 

A farra, os malabarismos e as anomalias jurídicas utilizadas pelos procuradores da república, por delegados federais e pelos juízes responsáveis pelos processos da Operação Lava-jato já é fato indiscutível e lamentado no mundo acadêmico nacional e internacional. Se por um lado é duro aceitar que estes personagens saíram, parcialmente, vitoriosos, por outro lado, é real, também, que essas figuras telecomandadas conseguiram colocar todo o Sistema Judiciário e seus próprios nomes no capítulo do livro de história que imortaliza os canalhas e suas canalhices. 

Passada a realidade de que a Casa Grande e a Casa Branca não deixarão o presidente Lula disputar as eleições 2018, resta às forças progressistas, junto com o presidente Lula escolher o candidato que vai defender, aperfeiçoar e aprofundar o seu legado político, especialmente, com relação as políticas de inclusão social. 

Sabemos das diferenças filosóficas e políticas dos partidos do campo progressista, aliás, isso demonstra capacidade intelectual e de certa forma é bom para arejar as mentes e corações. Mas se há essas diferenças, temos que reconhecer, também, que há uma marca indelével nas esquerdas: todos são favoráveis ao Estado de bem-estar social que só é possível com um Estado forte, transparente, popular e democrático. 

A atual situação que o país vive é totalmente diferente daquela que sonhamos e lutamos e certamente essa posição se recrudescerá caso a direita ou a extrema-direita vença as eleições. Isso é fato! 

A propósito, o grande professor Wanderley Guilherme com a costumeira precisão escreveu:”... Não se justifica reduzi-lo [Lula] a intérprete de um dos segmentos do seu eleitorado. Mais do que os conselhos de uma classe média ilustrada e brava, a arriscar apenas o voto, é a expectativa de emprego, comida, saúde, educação, segurança e habitação que orienta a escolha dos grupos vulneráveis. Se os benefícios da vitória são imponderáveis, o custo da derrota é certo e bruto. Não há conciliação digna com o adversário nem é conveniente alimentar um radicalismo encurralado pela legislação...1” 

Pode parecer paradoxal, mas, se o atual momento é difícil é igualmente favorável às forças progressistas e isso não só as pesquisas demonstram como, também, o sentimento popular aponta para essa perspectiva. O enredo da Escola de Samba “Paraíso do Tuiuti” e as reações dos populares nas arquibancadas do sambódromo revelaram, de forma espontânea, o descontentamento do povo com as políticas antissociais e econômicas em curso no país. Esse movimento foi emblemático e serviu como admoestação para a direita e como um sacolejo nas esquerdas para que não se esqueçam de suas responsabilidades para com o povo pobre e excluído do país, além do que, foi um sinal claro de que a convulsão social é iminente. Agora, basta que as lideranças percebam esse recado e entendam que o atual momento político exige unidade das esquerdas para que possam garantir um processo eleitoral sem vícios e com candidatos costurados em uma Ampla Frente Democrática e Popular vencer as eleições e trazer de volta a esperança que o povo brasileiro tanto sonha e almeja. 

Se os líderes do campo progressista tiverem a sensibilidade de escutar essas vozes populares e todos caminharem juntos, não temos a menor dúvida em afirmar que a Casa Grande e a Casa Branca venceram a batalha, mas, quem vencerá a guerra final, certamente, será o povo brasileiro, os movimentos sociais e as forças de esquerda do Brasil. Unidade já! 






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1-Fonte:https://www.conversaafiada.com.br/politica/wanderley-eleicao-sem-lula-nao-e-fraude-200b


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