sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A LAMA PODRE DA REPÚBLICA TOMOU CONTA DO MPF E DO PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO

Por Odilon de Mattos Filho - 28/08/2017
Se for verdade que a operação Lava-jato clareou o submundo da corrupção da República, não é menos verdade, também, que essa operação é mais uma inescrupulosa e engenhosa fase do golpe político/jurídico/midiático que apeou uma presidenta eleita pelo voto popular e que tenta de todas as formas criminalizar o PT e impedir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja candidato em 2018.



Já opinamos e demonstramos neste espaço todos os malabarismos jurídicos e a clara aplicação do “lawfere”, pela “Força Tarefa” para tentar condenar o presidente Lula. Aliás, essas manobras já foram denunciadas por insuspeitos juristas pátrios, inclusive, foram alvos de denúncias junto à Comissão de Direitos Humanos da ONU.



Se tudo isso não bastasse para enxovalhar o Poder Judiciário e o MPF, os dois últimos meses foram marcados por hecatombes que abriram crateras profundas nessas duas instituições deixando à mostra suas imundas vísceras.


A primeira bomba detonou as Palestras que, em tese, foram ilegalmente proferidas pelo “judicioso” Procurador da República, Deltan Dallagnol Coordenador da Força Tarefa. Um caso, ainda, sem resposta e que coloca em cheque a reputação do Procurador e da própria instituição. Até o momento o caso continua nebuloso e sem resposta do CNMP.

Após esse ataque outra explosão atinge o coração da operação Lava-jato e leva estilhaços no comandante da operação, o juiz Sérgio Moro.

Foi noticiado pelo jornal Folha de São Paulo que o advogado Rodrigo Tacla Duran denunciou o advogado “Carlos Zucolotto - padrinho de casamento do Juiz Sérgio Moro e ex-sócio de Rosangela Moro em um escritório de advocacia - por supostamente cobrar propina para fechar um acordo de delação com os procuradores de Curitiba1”. Rodrigo Duran é acusado em processo da Lava-jato e hoje reside na Espanha por ter dupla cidadania, inclusive, já foi solicitada a sua extradição, mas, foi negada.

O advogado Tacla Duram teria dito “que a proposta de Zucolotto era alterar o regime de prisão em regime fechado para domiciliar e redução da multa para um terço do valor, ou seja, US$ 5 milhões. A proposta teria sido feita no dia 27 de maio de 20162” e segundo Duram ele tem provas do que está dizendo.

Em Nota o Juiz Sérgio Moro disse que "O advogado Carlos Zucolotto Jr. é advogado sério e competente, atua na área trabalhista e não atua na área criminal. O relato de que o advogado em questão teria tratado com o acusado foragido Rodrigo Tacla Duran sobre acordo de colaboração premiada é absolutamente falso... Lamenta-se o crédito dado pela jornalista ao relato falso de um acusado foragido, tendo ela sido alertada da falsidade por todas as pessoas citadas na matéria..3".

Neste nebuloso caso dois detalhes chamam atenção: será que o nobre magistrado se esqueceu de que sua sentença condenando Lula foi amparada em depoimento do condenado Leo Pinheiro que como sentenciado estava desobrigado a falar a verdade como acontece com as testemunhas? Por que o Juiz de “piso” deu “crédito” a um condenado e não as 73 testemunhas de defesa e acusação que inocentaram o presidente Lula? Outro detalhe: segundo documentos da Receita Federal a esposa de Sérgio Moro a Dra. Rosângela Moro recebeu honorários do Escritório de Tacla Duram quando trabalhava no escritório do amiguinho Carlos Zucolotto, e o mais grave, a Força Tarefa sabia disso a mais de dois anos. Sendo assim, perguntamos: não deveria o Juiz Sérgio Moro arguir a sua suspeição para julgar o caso de Tacla Duram e da empresa Odebrecht da qual Duram fora advogado? 

Não temos dúvidas de que essa história envolvendo o padrinho do Juiz Sérgio Moro é muito comprometedora e precisa ser esclarecida o mais breve possível, sob pena de colocar sob suspeita toda a operação Lava-jato, inclusive, o nobre magistrado e os "meninos" Procuradores.

A terceira bomba caiu no colo do Chefe da Procuradoria-geral da República abalando a sua reputação e colocando em pavorosa toda a instituição do MPF e o STF.

Foi amplamente noticiado o flagrante dos áudios de uma conversa entre Joesley Batista e Ricardo Saul na qual se fala de sexo, bebida e tramoias envolvendo ministros do STF, Procuradores, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardoso e o então “procurador da República Marcello Miller, esse último sendo apontado como um auxiliar na confecção de propostas de colaboração para serem fechadas com a Procuradoria-Geral da República. Tal conduta configuraria, em tese, crime e ato de improbidade administrativa4”.

Noticiado esse escândalo dos áudios com enorme repercussão negativa para o Poder Judiciário, para o MPF e outras autoridades, o Procurador-geral não perdeu tempo e imediatamente fez com que a mídia mudasse o foco de suas reportagens, para tanto, presenteou a imprensa com que ela mais gosta de noticiar: denúncias contra o PT e os presidentes Lula e Dilma.

E passados três dias destas denúncias do Procurador-geral mais um ataque: “concidentemente” o ex-ministro Palocci muda o seu depoimento de quatro meses atrás e faz graves, falsas e contraditórias acusações, ao PT e aos presidentes Lula e Dilma, e "curiosamente" não faz as denúncias que sabe sobre os casos de corrupção envolvendo banqueiros, empresários e a poderosa Rede Globo, fato que nos força perguntar: por que Palocci mudou de ideia? Por que o Juiz de “piso” Sérgio Moro e os Procuradores não cobraram essas denúncias de Palocci? Estranho? Claro que não, Palocci aceitou a falar as palavrinhas chaves que validam e homologam qualquer delação no âmbito da lava-jato: PT, Dilma e Lula, o resto "não vem ao caso!” 

Concomitantemente a essas denúncias contra Lula e Dilma no dia 7 de setembro foi lançado o filme "Polícia Federal - A Lei é para todos". Uma película cercada de mistérios financeiros, com flagrantes atentados à dignidade humana, ilegal participação da PF e um claro instrumento de propaganda política contra o presidente Lula.

E por fim mais uma esdruxula denúncia contra Lula! Desta feita ele é acusado pelo MPF na operação Zelote de beneficiar a indústria automobilística por reeditar uma MP que foi aprovada por unanimidade do Congresso Nacional e que foi editada por FHC, ou seja, FHC que é o pai da criança não cometeu crime, mas, Lula sim! Realmente, o jornalista Fernando Brito tem razão quando afirma que Lula inaugura uma nova figura no Direito Penal, “o réu automático5”!  

Frente a todas essas denúncias a imprensa tem nas mãos um vasto material bélico para disparar contra o PT e os presidentes Lula e Dilma e ao mesmo tempo, colocar um ponto final nos gravíssimos escândalos das Palestras do Procurador Deltan Dallagnol e dos casos envolvendo Carlos Zucolotto amiguinho do Juiz Sérgio Moro, dos Ministros da Corte Superior e dos membros do MPF. E sem essas manchetes, ou melhor, sem a fiscalização da imprensa, certamente, esses escândalos não serão investigados e tudo será jogado por debaixo dos tapetes vermelhos, afinal, já sabemos que a lama podre da república tomou conta, também, das entranhas do MPF e do Poder Judiciário brasileiro. 

Realmente assiste razão ao jornalista Paulo Henrique Amorim quando diz que o Brasil se transformou na "República da Cloaca...!"










1 Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/08/1913355-advogado-acusa-amigo-de-moro-de-intervir-em-acordo.shtml
2 Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/08/1913355-advogado-acusa-amigo-de-moro-de-intervir-em-acordo.shtml
3 Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/08/1913355-advogado-acusa-amigo-de-moro-de-intervir-em-acordo.shtml
4Fonte: http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/conversa-gravada-acidentalmente-de-joesley-e-ricardo-saud-leva-janot-a-abrir-investigacao/
5Fonte:www.brasil247.com/pt/247/midiatech/316621/Tijolaço-diz-que-Lula-se-tornou-“réu-automático”-basta-acusar-e-está-feito.htm

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