terça-feira, 15 de outubro de 2013

A PRESIDENTA APEQUENOU-SE

"O Pré-sal é o nosso grande passaporte para o futuro". Dilma Rousseff

Sabemos que as eleições, a partir de 2002, se polarizaram entre dois projetos bem distintos: o neoliberalismo defendido pelos “Tucanos” e o trabalhismo nacionalista dos Petistas.

A população livre e democraticamente fez a sua escolha pela segunda opção. Por duas vezes elegeu Lula Presidente e depois ratificou essa posição com a eleição da Presidenta Dilma Rousseff. Nessas disputas ficou claro que o povo brasileiro disse um não ao projeto de dilapidação do nosso patrimônio, ou seja, contra as “privatarias”.

Evidente que o povo brasileiro esperava do governo trabalhista uma mudança radical nas políticas sociais e econômica, além do que, aguardava-se também, um fim nas políticas privatistas. E de certa forma essa expectativa foi alcançada e superada positivamente, os dados sociais e econômicos comprovam tal assertiva, o único senão é com relação à continuidade das concessões públicas implantadas pelo governo Dilma.

É inconteste que há uma grande diferença entre a privatização e a concessão, porém, as duas modalidades são a prova da incapacidade do Estado de administrar o nosso patrimônio. Indiscutível também, é que há áreas que o governo pode e deve passar para a iniciativa privada, contudo, ha setores que não deveriam ser privatizados, como por exemplo, o sistema elétrico, as telecomunicações, a exploração de petróleo e outras áreas estratégicas.

Nesses últimos dias acompanhamos pelos noticiários a decisão do governo de leiloar a exploração do “Campo de Libra”, uma das áreas do Pré-sal. Além de um atentado à nossa soberania, pois, trata-se de um setor estratégico e de interesse nacional, essa concessão é uma contradição inexplicável da Presidenta Dilma, que em 2010, durante a campanha eleitoral, disse que seria um crime contra o Brasil a privatização da Petrobrás e o do Pré-sal que é o nosso grande passaporte para o futuro.

Diante dessa incompressível decisão, e como já era de se esperar, houve de imediato, uma grande reação das forças progressistas e nacionalistas do Brasil. O Senador Roberto Requião, por exemplo, se manifestou dizendo que passar o controle do Campo de Libra para empresas privadas é uma loucura. O Brasil tem condições de explorar todo o pré-sal sem açodamento, uma vez que o nosso petróleo permite autossuficiência ao País pelos próximos 50 anos. Disse ainda, que a Petrobras está sendo liquidada ao explorar o pré-sal e não ser recompensada por isso. A administração dessa riqueza está completamente errada e toda a história nacionalista da Petrobras está sendo alterada com a entrega do Pré-sal a empresas privadas. O senador disse, também, que ingressará com uma ação judicial para tentar barrar o leilão.

Outro intelectual que se manifestou contrário ao leilão foi o Professor Ildo Sauer, diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP. Em entrevista à Agência Brasil o Professor disse: "Sou totalmente contrário ao leilão...Quem disse que vai ser bom para o país está equivocado... Nenhum país do mundo que conseguiu identificar uma nova província petrolífera, ainda mais da importância de Libra, coloca em produção e efetua leilões sem primeiro pesquisar a fundo qual é o tamanho da reserva...Se é para mudar o país, você tem que saber quanto petróleo tem. Nenhum fazendeiro vende uma fazenda sem saber quantos bois tem...O edital de Libra é um equívoco estratégico e contraria o interesse público...Todos os países exportadores controlam o ritmo de produção a partir de interesses de Estado e não de contratos microeconomicamente outorgados...O melhor regime para países que têm grandes recursos de petróleo é contratar uma empresa 100% estatal, como ocorre, por exemplo, com a Petróleos da Venezuela (PDVSA)”.

Diante desse verdadeiro crime lesa pátria, só nos resta esperar que a Presidenta Dilma repense sua decisão ou que a Justiça impeça esse leilão, pois, nenhum país, verdadeiramente independente, soberano e vinculado ao debate geopolítico estratégico abre mão do controle da produção de suas riquezas, em especial, uma imensa fortuna como o nosso pré-sal. Realmente a Presidenta Dilma Rousseff apequenou-se com essa decisão! 

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