"O Pré-sal é o nosso grande passaporte para o futuro". Dilma Rousseff
Sabemos que as eleições,
a partir de 2002, se polarizaram entre dois projetos bem distintos: o
neoliberalismo defendido pelos “Tucanos” e o trabalhismo nacionalista dos Petistas.
A
população livre e democraticamente fez a sua escolha pela segunda opção. Por
duas vezes elegeu Lula Presidente e depois ratificou essa posição com a eleição
da Presidenta Dilma Rousseff. Nessas
disputas ficou claro que o povo brasileiro disse um não ao projeto de
dilapidação do nosso patrimônio, ou seja, contra as “privatarias”.
Evidente
que o povo brasileiro esperava do governo trabalhista uma mudança radical nas
políticas sociais e econômica, além do que, aguardava-se também, um fim nas
políticas privatistas. E de certa forma essa expectativa foi alcançada e
superada positivamente, os dados sociais e econômicos comprovam tal assertiva,
o único senão é com relação à continuidade das concessões públicas implantadas
pelo governo Dilma.
É inconteste que há uma grande diferença entre a privatização e a concessão,
porém, as duas modalidades são a prova da incapacidade do Estado de administrar
o nosso patrimônio. Indiscutível também, é que há áreas que o governo pode e
deve passar para a iniciativa privada, contudo, ha setores que não deveriam ser
privatizados, como por exemplo, o sistema elétrico, as telecomunicações, a
exploração de petróleo e outras áreas estratégicas.
Nesses
últimos dias acompanhamos pelos noticiários a decisão do governo de leiloar a
exploração do “Campo de Libra”, uma das áreas do Pré-sal. Além de um atentado à
nossa soberania, pois, trata-se de um setor estratégico e de interesse
nacional, essa concessão é uma contradição inexplicável da Presidenta Dilma,
que em 2010, durante a campanha eleitoral, disse que seria um crime contra o
Brasil a privatização da Petrobrás e o do Pré-sal que é o nosso grande
passaporte para o futuro.
Diante
dessa incompressível decisão, e como já era de se esperar, houve de imediato,
uma grande reação das forças progressistas e nacionalistas do Brasil. O Senador
Roberto Requião, por exemplo, se manifestou dizendo que passar o controle do
Campo de Libra para empresas privadas é uma loucura. O Brasil tem condições de
explorar todo o pré-sal sem açodamento, uma vez que o nosso petróleo permite
autossuficiência ao País pelos próximos 50 anos. Disse ainda, que a Petrobras
está sendo liquidada ao explorar o pré-sal e não ser recompensada por
isso. A administração dessa riqueza está completamente errada e toda a
história nacionalista da Petrobras está sendo alterada com a entrega do Pré-sal
a empresas privadas. O senador disse, também, que ingressará com uma ação
judicial para tentar barrar o leilão.
Outro
intelectual que se manifestou contrário ao leilão foi o Professor Ildo Sauer,
diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP. Em entrevista à Agência
Brasil o Professor disse: "Sou totalmente contrário ao leilão...Quem disse
que vai ser bom para o país está equivocado... Nenhum país do mundo que
conseguiu identificar uma nova província petrolífera, ainda mais da importância
de Libra, coloca em produção e efetua leilões sem primeiro pesquisar a fundo
qual é o tamanho da reserva...Se é para mudar o país, você tem que saber quanto
petróleo tem. Nenhum fazendeiro vende uma fazenda sem saber quantos bois
tem...O edital de Libra é um equívoco estratégico e contraria o interesse
público...Todos os países exportadores controlam o ritmo de produção a partir
de interesses de Estado e não de contratos microeconomicamente outorgados...O melhor
regime para países que têm grandes recursos de petróleo é contratar uma empresa
100% estatal, como ocorre, por exemplo, com a Petróleos da Venezuela (PDVSA)”.
Diante
desse verdadeiro crime lesa pátria, só nos resta esperar que a Presidenta Dilma
repense sua decisão ou que a Justiça impeça esse leilão, pois, nenhum país,
verdadeiramente independente, soberano e vinculado ao debate geopolítico
estratégico abre mão do controle da produção de suas riquezas, em especial, uma
imensa fortuna como o nosso pré-sal. Realmente
a Presidenta Dilma Rousseff apequenou-se com essa decisão!
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