"Aprendi que um homem só tem
o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se".
Gabriel
Garcia Marquez
Sabemos que as campanhas eleitorais são pautadas por variados embates:
são discussões sobre propostas políticas, denúncias sérias, factoides, e as
baixarias, como por exemplo, a lamentável campanha preconceituosa contra o
candidato Luiz Inácio Lula da Silva e a sórdida tentativa de ligar a candidata
Dilma Rousseff ao Projeto de legalização do aborto.
Mesmo que não concordemos com as discussões de baixo nível, não há como
negar que as mesmas se tornaram regras nesse período. Contudo, passadas às
eleições, essas acusações meramente pessoais e discriminatórias não deveriam
fazer parte da pauta política do País, todavia, não é isso que presenciamos.
No
dia 29 de novembro, por exemplo, certamente mais de noventa por cento da
população brasileira, foi abalada com a notícia do câncer que acomete o Estadista
Lula.
Evidentemente,
que toda essa parcela da sociedade stá manifestando
solidariedade ao Presidente. Mas por outro lado, há outras pessoas, inclusive
públicas, satirizando e regozijando com o drama vivido por Lula. São declarações
maldosas e carregadas de preconceitos, ironias e ressentimentos. Não vamos
citá-las aqui, para não criarmos palco para os desprezíveis autores, como por
exemplo, os jornalistas da “Veja” Reinaldo Azevedo e Augusto
Nunes, a atriz Luana Piovai, e o Presidente da Juventude do PSDB de Santo André. Ademais, todas as
desumanas declarações estão à disposição na internet para quem tiver estômago
para digeri-las.
Essas nefastas manifestações
vão desde as irônicas opiniões de que Lula deveria se tratar no SUS, até as
informações aparentemente científicas, mas que na verdade não passam de
sarcásticas notícias sobre as causas da doença do Presidente. E aqui - mesmo
diante dessa tragédia pessoal - a “mídia nativa” não abre mão do seu obstinado
objetivo de tentar desqualificar a imagem do Presidente Lula. Para tanto,
procura ligar a sua enfermidade ao vício do cigarro e da bebida alcoólica, ou
seja, tenta-se, subliminarmente, passar uma mensagem de que Lula levava uma
vida totalmente desregrada.
Com
relação às irônicas opiniões de que o Lula deveria se tratar no SUS, é bom
lembrar que somente com o pró-labore que ele recebe com suas palestras mundo
afora, é mais do que suficiente para cobrir todas as despesas do seu tratamento
em um Hospital
particular. Mas afora a frieza dos valores, destacamos um fragmento de um texto
da jornalista Maria Inês Nassif, que com precisão rebate esses raivosos
fascistas. Diz a jornalista: “A obsessão da
elite brasileira em tentar desqualificar Lula é quase patológica. E a
compulsão por tentar aproveitar todos os momentos, inclusive dos mais
dramáticos do ponto de vista pessoal, para fragilizá-lo. Constrange quem tem um
mínimo de bom senso. A campanha que se espalhou nas redes sociais pelos
adversários políticos de Lula, para que ele se trate no SUS, é de um mau
gosto atroz. A jornalista [Lúcia Hipólito] que o culpou, no ar, pelo câncer que
o vitimou, atribuindo a doença a uma “vida desregrada”, perdeu uma grande chance
de ficar calada”.
Já
a respeito do câncer de Lula, é uma percepção obtusa creditar as causas da
doença apenas ao tabagismo e o álcool. A literatura médica nos mostra que
outros fatores, inclusive
hereditários, podem desencadear esse processo de perda do controle da divisão das células Aliás, nesse sentido o judicioso jornalista Mauro Santayana fez uma
balizada análise, dizendo que “...no caso dos homens públicos, as pressões do
dia-a-dia e as noites indormidas, nas duras exigências da política, costumam
ser fatais. Essas pressões, quando as saídas se estreitam, podem levar muitos
ao suicídio.....Em outros casos, normalmente, essas tensões são indutoras
de enfermidades graves. Em nossa contemporaneidade assistimos ao fim de
Teotônio Vilela, Mário Covas, Quércia, José Alencar e Itamar Franco, todos
atingidos pelo câncer”. E recentemente, vimos os Presidentes Hugo Chávez, Fernando Lugo, e a própria
Presidenta Dilma, passarem por esse sofrimento.
Portanto,
não podemos aceitar essas impiedosas e irônicas manifestações contra o
Presidente Lula. Nesse momento, é imperioso a solidariedade, ou no mínimo, uma
trégua por parte dos adversários do Presidente. Aliás, nesse diapasão o
jornalista Luis Nassif, escreveu: “...É chocante a maneira como
algumas comentaristas celebraram a doença de Lula. Até nos ambientes mais
selvagens - das guerras, por exemplo - há a ética do guerreiro, de embainhar as
armas quando vê o inimigo caído, por doença, tragédia ou mesmo na derrota. Por
aqui, não: é selvageria em
estado puro”.
Assim,
e frente a todo esse conflito, só nos resta repudiar, de maneira veemente,
esses maldosos comentários, e dizer ao Presidente Lula que o povo brasileiro
está em oração para o seu pronto e rápido restabelecimento. Força companheiro
Lula...Que Deus lhe proteja!
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