sábado, 19 de fevereiro de 2011

A POLÊMICA APOSENTADORIA DO “FENÔMENO”


"Não tentes ser bem sucedido, tenta antes ser um homem de valor"

No dia 14 de fevereiro o mundo do futebol foi surpreendido com o anúncio da “aposentadoria” aos 34 anos de idade, de Luís Nazário de Lima: o “Ronaldo Fenômeno”, craque da Seleção Brasileira, do São Cristovão, Cruzeiro, PSV, Barcelona, Inter de Milão, Real Madri, Milan e Corinthians. A surpresa ficou por conta de um dos motivos que o levaram a tal decisão.

Somos sabedores, e isso é inegável, que Ronaldo está entre os melhores “atacantes” de todos os tempos. Não é menos verdade, porém, a conturbada e nada exemplar vida particular deste Atleta que a “mídia nativa” do Brasil, neste momento de flashback, solenemente ignora. A Rede Globo, por exemplo, dedicou a sua programação de Domingo (20/02) ao craque: começou com o “Esporte Espetacular”, passou pelo “Domingão do Faustão” e encerrou com o “Fantástico”, e em todos estes Programas não houve nenhuma menção sobre os escândalos que envolveram a vida do jogador. Aliás, “nunca antes na história” da TV brasileira se viu uma “babação de ovo” igual a essa, mas isso não é surpresa, pois, Ronaldo contribuiu muito para os cofres dos meios de comunicação, e faz parte de sua vida este jogo de marketing especialmente, neste melancólico “final de feira” no “Sport Club Corinthians Paulista”.

O encerramento da carreira de Ronaldo foi anunciado numa entrevista coletiva na qual o “Fenômeno” elencou os motivos que o levaram a abandonar o futebol. Primeiro, falou sobre sua péssima condição física e depois, de forma surpreendente, afirmou que em 2008 o médico do Milan descobriu que ele sofria de hipotireoidismo e que teria que tomar hormônio para controlar este distúrbio, fato que de certa maneira, constrangeu o Departamento Médico do Corinthians.

Logo após essa coletiva a grande rede ficou em pavorosa e começou uma grande discussão sobre o “hipotireoidismo que é uma disfunção na tireóide (glândula que regula importantes órgãos do organismo) que se caracteriza pela queda na produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina)”. Segundo consta no sítio da “Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia”, o hipotireoidismo caso não tratado corretamente, “pode acarretar redução do desempenho físico e mental, além de elevar os níveis de colesterol, causar depressão, desaceleração dos batimentos cardíacos, intestino preso, falhas de memória, cansaço excessivo, dores musculares, ganho de peso e outros problemas”.

Frente a esta grave revelação do “Fenômeno” e as conseqüências desta disfunção, várias perguntas ficam no ar: será que Ronaldo tomava hormônio para o hipotireoidismo? Se não tomava, isso não significaria risco para sua saúde? Afinal, a recomposição com este hormônio é ou não considerado doping? Será que na prescrição médica para o tratamento de Ronaldo aparecem substâncias que são proibidas no esporte, como diuréticos e esteróides? Poderia Ronaldo continuar praticando um esporte de alto rendimento depois de 2008? Porque esconderam sua doença? Será que a conduta do Departamento Médico do Corinthians foi correta e sobre tudo ética? O que ocorrera com Ronaldo três horas antes da decisão da Copa da França, já seria uma complicação do hipotireoidismo?”

Diante de tudo isso, o bom senso aponta para a necessidade de uma profunda investigação nas promíscuas relações de trabalho entre Clubes, Patrocinadores, Empresários e Atletas, e uma rigorosa atuação do Conselho Federal de Medicina junto aos Departamentos Médicos das Entidades Desportivas do Brasil, exigindo maior competência técnica, transparência e sobre tudo ética dos Profissionais da Medicina Esportiva do País. Com a palavra as “autoridades” do desporto brasileiro!

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