quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

“TRÊS EM UM”, TRIPLEX, CANOA E CUSPARADA


Com a reeleição da Presidenta Dilma e com o aprofundamento da Operação Lava-jato a direita conservadora aliada à mídia hegemônica passaram a utilizar as armas do fascismo como o ódio, o preconceito, a intolerância e a fraude para atingir a presidenta Dilma e especialmente tentar liquidar politica e moralmente a vida do ex-presidente Lula.

A propósito, o Doutor em Antropologia, Jaime Amparo Alves, escreveu: "Lula não é adversário, é inimigo. Ao adversário se estende a mão, reconhece-se a sua dignidade humana e se respeita as regras do jogo. Lula nunca foi aceito....Lula não é atacado porque fez menos do que o Brasil precisa, mas sim porque ousou arranhar a centenária estrutura hierárquica do país trazendo os pobres para o debate nacional(...).

Que a vida política de Lula é marcada por todo tipo de perseguição e preconceitos, não é nenhuma novidade. Na sua primeira disputa a presidência em 1989, Lula já sofre com o preconceito de classe. Naquela ocasião, a direita comandado por Fernando Collor descobriu, horrorizada, que Lula tinha um aparelho de som “três em um”, fato que constituiu um acinte, pois, jamais um operário nordestino poderia ter em sua casa um aparelho de som deste modelo.

Passados quase 30 anos a história de perseguição contra Lula continua. Primeiro, foi o abjeto achincalhamento com um dos piores momentos de sua vida que foi o tratamento contra um câncer. Agora os neofascistas tupiniquins com ajuda da mídia e de um Promotor de Justiça em busca dos holofotes midiáticos continuam seus ataques, dessa feita requentaram a história de que Lula é proprietário de um apartamento tríplex no Edifício Solares no Guarujá/SP construído pela Empresa OAS, investigada na Operação Lava-jato e para comprovar a aquisição, a Revista Época afirma que "segundo informações" Lula já foi visto por várias no referido prédio. Diante deste fato, o douto Promotor instaurou um inquérito para investigar o negócio, pois, como se sabe, um homem da senzala, mesmo tendo sido Presidente da República por duas vezes e hoje um Palestrante reconhecido mundialmente, jamais poderia comprar um tríplex, no máximo, um apartamentinho financiado pelo “Minha Casa, Minha Vida”, ou receber de uma empreiteira como doação. 

Diante desta acusação, Lula já calejado, antes mesmo de ser ouvido na Promotoria, disponibilizou toda documentação na qual comprova que em 2005, realmente, comprou cotas do referido apartamento junto à Cooperativa dos Bancários e após quitar várias parcelas desistiu do negócio e agora pleiteia, conforme clausula contratual, a devolução do que foi investido. Quanto às suas visitas ao prédio o Instituto Lula se valendo da mesma base utilizada pela mídia, o Portal da Transparência, comprovou que entre os dias 01/01/2012 a 11/01/2016 não há diárias dos seguranças de Lula no Guarujá ou região. Moral da história: Lula não é e nunca foi proprietário do tríplex no Guarujá.


Mas o que está chamando atenção nesta história do tríplex do Lula é que o mesmo saiu de foco dos noticiários e da Operação lava-jato. O que pouca gente sabe é a razão deste sumiço. Quando as investigações da Lava-jato se aprofundaram, eis que surgem no meio da lama à poderosa família Marinho conluiada com o Consórcio Veine-Santa Amália, que tem participação de empresas panamenhas, representadas por “laranjas” brasileiros. Segundo o sítio Viomundo essa empresa figura como proprietária da mansão dos Marinho construída ilegalmente em reserva ambiental em Paraty/RJ. Além do que a Veine é a operadora do helicóptero Agusta A-109, matrícula PT-SDA, utilizado pela família Global. 


Depois disso, a velha mídia conservadora e preconceituosa, dando continuidade à sua inglória luta de acabar com Lula, descobriu, por meio do Portal da Transparência que o ex-presidente, entre 2012 e 2016, viajou 111 vezes para um sítio de um amigo, localizado na cidade de Atibaia/SP onde os seus seguranças hospedaram. Na verdade, segundo a mídia, esse sítio é de Lula e a prova é a “caríssima” canoa de alumínio que Lula comprou no valor R$ 4.126,00 para navegar na represa do sitio. Aqui mais uma vez a mentira e o preconceito imperaram, pois, no torpe pensamento das elites, jamais um homem da senzala pode ter amigo com um sítio em Atibaia, isso só é permitido aos senhorzinhos da Casa-Grande. 

Frente a mais essa acusação sem prova, o Instituto Lula veio a público e confirmou que o ex-presidente frequenta o sítio para pescar e descansar e demonstrou que o sítio é de propriedade do amigo Jonas Suassuna que, por ironia do destino, é um parceiro estratégico da Fundação Roberto Marinho, dos jornais Folha, Estadão e da revista Época. Jonas é dono da “Editora Gol” que edita e distribui mais de 45 títulos de ensinos dos telecursos e trabalha com aplicativos para celulares prestando serviços aos citados jornais e revista. 

E para fechar, com chave-de-ouro, a edição do mês de janeiro, a mídia perde por completo a compostura. O radialista Alexandre Fetter, da Rádio Atlântida, pertencente à sonegadora RBS, afiliada da Rede Globo, em seu programa “Pretinho Básico”, uma espécie de CQC, com a intolerância típica do fascista e tomado de ódio e preconceito agrediu o ex-presidente Lula rosnando em seu microfone: “Ninguém cospe no Lula, velho? Que troço desesperador. Ninguém dá uma cuspida no Lula, um sujeito desses é digno de uma cusparada”. 

Realmente a intolerância e o ódio de classe contra o ex-presidente Lula chegaram a um limite intolerável para um ser humano. Não é por menos que o grande Teólogo, Leonardo Boff, com a costumeira precisão, acentuou: “(...) No Brasil a raiva e o rancor histórico foi acrescido depois das eleições de 2014...Inegavelmente criou-se um consenso ideológico-político de alguns meios de comunicação que, com total desfaçatez, difundem esse sentimento. O que leva um radialista da Rádio Atlântica FM, conclamar a população a “cuspirem na cara do ex-Presidente Lula” senão um ódio explícito e incontido? A verdadeira perseguição judicial que Lula está sofrendo, tentando enquadrá-lo em algum crime, é movida não tanto pela fome e sede de justiça, mas pela vontade de punir, de desfigurar seu carisma e liquidar sua liderança (...). É lamentável! 











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