segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

A VENEZUELIZAÇÃO DO BRASIL OU DA DIREITA?

Nessa última eleição o povo brasileiro teve o desprazer de acompanhar um show de debates pouco civilizados e sem qualquer enfrentamento de ideias, e isso ocorreu porque a oposição não conseguiu apresentar um Plano de governo alternativo aos exitosos Projetos do governo Trabalhista de Dilma. Em razão disso, as discussões descambaram para ataques pessoais e delírios muito próximos aos dos udenistas de outrora, porém, com uma nova roupagem, como por exemplo, o “Brasil vai virar uma Cuba”, ou “o Brasil está caminhando para uma Venezuelização”.

Passado o calor dos embates e analisando esses delírios oposicionistas chegamos à conclusão que os neoudenistas têm certa razão, especialmente, com relação ao Brasil se transformar em uma Venezuela.

Quem acompanha a Política Venezuelana sabe dos enfrentamentos que surgiram após Hugo Chávez assumir o Poder e radicalizar nas inversões das prioridades do país, especialmente, com a implantação de políticas sociais, aliás, aqui está a pedra nos sapatos da direita conservadora na América Latina: política de inclusão social.

A Venezuela, pós Hugo Chávez, fez despertar a direita mais reacionária de nossa região. Os expoentes dessa política golpista são duas figuras: Henrique Capriles Radonski, governador do Estado de Miranda e Leopoldo López, ex-prefeito de Chacao. Segundo documento vazado pelo Wikileaks Leopoldo é tido por autoridades estadunidenses como uma “figura arrogante, vingativo e sedento de poder”.

Desde a vitória de Hugo Chávez o ex-prefeito é acusado de ser um dos líderes e incentivadores das violentas manifestações, inclusive, é um dos articuladores do golpe contra o ex-presidente em 2002. 

O que acompanhamos durante e após essas eleições do Brasil é o mesmo fenômeno da Venezuela, o despertar de uma direita raivosa, golpista e que não aceita a vontade popular demonstrada nas urnas em novembro último. Se na Venezuela tem o Leopoldo López e Henrique Capriles Radonski, no Brasil quem está encarnando esse papel de líderes fascistas é FHC e Aécio Neves.

A última “pérola” do candidato derrotado foi no Programa “Conexão Roberto D’Ávila”. Disse o ausente Senador: “Na verdade, eu não perdi a eleição para um partido político. Eu perdi a eleição para uma organização criminosa que se instalou no seio de algumas empresas brasileiras e patrocinada por esse grupo político que aí está”.

Malgrado, a entrevista de Aécio Neves ser um desabafo de um mimado derrotado, ela é grave, tanto, que o PT vai interpelá-lo judicialmente. Além disso, é pura hipocrisia, pois, várias empresas evolvidas no escândalo da Petrobras foram doadoras de suas campanhas, ademais, está claro que o objetivo de Aécio é se fazer de vítima e tentar desestabilizar o governo criando um clima de revolta no país aos moldes da Venezuela.  

Aliás, nesse sentido o colunista, Jeferson Miola escreveu:“...Lamentavelmente, na sua ação política, a direita brasileira adota os mesmos critérios da direita fascista e antidemocrática venezuelana. Com a reeleição da Dilma o PSDB, os partidos satélites, certos setores do Judiciário, o capital financeiro e a mídia oposicionista passaram à truculência sem limites. Assumem, dessa forma, as consequências de uma radicalização que poderá dominar a sociedade, porque a maioria democrática do país certamente não silenciará ante as ameaças golpistas...”

Nesse mesmo sentido o jornalista, Jânio de Freitas escreveu: “...É difícil admitir que Aécio Neves esteja consciente do papel que está exercendo. A situação social do Brasil não é de permitir que acirramentos, incitações e disseminação de ódios levem apenas a efeitos inócuos, de mera propaganda política. Para percebê-lo, não é preciso mais do que notar a violência dos protestos com incêndios ou a quantidade de armas apreendidas...Se Aécio acha, como diz, que está sendo "porta-voz de um sentimento de indignação", pior ainda: fica evidente que não sabe mesmo o que está fazendo, e aonde isso o leva.”

Quanto à agressiva declaração de Aécio Neves sugerimos a ele e ao seu clã, a leitura do artigo publicado na Folha de São Paulo pelo insuspeito empresário, Ricardo Semler filiado ao PSDB, que escreveu:”...Não sendo petista, e sim tucano, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país...Agora tem gente fazendo passeata pela volta dos militares ao poder e uma elite escandalizada com os desvios na Petrobras. Santa hipocrisia. Onde estavam os envergonhados do país nas décadas em que houve evasão de R$ 1 trilhão – cem vezes mais do que o caso Petrobras – pelos empresários?...Dilma agora lidera a todos nós, e preside o país num momento de muito orgulho e esperança. Deixemos de ser hipócritas e reconheçamos que estamos a andar à frente, e velozmente, neste quesito [combate à corrupção].

Diante disso, resta claro que a oposição quase acertou nos seus desvarios, pois, o que estamos assistindo, realmente, é a venezuelização, não do Brasil, mas da direita raivosa e golpista.


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