Nessa última eleição o povo brasileiro teve o desprazer de acompanhar um
show de debates pouco civilizados e sem qualquer enfrentamento de ideias, e
isso ocorreu porque a oposição não conseguiu apresentar um Plano de governo
alternativo aos exitosos Projetos do governo Trabalhista de Dilma. Em razão
disso, as discussões descambaram para ataques pessoais e delírios muito
próximos aos dos udenistas de outrora, porém, com uma nova roupagem, como por
exemplo, o “Brasil vai virar uma Cuba”, ou “o Brasil está caminhando para uma
Venezuelização”.
Passado
o calor dos embates e analisando esses delírios oposicionistas chegamos à
conclusão que os neoudenistas têm certa razão, especialmente, com relação ao
Brasil se transformar em uma Venezuela.
Quem
acompanha a Política Venezuelana sabe dos enfrentamentos que surgiram após Hugo
Chávez assumir o Poder e radicalizar nas inversões das prioridades do país,
especialmente, com a implantação de políticas sociais, aliás, aqui está a pedra
nos sapatos da direita conservadora na América Latina: política de inclusão social.
A
Venezuela, pós Hugo Chávez, fez despertar a direita mais reacionária de nossa
região. Os expoentes dessa política golpista são duas figuras: Henrique Capriles
Radonski, governador do Estado de Miranda e Leopoldo López, ex-prefeito de
Chacao. Segundo documento vazado pelo Wikileaks Leopoldo é tido por
autoridades estadunidenses como uma “figura arrogante, vingativo e sedento de
poder”.
Desde
a vitória de Hugo Chávez o ex-prefeito é acusado de ser um dos líderes e
incentivadores das violentas manifestações, inclusive, é um dos articuladores
do golpe contra o ex-presidente em 2002.
O
que acompanhamos durante e após essas eleições do Brasil é o mesmo fenômeno da
Venezuela, o despertar de uma direita raivosa, golpista e que não aceita a
vontade popular demonstrada nas urnas em novembro último. Se na Venezuela tem o
Leopoldo López e Henrique Capriles
Radonski, no Brasil quem está encarnando esse papel de líderes fascistas é FHC
e Aécio Neves.
A
última “pérola” do candidato derrotado foi no Programa “Conexão Roberto
D’Ávila”. Disse o ausente Senador: “Na verdade, eu não perdi a eleição para um partido
político. Eu perdi a eleição para uma organização criminosa que se instalou no
seio de algumas empresas brasileiras e patrocinada por esse grupo político que
aí está”.
Malgrado,
a entrevista de Aécio Neves ser um desabafo de um mimado derrotado, ela é
grave, tanto, que o PT vai interpelá-lo judicialmente. Além disso, é pura
hipocrisia, pois, várias empresas evolvidas no escândalo da Petrobras foram
doadoras de suas campanhas, ademais, está claro que o objetivo de Aécio é se
fazer de vítima e tentar desestabilizar o governo criando um clima de revolta
no país aos moldes da Venezuela.
Aliás,
nesse sentido o colunista, Jeferson Miola escreveu:“...Lamentavelmente, na sua
ação política, a direita brasileira adota os mesmos critérios da direita
fascista e antidemocrática venezuelana. Com a reeleição da Dilma o PSDB, os
partidos satélites, certos setores do Judiciário, o capital financeiro e a
mídia oposicionista passaram à truculência sem limites. Assumem, dessa forma,
as consequências de uma radicalização que poderá dominar a sociedade, porque a
maioria democrática do país certamente não silenciará ante as ameaças
golpistas...”
Nesse mesmo sentido o
jornalista, Jânio de Freitas escreveu: “...É difícil admitir que Aécio Neves
esteja consciente do papel que está exercendo. A situação social do Brasil não
é de permitir que acirramentos, incitações e disseminação de ódios levem apenas
a efeitos inócuos, de mera propaganda política. Para percebê-lo, não é preciso
mais do que notar a violência dos protestos com incêndios ou a quantidade de
armas apreendidas...Se Aécio acha, como diz, que está sendo "porta-voz de
um sentimento de indignação", pior ainda: fica evidente que não sabe mesmo
o que está fazendo, e aonde isso o leva.”
Quanto
à agressiva declaração de Aécio Neves sugerimos a ele e ao seu clã, a leitura
do artigo publicado na Folha de São Paulo pelo insuspeito empresário, Ricardo
Semler filiado ao PSDB, que escreveu:”...Não
sendo petista, e sim tucano, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de
prisões de executivos é um passo histórico para este país...Agora tem gente
fazendo passeata pela volta dos militares ao poder e uma elite escandalizada
com os desvios na Petrobras. Santa hipocrisia. Onde estavam os envergonhados do
país nas décadas em que houve evasão de R$ 1 trilhão – cem vezes mais do que o
caso Petrobras – pelos empresários?...Dilma agora lidera a todos nós, e preside
o país num momento de muito orgulho e esperança. Deixemos de ser hipócritas e
reconheçamos que estamos a andar à frente, e velozmente, neste quesito [combate
à corrupção].
Diante
disso, resta claro que a oposição quase acertou nos seus desvarios, pois, o que
estamos assistindo, realmente, é a venezuelização, não do Brasil, mas da
direita raivosa e golpista.
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