No dia 2 de maio foi realizada a primeira
reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para apurar os
crimes da quadrilha de “Calinhos Cachoeira”. Essa CPMI é fruto das
investigações realizadas pela Polícia Federal (PF), com as Operações “Vegas” e
“Monte Carlo”.
Essas
Operações diferentemente das outras, trás um novo componente que até então é
pouco conhecido dos brasileiros, e isso, obviamente, em decorrência da
deliberada omissão da imprensa que tenta esconder o seu próprio envolvimento
com essa gangue.
O
Relatório da Polícia Federal (PF), repercutido pelo sítio “Roteiro de Cinema”,
comprova o pernicioso envolvimento da mídia com esse bando. Segundo consta do
relatório do Delegado responsável pelas investigações, “Carlinhos Cachoeira,
além de utilizar parte da imprensa de Anapólis, de forma direta, demonstra
pelos áudios interceptados, conseguir emplacar reportagens de seu interesse em
outros órgãos da mídia. Destaca-se sua ligação com dois importantes
jornalistas, Renato Alves, repórter do jornal Correio Braziliense e Policarpo
Júnior, Editor Chefe da Revista Veja em Brasília”...
Fica
claro no inquérito da PF, que a ligação da grande imprensa, especialmente da
revista “Veja” com a quadrilha de Carlinhos Chachoeira, longe de ser um
jornalismo investigativo, é uma verdadeira sociedade cujos interesses estão
voltados para os campos financeiro, político e até ideológicos. Um exemplo
emblemático dessa afirmação e do envolvimento da “Veja” com Carlinhos
Cachoeira, e que agora se comprova, é com relação à matéria veiculada pela
revista, com o título “O Poderoso Chefão”, na qual o jornalista tenta acusar o
ex-ministro José Dirceu de articular contra o governo de Dilma. Essa matéria
tinha como objetivo rachar o PT e desestabilizar o Governo.
Em
um dos trechos do Relatório da PF, o Delegado, relata que o sargento Jairo
Martins de Souza, vulgo Índio, um dos comparsas da quadrilha “teria obtido
filmagem do circuito interno de segurança do Hotel Naoum e repassado a
Policarpo que a utilizaria para reforçar uma reportagem envolvendo o
Ex-Ministro José Dirceu. A liberação da filmagem foi dada por Cachoeira...”.
Outro
exemplo desse conluio é citado em outro trecho do Relatório da PF. Segundo o
Delegado, “Cachoeira utiliza de seu contato com Policarpo para passar
informações à revista Veja e criar matérias de seus interesses políticos.
Exemplo disso é a reportagem veiculada na página da Vejaonline.com.br, em
02/07/2011, denunciando irregularidades envolvendo o DNIT, que teria sido
“estopim” da queda da cúpula do Ministério dos Transportes...Os dados iniciais
que deram subsídios à investigação da Veja, que resultou na série de
reportagens, teriam sido repassados a Policarpo pessoalmente por Cláudio Abreu,
após intermediação feita por Carlinhos. O interesse de Cláudio Abreu deveu-se
ao fato de que a DELTA estaria sendo prejudicada nos possíveis negócios escusos
envolvendo o DNIT em obras de engenharia..”
O Poder da mídia,
após se associar com essa quadrilha foi tamanha, que até o STF, como bem
assinala o jornalista Luis Nassif, “se curvou ao terrorismo da revista [Veja],
denunciando uma suposta república do grampo – quando, pelos relatórios da PF,
fica-se sabendo que o verdadeiro porão do grampo estava na própria ligação da
revista com contraventores. O ápice desse terrorismo foi a provável armação da
revista com Demóstenes, em torno do famoso “grampo sem áudio” – a armação da
conversa gravada entre Demóstenes e o Ministro Gilmar Mendes (ambos amigos
próximos) que ajudou a soterrar a Operação Satiagraha.
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