terça-feira, 17 de novembro de 2015

O SUICÍDIO POLÍTICO DA PRESIDENTA DILMA

Por: Odilon de Mattos Filho
Desde os anos oitenta este articulista, na esteira dos movimentos sociais, defende a imperiosa necessidade da democratização dos meios de comunicação. Aliás, o que desejamos nada mais é do que a regulamentação de alguns dispositivos do capítulo V da Constituição Federal que cuida da Comunicação Social. Somado a isso, temos denunciado neste e em outros espaços a clara partidarização da mídia, sob a pseuda capa da liberdade de imprensa e do jornalismo investigativo.
   
O Brasil é um dos poucos países do mundo onde apenas sete famílias controla toda a grande imprensa, ou seja, tudo que vemos, ouvimos e lemos é imposto por essas famílias. É um verdadeiro monopólio dos meios de comunicação.

Com a eleição de Lula os movimentos populares e as forças progressistas esperavam que fosse realizado a tão sonhada democratização dos meios de comunicação, mas, lamentavelmente, o anteprojeto do Ministro Franklin Martins não saiu da gaveta. Depois de Lula a esperança se renovou com a Presidenta Dilma, mas outra vez a sociedade se viu frustrada.

Neste ano eis que surge uma fraca mais importante luz no fim do túnel, trata-se do Projeto de Lei de Direito de Resposta do combatente Senador Roberto Requião (PMDB/PR). A proposta não coloca um fim no monopólio midiático e tampouco democratiza os meios de comunicação, mas propõe um avanço de fundamental importância para a democracia, pois, garante ao povo brasileiro o direito de resposta ante aos desmandos, calunias e injúrias praticadas pela mídia, que após o fim da Lei de Imprensa usa e abusa da liberdade de expressão, malgrado, as limitações constitucionais. 

Neste Projeto, entre vários dispositivos importantes, destacamos a celeridade para que o cidadão obtenha o direito de resposta e a flexibilidade para que o próprio cidadão possa se defender, por escrito, em caso de jornais e revistas e por meio de uma fita de vídeo ou de áudio no caso um telejornal ou rádio.   

O Projeto aprovado pelo Senado e pela Câmara foi encaminhado para sanção da Presidenta. Mas para surpresa, até do mundo mineral, como diria Mino Carta, a Presidenta Dilma vetou o dispositivo que permitia ao ofendido requerer o direito de fazer a retificação pessoalmente ou por pessoa de sua escolha, quando se tratar de rádio ou TV, ou seja, agora essa defesa ficará a cargo de um jornalista que realizará a simples e fria leitura da defesa do ofendido perante a TV ou a rádio.

Diante deste absurdo e inexplicável veto, não tardou para que blogueiros, jornalistas independentes e movimentos sociais se debelassem, com razão, contra a Presidenta Dilma.

O jornalista Fernando Brito, escreveu: “....A Presidenta não precisaria ter feito nada, apenas sancionar o que os senadores, a começar pelo valente Roberto Requião, lutaram contra o lobby das emissoras de televisão e rádio para aprovar....Mas fez, embora não tudo, o que as famílias proprietárias da grande mídia queriam...Preferiu ceder a quem nada lhe concede...Quem não acha que olhar no olho do nosso povo faz diferença, quem não crê que a emoção dê vida nova às palavras, quem não acha que o coração dá tom à voz, não precisa mais que isso”.

O autor do Projeto Senador Requião assim se manifestou: “...a presidenta da República cedeu à pressão das redes de comunicação, principalmente à Globo...Um absurdo! Um número enorme de senadores e deputados se expuseram no combate ao arbítrio da Globo, ao direito que eles se arrogam de acusar, julgar e condenar. Se expuseram numa batalha dura, ganhamos o negócio depois de cinco anos. E temos a decepção absurda desse veto completamente sem nexo, um veto sem sentido...Uma decepção brutal com a presidenta da República. Eu jamais imaginava sequer a possibilidade de isso acontecer.

Realmente, diante dos inúmeras mentiras, injúrias e calunias praticados pela mídia contra o ex-presidente Lula e a Presidenta Dilma, não se esperava tal veto. Essa insana atitude nos permite afirmar que a Presidenta Dilma cometeu um suicídio político, deu um tapa na cara da democracia e proporcionou sobrevida aos seus impiedosos algozes. Lamentável!

3 comentários:

  1. Luis Inácio, o canalha22 de novembro de 2015 às 05:19

    Custou mas caiu na real hein? Nobre "articulista"

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    1. Caro Luis Inácio: não se trata de cair a ficha, "cara-pálida", acho que você não leu o texto, ou então não entendeu. Trata-se uma crítica pontual à atitude da Presidenta Dilma em vetar parte do Projeto, acho que ela deu munição aos seus algozes, somente isso...!

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    2. Luiís Inácio, o analfabeto24 de novembro de 2015 às 17:53

      Já é um avanço e tanto para que vive babando ovos pela dupla de vigaristas que governou o país nos últimos 13 anos. Mais uma coisa, copiar a revista Carta Capital em seus textos sem citar a fonte é plágio.

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