Por: Odilon de Mattos Filho
Sabemos que um dos grandes problemas do país, desde que o Brasil é Brasil é com relação ao alto índice de criminalidade nas principais cidades brasileiras. O núcleo dessa violência é o tráfego de drogas e de armas.
Sabemos que um dos grandes problemas do país, desde que o Brasil é Brasil é com relação ao alto índice de criminalidade nas principais cidades brasileiras. O núcleo dessa violência é o tráfego de drogas e de armas.
A Constituição
Federal prevê que a segurança nos municípios brasileiros é de responsabilidade
dos Estados. Já o combate ao tráfego de drogas e de armas é de responsabilidade
da União por meio de sua Polícia Judiciária, a Polícia Federal.
Já as Forças
Armadas podem ser convocadas em determinados casos específicos, como aconteceu na
“Eco 92”. Aliás, a convocação das Forças Armadas fora dessas excepcionalidades é
muito perigosa para a sociedade. No governo Itamar Franco, por exemplo, as
Forças Armadas foram convocadas para combater o tráfego no Morro do Borel no
Rio de Janeiro e qual foi o resultado? O tráfego de drogas não acabou e houve graves
violações dos direitos humanos que até hoje não
foram elucidados.
Já escrevemos em
várias ocasiões que os meios de comunicação de massa do Brasil, comandado por
apenas sete famílias, se constituíram no quarto poder da república e como tal
se transformaram em meios de dominação de massa. Historicamente a imprensa
brasileira foi e é o alicerce das classes conservadoras e da direita, tanto, que sempre está presente e participando ativamente das maiores crises
políticas do país. Morte de Getúlio Vargas, deposição de João Goulart, apoio ao
golpe militar, eleição do Collor com a vergonhosa edição do último debate entre
ele e Lula, apoio irrestrito à compra da reeleição de FHC com a propaganda intensa do Plano Real e mais recentemente, o golpe contra a presidenta Dilma, as
denúncias contra o PT e Lula, a propaganda e o apoio escancarado à Lava-jato e
por fim, o apoio ao governo golpista, especialmente, aos projetos de interesse
do capital nacional e internacional em detrimento aos
interesses da classe trabalhadora, das minorias e do povo excluído do país.
Hoje a senil Rede
Globo tira do seu baú de maldades uma velha estratégia. Em 1999, em pleno
carnaval do Rio de Janeiro a TV Prateada com intuito de prejudicar e se vingar
do saudoso governador Leonel Brizola transformou um pequeno tumulto nas
imediações da praia de Ipanema em um grande ato de violência, vendendo ao mundo, a imagem da cidade "Maravilhosa" como um das mais violentas do planeta. Um jogo sujo e sórdido denunciado pelo então governador Leonel Brizola.
Passados dezenove anos, eis que a Rede Globo volta com a mesma estratégia, só
que desta feita, para colaborar com o governo golpista de Michel Temer.
Mostrando alguns
focos de violência durante o carnaval do Rio de Janeiro como se fosse um
movimento diário de fúria na cidade, a Rede Globo desencadeou um falso clima de
terror junto à sociedade. E se valendo deste fato, possivelmente, já
macumunado, o governo golpista baixou um Decreto de Intervenção na área de Segurança
Pública do Estado, mais, especificamente, na cidade do Rio de Janeiro. Aliás, essa
é a primeira intervenção em um Estado Federativo depois da redemocratização do país.
Este Decreto, segundo a maioria dos juristas está eivado de ilegalidades
e inconstitucionalidades. Antes mesmo do Conselho da República, do
Conselho de Defesa Nacional e do Parlamento se manifestarem sobre o Decreto, o Exercito
já tinha ganhado as ruas do Rio de Janeiro num claro afronto à nossa Carta
Magna e sem nenhuma oposição do"zeloso" e "judicioso" Sistema Judiciário.
Neste Decreto há também, mais um ato ilegal,
inconstitucional e autoritário de Michel Temer cometido nas barbas do MPF que é
a possibilidade do interventor utilizar-se de “Mandados Coletivos de busca e
apreensão”, ou seja, confere ao general interventor o poder de prender,
apreender e ingressar em casas a seu bel prazer. Um atentado às garantias
individuais esculpidas na Carta Magna de 1988. Um escândalo!
A
propósito, vale ressaltar que, certamente, esses “Mandados” só serão utilizados
contra os moradores das favelas, ou seja, contra o povo pobre, preto e
trabalhador, jamais chegará na zona sul onde vivem os verdadeiros traficantes de
drogas e de armas. Realmente é a continuidade da limpeza étnica nas favelas. Aliás, vale perguntar à Polícia Federal: de quem e para quem
era os quinhentos quilos de cocaína encontrados naquele helicóptero em Minas
Gerais?
Outro fato grave que nos chama atenção pela ousadia, pelo caráter absolutista e, em tese, uma afrontamento à Constituição Federal é o “Informex nº 005 de 16/02/2018”, no qual o Comandante do Exército informa à Força no item 4 do citado documento o seguinte: “O comandante do Exército em face da gravidade da crise entende que a situação exigirá comprometimento, sinergia e sacrifício dos poderes constitucionais, das instituições e, eventualmente, da população1".
Outro fato grave que nos chama atenção pela ousadia, pelo caráter absolutista e, em tese, uma afrontamento à Constituição Federal é o “Informex nº 005 de 16/02/2018”, no qual o Comandante do Exército informa à Força no item 4 do citado documento o seguinte: “O comandante do Exército em face da gravidade da crise entende que a situação exigirá comprometimento, sinergia e sacrifício dos poderes constitucionais, das instituições e, eventualmente, da população1".
Com
relação à inconstitucionalidade e a desproporção dessa intervenção não há nenhuma dúvida! A única coisa que não se conseguiu desvendar e que é a grande e perigosa questão, são as verdadeiras
razões para essa barbárie. Dessa forma, vamos conjecturar sobre esses
objetivos e tentar desvendá-los, lembrando sempre, que os executores dessa trama não são meros amadores, ao
contrário, são todos raposas velhas, traiçoeiras e astutas.
Na
nossa modesta opinião essa intervenção pode ter três objetivos: o primeiro,
preparar para que os militares tomem o poder sem maiores rupturas ganhando a confiança da sociedade e com compromissos de blindagem dos golpistas e a continuidade do projeto imposto pelo mercado. Não é por menos que no final de 2017 e
sem grandes repercussões, o presidente ilegítimo sancionou uma lei que possibilita
que eventuais crimes cometidos por agentes das Forças Armadas possam ser
julgados pela Justiça Militar e não mais pela Justiça comum. Será que essa
lei foi sancionada só para agradar os milicos que estavam, tranquilos, em seus quarteis?
Outro
motivo pode ser a tentativa de impedir qualquer manifestação popular contra a
Reforma da Previdência, a principal medida imposta pelo mercado e pelos rentistas para colocar e
manter o “vampiro” Temer e os demais golpistas no Poder.
A outra
possibilidade, também, muito plausível, é impedir uma convulsão social com a
iminente prisão do presidente Lula. Aliás, o enredo da Escola de Samba "Unidos do Tuiuti" e a faixa fixada na entrada da Favela da Rocinha alertando:
“STF:
se prender o Lula, o morro vai descer”, são dois fatos emblemáticos que podem ter justificado essa desastrosa
medida de intervenção.
Outra opinião que, data venia, não concordamos e que está sendo defendida por alguns brilhantes colunistas é que a intervenção é uma medida populista e desesperada de Michel Temer para tentar se cacifar para disputar as eleições de 2018. O golpista está apostando numa falsa e curta passividade na violência como trunfo a ser vendido pela "mídia nativa" a preço que só Deus sabe!
Por fim, um objetivo menos plausível, é o fato da intervenção ter sido decretada como forma de Temer mostrar autoridade (autoritarismo), vingando-se das comunidades e das Escolas de samba que levaram para a avenida e para mundo a figura de um presidente vampirizado que suga o sangue do povo brasileiro com suas políticas neoliberais e contra a classe trabalhadora.
Outra opinião que, data venia, não concordamos e que está sendo defendida por alguns brilhantes colunistas é que a intervenção é uma medida populista e desesperada de Michel Temer para tentar se cacifar para disputar as eleições de 2018. O golpista está apostando numa falsa e curta passividade na violência como trunfo a ser vendido pela "mídia nativa" a preço que só Deus sabe!
Por fim, um objetivo menos plausível, é o fato da intervenção ter sido decretada como forma de Temer mostrar autoridade (autoritarismo), vingando-se das comunidades e das Escolas de samba que levaram para a avenida e para mundo a figura de um presidente vampirizado que suga o sangue do povo brasileiro com suas políticas neoliberais e contra a classe trabalhadora.
De
qualquer maneira e seja qual for o motivo dessa medida bárbara e descabida, não
há como negar que estamos vivendo em um Estado de Exceção e o pior, com a
cumplicidade do Parlamento e do Sistema Judiciário do país.
No mais, é nosso entendimento que só há uma saída nesse momento: as esquerdas se
unirem com os movimentos sociais, sindicatos, Igrejas e artistas do campo
progressivo, com os intelectuais e todos juntos ganharmos as ruas desse país
numa imensa manifestação contra o governo e favor da democracia. Se ficarmos
acuados discutindo a incerta eleição de 2018, certamente, estaremos fadados a
grande e definitiva derrota!
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1-Fonte:https://www.conversaafiada.com.br/brasil/exercito-avisa-que-vai-rasgar-a-constituicao
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1-Fonte:https://www.conversaafiada.com.br/brasil/exercito-avisa-que-vai-rasgar-a-constituicao
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