"...as pessoas se incomodam
quando os pobres ganham algo além de feijão" Luiz Inácio Lula da Silva
Sabemos que o Brasil, depois da
redemocratização, mais especificamente nos governos “Tucanos”, optou-se pelo
modelo neoliberal que prega o estado mínimo e o mercado como o grande
controlador e indutor do desenvolvimento econômico e social do país. O
resultado dessa política nós conhecemos muito bem: recessão, arrocho salarial,
desemprego, exclusão social, quebradeira, doação de nosso patrimônio,
endividamento, submissão ao FMI, etc.
Cansados desse modelo o povo brasileiro
escolheu um novo rumo para o país. Apostou em um governo cuja política
vinculasse o desenvolvimento com justiça social.
Com a esperança vencendo o medo, Luiz Inácio Lula da Silva vence as eleições de
2002 e busca a realização desse sonho dos brasileiros. E foi com esse novo
governo que se implementou esse modelo de desenvolvimento que combinou mais
renda, mais salário, mais crédito e um audacioso Projeto Social idealizado pelo
sociólogo Betinho, denominado "Fome Zero" que mais tarde
se transformou no Bolsa Família, que nas palavras de Altamiro Borges, "foi
um pedaço de vértebra que ganhou vida própria e assumiu a linha de frente do
guarda-chuva mais geral"
Esse exitoso Programa completa nesse
mês de outubro dez anos de existência, e os resultados são extraordinários na
economia do país, na redução da pobreza e na promoção da seguridade social,
tanto, que transformou o Brasil em referência internacional na área social, inclusive,
servindo de exemplo para outros 40 países que adotaram esse Programa.
Com relação à economia, segundo estudos
do IPEA, o governo investe apenas 0,5% do PIB no Programa Bolsa Família, e a
cada R$ 1,0 investido há um aumento de R$ 1,78 no PIB. O Bolsa Família e a
política de valorização do salário mínimo constituíram-se importantes
instrumentos para a promoção do aumento da renda per capita dos brasileiros
mais pobres. Nesses últimos dez anos houve aumento de 120% nessa renda, o que
levou uma diminuição de 69% no número dos brasileiros em situação de extrema
pobreza.
Nesses dez anos de Bolsa Família, o
Programa beneficia 50 milhões de brasileiros. Já retirou mais 36 milhões de
pessoas da miséria, reduziu em mais de 20% os índices mortalidade
infantil, diminuiu a desigualdade financeira em 20%, propiciou uma queda
acentuadíssima na evasão escolar, e promoveu outros inúmeros ganhos sociais.
A propósito, a Ministra Tereza Campello
disse que se olharmos a “transformação na vida das crianças, que
muitas vezes, nem chegavam à escola...O nível de abandono da escola das
crianças do Bolsa Família é muito inferior à das demais crianças. A taxa
de permanência nas Escolas das crianças do Bolsa Família é muito superior.
Quando a gente olha no primeiro ano, no segundo ano, ela já é superior. Mas
quando a gente olha no ensino médio, nossas crianças estão muito mais na escola
do que as crianças que não são do Bolsa Família”.
E foram esses e outros dados que levou
o Bolsa Família a ter mais um reconhecimento internacional, desta feita o
programa ganhou o prêmio “Award for Outstanding Achievement in Social
Security”, considerado o Nobel da Segurança Social, atribuído pela Associação
Internacional de Seguridade Social (ISSA, na sigla em inglês).
Mas mesmo diante desses e de
outros indiscutíveis dados positivos, o Programa Bolsa Família, sofre forte
resistência e preconceitos de toda sorte por parte das elites e da “mídia
nativa”, que teimam desmerecê-lo utilizando adjetivos que vai deste de
“paternalista”, até à “bolsa esmola” ou “bolsa vagabundo”, típicos comentários
de uma histórica e arrogante classe conservadora.
Aliás, comentando essa postura
preconceituosa das elites, o saudoso e brilhante mestre Darcy Ribeiro disse:"...aos
olhos das nossas classes dominantes , antigas e modernas, o povo é o que há de
mais réles. Seu destino e aspirações não lhes interessa, porque o povo, a gente
comum, os trabalhadores, são tidos como uma mera força de trabalho - um carvão
humano - a ser desgastada na produção. É preciso ter coragem de ver esse fato
porque só a partir dele, podemos romper nossa condenação ao atraso, e à
pobreza, decorrentes de um subdesenvolvimento de caráter
autoperpetuante...!" E foi com essa percepção e coragem que o Lula lançou
o "Bolsa Família", que hoje, praticamente, põe um fim na terrível
miséria que assolava grande parte do povo brasileiro.