
É sabido, até pelo mundo mineral, como
diria Mino Carta, que o planeta Terra parou para ver a abertura da Copa do
Mundo no Brasil. E isso aconteceu por dois particulares motivos: um devido ao
apelo natural do evento, outro em virtude das notícias divulgadas pelos
“jornalões” brasileiros de que a Copa do Mundo não aconteceria, ou na pior das
hipóteses, seria um fracasso retumbante, pela incompetência do governo
brasileiro.
Porém, a abertura e o primeiro jogo
quebrou a expectativa dos pessimistas e dos “vira-latas” de plantão, pois,
nenhum problema relevante foi observado. Pode-se até criticar o show de
abertura, mas isso é coisa da FIFA, o resto foi próximo ao perfeito, especialmente,
à questão da mobilidade urbana.
E foi exatamente por esse sucesso da
abertura, e certamente de toda Copa, que a elite branca e cheirosa, devidamente
acomodada em seus camarotes VIP da “Arena Corinthians”, mas totalmente
desapontada, resolveu oferecer ao mundo um show particular. Tomada de cólera
essa elite, numa das cenas mais dantesca e patética, começou a xingar a
Presidenta Dilma descendo ao mais baixo da podridão: “Dilma vai tomar no ass”
(inglês é mais chique a esse escol).
Aliás, até os principais candidatos a Presidente parecem compartilhar dessa falta de civilidade. Aécio Neves, em entrevista ao sitio do seu Partido, disse: “...O que fica para a história é que tivemos, depois de algumas décadas, uma Copa do Mundo em que o chefe de Estado não se vê em condições de se apresentar à população...Temos hoje uma presidente sitiada, uma presidente que só pode aparecer em eventos públicos protegida...”. Já Eduardo Campos, assim se manifestou: “...na vida a gente colhe o que a gente planta...”
Mas não demorou muito e milhares de
manifestações pipocaram nas redes sociais contra essa atitude dos blac blocs
VIP. A própria Presidenta Dilma com elegância e educação, respondeu:“...Não vou
me deixar perturbar, atemorizar por xingamentos que não podem sequer ser
escutados pelas crianças e famílias. Aliás, na minha vida pessoal, enfrentei
situações do mais alto grau de dificuldade, situações que chegaram num limite
físico. Superei agressões físicas quase insuportáveis e nada me tirou do meu
rumo, dos meus compromissos, nem do caminho que tracei para mim. Quero dizer
para todos, não serão xingamentos que vão me intimidar, não me abaterei por
isso” .
Vários
intelectuais, também, se manifestaram contra esses “torcedores VIP”, como, por
exemplo, o sociólogo, Marcelo Zero, que disse:”...Ao contrário de muitos, não
me surpreendi com o comportamento selvagem da nossa elite branca no
Itaquerão...Essa elite não sente vergonha em desprezar o povo do seu país. A
elite branca não sente sequer vergonha de sentir vergonha do Brasil. Do Brasil
mestiço, não-branco, que tanto a incomoda. Do Brasil de hoje, mais igualitário
e justo, que a incomoda muito mais...Acima de tudo, a elite branca sente imensa
raiva de um Brasil que ela não mais consegue controlar e predar como sempre
fez. Ela sente a frustração de ver que a presa está escapando das suas garras.
A Casa Grande se assusta com a ascensão da Senzala. Alarma-se com a perda de
antigos privilégios...”
Por sua vez o grande jornalista, Saul Leblon,
preleciona: “...Sem fazer parte da coreografia oficial o que aflorou [do Itaquerão] foi
a mais autêntica expressão cultural de um lado desse conflito, nunca antes
assumido assim de forma tão desinibida e ilustrativa... Dos camarotes
vips um jogral raivoso e descontextualizado despejou sua bagagem de refinamento
e boas maneiras sobre uma Presidenta da República em missão oficial.... Foi
assim que essa gente viajada, de hábitos cosmopolitas, que se envergonha de um
Brasil no qual recusa a enxergar o próprio espelho, ofereceu a um bilhão de
pessoas conectadas à Copa em 200 países uma síntese dos termos elevados com os
quais tem pautado a disputa política no país...”
Mas o dado concreto de toda essa
sujeira é o seguinte: a elite branca não aceita o processo de inclusão social
iniciado pelo Presidente Lula e ampliado pela Presidenta Dilma, tanto, que esse
tipo de reação é cotidianamente manifestado nas redes sociais e na “mídia
nativa”, contra, por exemplo, o aumento do salário mínimo, as políticas de
cotas, o Bolsa Família, a lei contra o trabalho escravo, a lei das domésticas,
contra o ENEM, ProUni, o acesso do povão ao transporte aéreo, e todas as
políticas sociais implementadas pelos governos trabalhistas.
Por essa razão, é ululante que esses xingamentos
não foram, apenas, direcionados à pessoa da Presidenta Dilma, mas,
especialmente, contra a República e todos os brasileiros incluídos, nesses
últimos doze anos, ao patamar de cidadãos.
Dessa maneira, só nos
resta repudiar esse vil comportamento e com muito asco, mandar um recado a
esses senhorzinhos da “Casa Grande”: a Copa do Mundo no Brasil já é um sucesso,
e os xingamentos no Taquerão transformaram o limão em limonada, turbinando ainda
mais a campanha da Presidenta Dilma que caminha a passos largos para a sua
reeleição...!
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