Respeitem Lula!

"A classe pobre é pobre. A classe média é média. A classe alta é mídia". Murílio Leal Antes que algum apressado diga que o título deste texto é plágio do artigo escrito por Ricardo Noblat (...)

A farsa do "Choque de Gestão" de Aécio "Never"

“Veja” abaixo a farsa que foi o famoso “Choque de Gestão” na administração do ex-governador Aécio “Never" (...)

A MAIS TRADICIONAL E IMPORTANTE FACULDADE DE DIREITO DO BRASIL HOMENAGEIA O MINISTRO LEWANDWSKI

"O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski recebeu um “voto de solidariedade” da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) pela “dedicação, independência e imparcialidade” em sua atuação na corte. (...)

NOVA CLASSE "C"

Tendo em vista a importância do tema, reproduzimos post do sitio "Conversa Afiada" que reproduz trecho da entrevista que Renato Meirelles deu a Kennedy Alencar na RedeTV, que trata da impressionante expansão da classe média brasileira. (...)

sexta-feira, 27 de junho de 2014

EDUCAÇÃO: BRASIL FAZ PARTE DE UM SELETO GRUPO DE PAÍSES

“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.” Mestre, Paulo Freire

Somos sabedores que durante o governo do PSDB, vigorou no Brasil a velha receita neoliberal do estado mínimo onde se pensava que o mercado era o grande regulador da economia e as privatizações a mola mestra desse projeto. Porém, os resultados dessa política nós conhecemos: dilapidação do nosso patrimônio, recessão, arrocho salarial, e exclusão social.

E foi por conta dessa perversa política que eclodiu uma extensa pauta de reivindicações dos trabalhadores, tais como: fim do Fator Previdenciário, salário mínimo de US$ 100, geração de empregos, fim do arrocho salarial, queda dos juros e linhas de créditos para financiar a produção industrial, fim das privatizações, queda da inflação, “Fora FMI”, implantação de políticas de inclusão social, participação popular, 10% do PIB para educação, dentre outras.

Mas mesmo diante de toda pressão da sociedade organizada contra essa nefasta política, FHC não abriu mão e levou a cabo o seu projeto de desmonte do Estado e de total estagnação da economia brasileira até o fim de seu governo em 2002.

A resposta a essa insensibilidade não demorou. O povo brasileiro cansado da política neoliberal elegeu Lula Presidente e apostou em um novo projeto para o Brasil. Com a chegada dos Governos Trabalhistas no Poder, os trabalhadores puderam ver que suas lutas não foram em vão. Com exceção de algumas reivindicações, como por exemplo, o fim do Fator Previdenciário, a maioria foi cumprida pelos Governos Trabalhistas de Lula/Dilma, e algumas até ampliadas, como são os casos, por exemplo, do Decreto nº 8.243/2014, baixado pela Presidenta Dilma, que regulamenta a participação popular nas políticas do governo e a sanção da Lei nº 13.005/2014 que define o novo Plano Nacional de Educação, que além de sua importância estratégica, coloca o Brasil no seleto grupo de países que aplicam 10% do PIB em educação.

E é sobre esse último e, importantíssimo, tópico que vamos nos ater nessa discussão.


O PNE tem como objetivo central colocar a Educação como Política estratégica para o país. O PNE possui 20 metas, dentre elas, destacamos: a universalização com a inclusão das minorias;  ampliação do acesso à educação da creche ao ensino superior, criando 3,8 milhões de vagas em creches; erradicação do analfabetismo; oferta de educação em tempo integral em no mínimo 50% das escolas públicas; elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar no mínimo 12 anos de estudos; Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50%; triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio; elevar o número de matrículas na pós-graduação de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres; mecanismos de gestão democrática na educação básica e superior pública, entre outras
  
Evidente que se trata de ambicioso e estratégico Projeto que objetiva destacar a igualdade entre todos como valor essencial da democracia. E o governo ciente disso e compromissado na viabilização desse Plano, conjugou vários fatores, dentre eles o aumento nos investimentos em educação, chegando a 10% do PIB.

Aliás, é importante registrar, que apenas quatro países, Lesoto, Cuba, Timor Leste e São Tomé e Príncipe aplicam 10% do PIB, ou mais em educação. A média mundial está em torno de 5,4%, lembrando que o Brasil, hoje, já aplica 6,4% do PIB. Chegando aos 10%, o Brasil destinará mais de R$ 200 bilhões em educação nos próximos anos o que significa R$ 20 bilhões a mais por ano, equivalente a dois terços de tudo que foi gasto em sete anos para realizar a Copa do Mundo. A propósito, vale apontar, que em 2001 se aplicava apenas 4,8% e quando da sanção do PNE, FHC vetou emenda que disponibilizava 7% do PIB para a Educação.


Assim, e diante dessa verdadeira Lei de Responsabilidade Educacional, podemos afirmar, peremptoriamente, que o Brasil caminha a passos largos para uma revolução na educação, consolidando de uma vez por todas a nossa democracia. Afinal, como nos ensina o pai da Escola Pública brasileira, o Educador Anísio Teixeira, “...só existirá democracia no Brasil no dia em se montar no país a máquina que prepara as democracias; Essa máquina é da Escola Pública”.

terça-feira, 24 de junho de 2014

ESSE É O COMPORTAMENTO HISTÓRICO DA MÍDIA BRASILEIRA...!

Abaixo reproduzimos um precioso e excelente texto do brilhante Jornalista Luis Nassif
A cartelização mediocrizante da notícia
1.     TODOS os grupos de mídia fizeram a mesma cobertura negativa da Copa, com os mesmos tons de cinza, o mesmo destaque às irrelevâncias, prejudicando seu próprio departamento comercial pelo desânimo geral que chegava aos anunciantes.
2.     NENHUM grupo preparou uma reportagem sequer mostrando os detalhes de uma organização exemplar, que juntou governos federal, estaduais, municipais, Ministério Público, Tribunais de Conta, Polícia Federal, Secretarias de Segurança, departamentos de trânsito, construtoras, fundos de investimento. NENHUM!
3.     Depois, TODOS fazem o mea culpa e passam a elogiar a Copa no mesmo momento.
4.     Na CPMI de Carlinhos Cachoeira TODOS atuaram simultaneamente para abafar as investigações.
5.     Na do “mensalão”, TODOS atuaram na mesma direção, no sentido de amplificar as denúncias e esmagar qualquer medida em favor dos réus, até as mais irrelevantes.
6.     Na Operação Satiagraha, pelo contrário, TODOS saíram em defesa do banqueiro Daniel Dantas, indo contra a tendência histórica da mídia de privilegiar o denuncismo.
7.     No episódio Petrobras, TODOS repetiram a mesma falácia de que a presidente Maria da Graça disse que foi um mau negócio e o ex-presidente José Sérgio Gabrielli disse que foi bom negócio. O que ambos disseram é que, no momento da compra, era bom negócio; com as mudanças no mercado, ficou mau negócio. TODOS cometeram o mesmo erro de interpretação de texto e martelaram durante dias e dias, até virar bordão.
8.     No anúncio da Política Nacional de Participação Social, TODOS deram a mesma interpretação conspiratória, de implantação do chavismo e outras bobagens do gênero, apesar das avaliações dos próprios especialistas consultados, de que não havia nada que sugerisse a suspeita. Só depois dos especialistas desmoralizarem a tese, refluíram - com alguns veículos ousando alguma autocrítica envergonhada.
É um cartel, no sentido clássico do termo.
Uma empresa jornalística que de fato acredite no seu mercado jamais incorrerá nos seguintes erros:
1.     Trabalhar sem nenhuma estratégia de diferenciação da concorrência, especialmente se não for o líder de mercado. A Folha tornou-se o maior jornal brasileiro, na década de 80, apostando na diferenciação inteligente.
2.     Atuar deliberadamente para derrubar o entusiasmo dos consumidores e anunciantes em relação ao seu maior evento publicitário da década: a Copa do Mundo.
3.     Expor de tal maneira a fragilidade do seu principal produto – a notícia -, a ponto de municiar por meses e meses seus leitores com a versão falsa de que tudo daria errado na Copa e, depois, ter que voltar atrás. Em nenhum momento houve uma inteligência interna sugerindo que poderia ser um tiro no pé. Ou seja, acreditaram piamente nas informações falsas que veiculavam - a exemplo do que ocorreu com a maxidesvalorização de 1999.
4.     Nos casos clássicos de cartel, um grupo de empresas se junta para repartir a receita e impedir a entrada de novos competidores. No caso brasileiro, a receita publicitária cada vez mais é absorvida pelo líder – a Globo – em detrimento dos demais integrantes do grupo. Para qualquer setor organizado da economia, essa versão brasileira de cartel será motivo de piada.
Tudo isso demonstra que há tempos os grupos de mídia deixaram de lado o foco no mercado e no seu público. Não se trata apenas da perda de espaço com a Internet. Abandonaram o produto principal – a confiabilidade da notícia – para atuar politicamente, julgando estar na política sua tábua de salvação.
A sincronização de todas as ações, em todos os momentos, mostra claramente que existe uma ação articulada, centralmente planejada. Visão conspiratória? Não. Provavelmente devido ao  fato de não existirem mais os grandes capitães de mídia, capazes de estratégias inovadoras individuais. Assim, qualquer estrategista de meia pataca passa a dar as cartas, por falta de interlocução à altura em cada veículo.


domingo, 15 de junho de 2014

A ELITE BRANCA MOSTROU AO MUNDO O SEU “ASS” SUJO

     "Respeitar alguém deve ser de livre e espontânea vontade,   afinal respeito é algo natural que nos acompanha desde o berço e não se baseia em imposições".  
                                                  
É sabido, até pelo mundo mineral, como diria Mino Carta, que o planeta Terra parou para ver a abertura da Copa do Mundo no Brasil. E isso aconteceu por dois particulares motivos: um devido ao apelo natural do evento, outro em virtude das notícias divulgadas pelos “jornalões” brasileiros de que a Copa do Mundo não aconteceria, ou na pior das hipóteses, seria um fracasso retumbante, pela incompetência do governo brasileiro.

Porém, a abertura e o primeiro jogo quebrou a expectativa dos pessimistas e dos “vira-latas” de plantão, pois, nenhum problema relevante foi observado. Pode-se até criticar o show de abertura, mas isso é coisa da FIFA, o resto foi próximo ao perfeito, especialmente, à questão da mobilidade urbana.

E foi exatamente por esse sucesso da abertura, e certamente de toda Copa, que a elite branca e cheirosa, devidamente acomodada em seus camarotes VIP da “Arena Corinthians”, mas totalmente desapontada, resolveu oferecer ao mundo um show particular. Tomada de cólera essa elite, numa das cenas mais dantesca e patética, começou a xingar a Presidenta Dilma descendo ao mais baixo da podridão: “Dilma vai tomar no ass” (inglês é mais chique a esse escol).

Aliás, até os principais candidatos a Presidente parecem compartilhar dessa falta de civilidade. Aécio Neves, em entrevista ao sitio do seu Partido, disse: “...O que fica para a história é que tivemos, depois de algumas décadas, uma Copa do Mundo em que o chefe de Estado não se vê em condições de se apresentar à população...Temos hoje uma presidente sitiada, uma presidente que só pode aparecer em eventos públicos protegida...”. Já Eduardo Campos, assim se manifestou: “...na vida a gente colhe o que a gente planta...”

Mas não demorou muito e milhares de manifestações pipocaram nas redes sociais contra essa atitude dos blac blocs VIP. A própria Presidenta Dilma com elegância e educação, respondeu:“...Não vou me deixar perturbar, atemorizar por xingamentos que não podem sequer ser escutados pelas crianças e famílias. Aliás, na minha vida pessoal, enfrentei situações do mais alto grau de dificuldade, situações que chegaram num limite físico. Superei agressões físicas quase insuportáveis e nada me tirou do meu rumo, dos meus compromissos, nem do caminho que tracei para mim. Quero dizer para todos, não serão xingamentos que vão me intimidar, não me abaterei por isso” .

Vários intelectuais, também, se manifestaram contra esses “torcedores VIP”, como, por exemplo, o sociólogo, Marcelo Zero, que disse:”...Ao contrário de muitos, não me surpreendi com o comportamento selvagem da nossa elite branca no Itaquerão...Essa elite não sente vergonha em desprezar o povo do seu país. A elite branca não sente sequer vergonha de sentir vergonha do Brasil. Do Brasil mestiço, não-branco, que tanto a incomoda. Do Brasil de hoje, mais igualitário e justo, que a incomoda muito mais...Acima de tudo, a elite branca sente imensa raiva de um Brasil que ela não mais consegue controlar e predar como sempre fez. Ela sente a frustração de ver que a presa está escapando das suas garras. A Casa Grande se assusta com a ascensão da Senzala. Alarma-se com a perda de antigos privilégios...”

Por sua vez o grande jornalista, Saul Leblon, preleciona: “...Sem fazer parte da coreografia oficial o que aflorou [do Itaquerão] foi a mais autêntica expressão cultural de um lado desse conflito, nunca antes assumido assim de forma tão desinibida  e ilustrativa... Dos camarotes vips um jogral raivoso e descontextualizado despejou sua bagagem de refinamento e boas maneiras  sobre uma Presidenta da República em missão oficial.... Foi assim que essa gente viajada, de hábitos cosmopolitas, que se envergonha de um Brasil no qual recusa a enxergar o próprio espelho, ofereceu a um bilhão de pessoas conectadas à Copa em 200 países uma síntese dos termos elevados com os quais tem pautado a disputa política  no país...”

Mas o dado concreto de toda essa sujeira é o seguinte: a elite branca não aceita o processo de inclusão social iniciado pelo Presidente Lula e ampliado pela Presidenta Dilma, tanto, que esse tipo de reação é cotidianamente manifestado nas redes sociais e na “mídia nativa”, contra, por exemplo, o aumento do salário mínimo, as políticas de cotas, o Bolsa Família, a lei contra o trabalho escravo, a lei das domésticas, contra o ENEM, ProUni, o acesso do povão ao transporte aéreo, e todas as políticas sociais implementadas pelos governos trabalhistas.

Por essa razão, é ululante que esses xingamentos não foram, apenas, direcionados à pessoa da Presidenta Dilma, mas, especialmente, contra a República e todos os brasileiros incluídos, nesses últimos doze anos, ao patamar de cidadãos.

Dessa maneira, só nos resta repudiar esse vil comportamento e com muito asco, mandar um recado a esses senhorzinhos da “Casa Grande”: a Copa do Mundo no Brasil já é um sucesso, e os xingamentos no Taquerão transformaram o limão em limonada, turbinando ainda mais a campanha da Presidenta Dilma que caminha a passos largos para a sua reeleição...!






sábado, 14 de junho de 2014

OS "COXINHAS" ESTÃO CADA VEZ MAIS PERDIDOS...

A ELITE FOI DESMASCARADA POR ELA MESMA...

Transcrevemos abaixo o brilhante e preciso texto do jornalista Luis Nassif

As vaias e os neoflautistas de Hamelin
Por Luis Nassif

Encontro um banqueiro meu conhecido após o jogo da Copa. Ficou em um dos camarotes VIPs, ao lado de personalidades como Gilmar Mendes.

Foi com a namorada ao Itaquerão. Ambos estavam impressionados com a qualidade do estádio, com a limpeza dos banheiros, com a beleza e relevância do evento. Até Lázaro Brandão, o todo-poderoso presidente do Conselho do Bradesco, esteve presente, me diz ele.

Tudo funcionou a contento, disseram-me, o trânsito (que depende da Prefeitura), o Metrô (que depende do estado), o estádio (cuja construção foi apoiada pelo governo federal). Enfim, motivo geral para espalhar pelo mundo uma imagem mais positiva do país.

Apenas um dado falhou, para vergonha de São Paulo: o nível das vaias à presidente da República.

- Não era povão. Veio das alas VIPs e foi constrangedor.

O momento mais baixo da Copa, o episódio que manchou a imagem do país no mundo partiu daquele segmento que Cláudio Lembo chama de “elite branca”. Mas, como bem observou um de nossos comentaristas, não os trate como elite. Elite pressupõe um estágio intelectual e moral superior. São Paulo tem uma elite intelectual, médica, tecnológica.

Os que se manifestaram representam apenas a selvageria empetecada, os black blocs com grife.

O caráter de um jornal é dado pela soma individual dos seus colunistas e pela linha editorial.

Hoje, o episódio foi lamentado pelos maiores cronistas esportivos, timidamente em suas colunas, mais acerbamente em seus blogs. Mas são pontos fora da curva.

A baixaria contra uma presidente da República, uma mulher digna, não mereceu condenação dos jornais, mas a celebração em suas manchetes. O grito: “Dilma vai tomar no c…” torna-se, a partir de agora, o símbolo máximo do enorme poder de que dispõe a mídia para influenciar o baixo clero da “elite branca”.

São incapazes de separar a crítica ao estilo dos ataques pessoais. Não é por nada que tornaram José Serra seu herói predileto. Qualquer coisa vale na disputa política, principalmente abrir mão de ideias e recorrer aos ataques mais baixos.

Os jornalões tornaram-se a versão moderna e adaptada do Flautista de Hamelin. O flautista levava os ratos para o rio e os afogava. Os jornais levam os ratos para o mundo - e os celebram.

Não foi por outro motivo que a parte do evento que mais impressionou a colunista social do Estadão foram alguns banheiros entupidos. Na verdade, havia pouco banheiro para a m… que jorrou dos camarotes, estimulada pelos neoflautistas de Hamelin"

segunda-feira, 9 de junho de 2014

OPOSIÇÃO É CONTRA A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

"A participação popular prevista na CF/88 é um princípio inerente à democracia, garantindo aos indivíduos, grupos e associações, o direito não apenas à representação política, mas também à atuação e a efetiva interferência na gestão dos bens e serviços públicos..." Dalmo Dallari

Por muito tempo tinha-se o entendimento de que a democracia se concretizava apenas com a igualdade e universalidade, ou seja, se todos são livres e iguais, há democracia. No entanto, esse conceito foi superado e ampliado. Hoje, não há como falar de democracia na gestão pública, sem a participação direta do povo, individual ou coletivamente.

A propósito, o governador Tarso Genro, sobre o tema, nos ensina: “...A salvação da democracia é mais democracia, não menos democracia. A moldura institucional em que poderá ocorrer este avanço deverá reduzir os “mecanismos de dominação no sistema de formação da vontade política”(Claus Offe), através de outro sistema jurídico-político, que permita uma articulação da Constituição Programática com as instituições de controle social fora do Estado...O reconhecimento da pluralidade e da conflitividade de opiniões e a abertura de canais para a sua expressão, bem como a formação de núcleos de produção e reprodução de uma opinião pública livre, são fundamentais para a afirmação-superação da atual forma democrática. E ela só poderá ser obtida através de mecanismos de participação direta dos indivíduos isolados (plebiscitos, referendos, consultas) ou agrupados (Conselhos, Comissões de Controle, Grupos de delegação direta em assembleias)”.

Há que se esclarecer que a democracia participativa não é novidade no Brasil, ela remonta à colonização portuguesa e depois se concretiza em 1950, quando é formado o primeiro Conselho Nacional de Saúde. Ademais, a nossa Constituição Federal no artigo 1º, parágrafo único, estabelece que essa participação se dá por meio das eleições de nossos representantes nos Parlamentos, ou diretamente, por intermédio, por exemplo, dos Conselhos e Movimentos Populares. Aliás, as vozes que ecoaram das ruas em junho de 2013 cobravam, exatamente, uma maior participação popular.  

No dia 23 de maio, atendendo esse clamor da sociedade, a Presidenta Dilma disponibilizou mais um instrumento que reforça esses mecanismos de controle e participação social, trata-se do Decreto 8.243/2014 que “Institui a Política Nacional de Participação Social – PNPS”. Esse Decreto tem como objetivo “fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo e a atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil”. Trocando em miúdos, o PNPS define como os cidadãos, movimentos sociais e coletivos podem participar da criação das políticas públicas e como serão ouvidos dentro do governo federal.

Mas malgrado a importância histórica do PNPS para consolidação da democracia brasileira, não faltaram críticas por parte da oposição raivosa, capitaneada pelo PSDB. A turma da “Casa Grande” chegou ao desplante de afirmar que esse Decreto tem como objetivo enfraquecer o Poder Legislativo e preparar o país para se tornar uma Venezuela. No campo legal a oposição promete apresentar um Decreto Legislativo para tentar anular o Decreto Presidencial, e se isso não surtir efeito, questionarão a constitucionalidade do PNPS junto ao STF.

Evidente que a oposição quer apenas politizar, pelo lado negativo, o PNPS, tanto, que tenta esconder que esse Decreto é resultado das Conferências sobre Transparência e Controle Social, e não um mero capricho da Presidenta Dilma. Outro fato a considerar é que essa participação popular não tem poder deliberativo é apenas consultivo, portanto, o discurso de que o Decreto pretende levar o país ao comunismo, bolivarianismo, ou enfraquecer o Poder Legislativo, é falacioso e totalmente sem propósito.

Assim, e frente a esse debate, fica muito claro uma coisa: a existência, no Brasil, de dois projetos políticos totalmente antagônicos entre si: de um lado temos as forças progressistas formada pela ampla maioria dos movimentos populares e Partidos de esquerda. Esses defendem que o cidadão seja sujeito político, portador de direitos de participação nas decisões políticas do Estado; do outro lado, apresenta as forças conservadoras, compostas pelas elites e Partidos de direita. Esse setor defende que o indivíduo continue na condição de súditos e sob a tutela estatal, ou seja, o povo tem de entender que quem governa, decide, e planeja as políticas públicas são os governantes, a sociedade é mera espectadora. Com a palavra o povo brasileiro!